Edmar
Oliveira
Outra
vez em Brasília. Desta feita para apresentar o meuTerra do Fogo ao
planalto central. No Feitiço Mineiro, num programa duplo com Chico
Salles lançando o seu cd com músicas do Sampaio. E Brasília
recebeu a gente muito bem. No lançamento do livro, o Chiquinho, da
livraria do Chico, um sertanejo de Picos que veio plantar livros na
Universidade de Brasília, apresentou minhas letras, do que fiquei
muito orgulhoso. Chiquinho é um personagem de um livro que conta a
história da Universidade. Ele faz parte desta história e já foi
entrevistado do Fantástico como um cultivador da cultura no planalto
central do país.
Fui
prestigiado pelo Nicolas Behr, o poeta que se confunde com a cidade
que escolheu pra cantar. Ele ainda me presenteou com seu Brasília de
A a Z, cidade-palavra que mapeia o território afetivo do planalto.
Climério e Clodo me trouxeram um abraço que tomei como sendo também
de Clésio, a trindade una do São Piauí. A poeta Noélia,
atarantada como as quadras da cidade numérica, também me veio
abraçar. Sua generosa irmã Fátima, que se chama “de Brasília”
e Paulão, que nos batuques evoca o Liga Tripa, são amigos do peito.
O também poeta e músico Léo Almeida e sua Josélia lá estavam.
Graça Sousa, Nádia, Chico Alves, Dione, Pereirinha, Suzana,
Naná, Chacal, Júlio e uma porção de amigos, que citando
estes, sou injusto com aqueles. A Nação Piauí que a Raimundinha
arrebanhou me fez uma presença especial. Fátima de Deus esteve
neste como nos outros dois livros anteriores que apresentei a
Brasília. Antônio José Medeiros, ex-secretário de cultura do
Estado do Piauí e meu antigo professor das letras, me fez sentir
importante. Maravilhosa foi a presença de um usuário da Saúde
Mental de Brasília, que declarou acompanhar meu trabalho e veio
atrás do meu primeiro livro “Ouvindo Vozes”. O esquecimento do
seu nome me deixa endividado com a sua pessoa. Zé Mauro esteve de
véspera e Paulo José chegou atrasado, mas veio.
Depois
desse preâmbulo, o Chico Salles mandou ver, com músicos de
Brasília, o som do Sérgio Samba Sampaio. Seu irmão Vicente e Conca
faziam as honras da casa. E a plateia, surpreendentemente, cantava as
letras das músicas escondidas do Sampaio. Ele que amou Brasília num
blues que é a cara da cidade.
Denise,
a viúva do Jorge Ferreira – o empresário da noite Planaltina –,
ficou emocionada numa homenagem que lhe prestamos. Coincidentemente
Jorge levou meu livro para tentar editar e conseguiu viabilizar um
patrocínio para o cd do Chico. Apressado, como era, “queria
ir pra Minas, errou o caminho e foi pro céu” nos versos de
Climério e não chegou a ver o livro e o cd prontos. Tínhamos que
lhe fazer uma justa homenagem no Feitiço, primeira casa do
visionário que fez um Mercado Municipal numa cidade que nem
município é. Mas Jorge era assim: “de tanto embebedar os
poetas virou poeta também” (do poema citado).
Brasília
nos foi gentil. E naquela noite voamos em suas asas. Cidade
monumento. Segundo as profecias do poeta Nicolas Behr, “no turismo
estelar, visitar as ruínas de Brasília é obrigatório para quem
está de passagem pelo desabitado Planeta Terra”.
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