terça-feira, 17 de junho de 2014

NAS ASAS DE BRASÍLIA


Edmar Oliveira

Outra vez em Brasília. Desta feita para apresentar o meuTerra do Fogo ao planalto central. No Feitiço Mineiro, num programa duplo com Chico Salles lançando o seu cd com músicas do Sampaio. E Brasília recebeu a gente muito bem. No lançamento do livro, o Chiquinho, da livraria do Chico, um sertanejo de Picos que veio plantar livros na Universidade de Brasília, apresentou minhas letras, do que fiquei muito orgulhoso. Chiquinho é um personagem de um livro que conta a história da Universidade. Ele faz parte desta história e já foi entrevistado do Fantástico como um cultivador da cultura no planalto central do país.

Fui prestigiado pelo Nicolas Behr, o poeta que se confunde com a cidade que escolheu pra cantar. Ele ainda me presenteou com seu Brasília de A a Z, cidade-palavra que mapeia o território afetivo do planalto. Climério e Clodo me trouxeram um abraço que tomei como sendo também de Clésio, a trindade una do São Piauí. A poeta Noélia, atarantada como as quadras da cidade numérica, também me veio abraçar. Sua generosa irmã Fátima, que se chama “de Brasília” e Paulão, que nos batuques evoca o Liga Tripa, são amigos do peito. O também poeta e músico Léo Almeida e sua Josélia lá estavam. Graça Sousa, Nádia, Chico Alves, Dione, Pereirinha, Suzana, Naná, Chacal, Júlio e uma porção de amigos, que citando estes, sou injusto com aqueles. A Nação Piauí que a Raimundinha arrebanhou me fez uma presença especial. Fátima de Deus esteve neste como nos outros dois livros anteriores que apresentei a Brasília. Antônio José Medeiros, ex-secretário de cultura do Estado do Piauí e meu antigo professor das letras, me fez sentir importante. Maravilhosa foi a presença de um usuário da Saúde Mental de Brasília, que declarou acompanhar meu trabalho e veio atrás do meu primeiro livro “Ouvindo Vozes”. O esquecimento do seu nome me deixa endividado com a sua pessoa. Zé Mauro esteve de véspera e Paulo José chegou atrasado, mas veio.

Depois desse preâmbulo, o Chico Salles mandou ver, com músicos de Brasília, o som do Sérgio Samba Sampaio. Seu irmão Vicente e Conca faziam as honras da casa. E a plateia, surpreendentemente, cantava as letras das músicas escondidas do Sampaio. Ele que amou Brasília num blues que é a cara da cidade.

Denise, a viúva do Jorge Ferreira – o empresário da noite Planaltina –, ficou emocionada numa homenagem que lhe prestamos. Coincidentemente Jorge levou meu livro para tentar editar e conseguiu viabilizar um patrocínio para o cd do Chico. Apressado, como era, “queria ir pra Minas, errou o caminho e foi pro céu” nos versos de Climério e não chegou a ver o livro e o cd prontos. Tínhamos que lhe fazer uma justa homenagem no Feitiço, primeira casa do visionário que fez um Mercado Municipal numa cidade que nem município é. Mas Jorge era assim: “de tanto embebedar os poetas virou poeta também” (do poema citado).

Brasília nos foi gentil. E naquela noite voamos em suas asas. Cidade monumento. Segundo as profecias do poeta Nicolas Behr, “no turismo estelar, visitar as ruínas de Brasília é obrigatório para quem está de passagem pelo desabitado Planeta Terra”.   

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