segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O sublime pela anarquia


José Maria Vasconcelos


A droga é o sol, em torno do qual tramita todo crime, inclusive para ganhar eleições. Os planetas são os chefes do crime organizado que estabelecem leis territoriais e alcançam aprovação no centro dos poderes constituídos. Asteroides servem para disparar chamas e balas nas favelas e avenidas, destruir patrimônio, acertar contas e executar sem dó. Governos tremem, afrouxam e cedem, até desarmam a polícia, porque se beneficiam do bolo, especialmente nas campanhas eleitorais.

A esperança de um Brasil mais justo anda por um fio, quando assisto ao noticiário de violência urbana, assaltos, crimes hediondos, corrupção desvairada, a desmoralização do poder, o avanço das drogas e do tráfico.

Esgotam-se as forças de combate ao mal que avassala mais e mais a nação. Em apenas uma semana, Teresina registrou mais de dez assassinatos em acertos de contas e tráfico de drogas. No Brasil, mais de 60 mil mortes em acidentes de trânsito, em 2012, um Iraque em guerra. Nesses campos minados, patinam crianças e velhinhos, cidadãos em geral, atônitos, vítimas da crueldade, entrincheirados em residências e comércio, e a bandidagem solta nas ruas. E clamam: “Meu Deus!”, por uma vida que sucumbiu, pelo patrimônio assaltado.

Mundo sem Deus! O sublime virou caretice; o abominável desfila prestigiado nas ruas e salões do poder. Crianças e jovens acompanham maus hábitos da família, imitam enredos novelescos e ídolos que exaltam o conflito familiar, a separação conjugal, a união homoafetiva (autores novelistas, em geral, assumidos), o sexo explícito, a vantagem a qualquer preço.

  Buscam-se respostas e soluções imediatas para o estado de desarmonia moral e social. Em vão. Não se encontram curas de conflitos nos consultórios médicos e psiquiátricos. As causas do avanço do mal estão na formação cultural da sociedade. Valores sublimes do espírito, como dignidade, honestidade, respeito ao próximo e ao patrimônio, enfim, a educação para a prática dos dez mandamentos divinos, que, no passado, pavimentavam as famílias e estruturas sociais, foi substituída pelo consumismo exacerbado, pela idolatria do corpo, pela ganância de n ter. E tudo começa muito cedo: bonzinho com os filhos, dando-lhes tudo como prova de amor, sem mérito, sem esforço, sem exemplo.
Só uma saída para a anarquia moral que se estabelece em escala assustadora: voltar-se para Deus, experiência com Deus, educação para Deus. Por Deus e para Deus. Sem vergonha de Deus.   

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