domingo, 17 de fevereiro de 2013

Seleta Piauiense - Álvaro Pacheco



A TERNURA

Álvaro Pacheco (1933)

Num domingo sobreposto,
ressuscitarei umas auroras
resistentes de minha carne
e qualquer sensação sobrevivente
da juventude anterior.

São outros tempos, ou apenas
outras circunstâncias, talvez
porque adormeci
e deixei que as pessoas se fossem
e não disse as palavras necessárias,

ou mesmo
porque estou muito cansado
e não sinta mais as coisas
como elas deviam ser, muito ternas
e inocentes — acho

que é terrível envelhecer,
muito ruim ser velho
ou apenas viver mais do que os outros,
esquecendo-me, dentro do tempo,
de como era lidar suavemente
com a ternura.

Um comentário:

  1. Caro Elmar, obrigado pelas poesias dos nossos piauienses, devemos sim, deixar o espirito de vira-latas e divuilgarmos a força poética de (Pitt Bull)dos nossos. Vamos fazer um movimento em prol a eleição do poeta Diego Mendes Sousa, parnaibano, que concorr a vaga de Ledo Ivo na ABL.SLOGAM da campanha do Diego Mendes Sousa
    "Depois de Castelinho, agora é o Dieguinho"
    O nosso jaicoense Álvaro Pacheco, nascido em 1933, é um dos mais importantes poetas vivos atualmente no Brasil, seria muito interessante que se divulgasse mais poesias do Dr Álvaro assim como tantos outros que temos espalhados por este Brasil a fora.
    Um abraço: José itamar abreu costa(Alval, Allche, Alresc, AMP)

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