23 de abril Diário Incontínuo
LANÇAMENTO DE
“CONFISSÕES DE UM JUIZ” EM CAMPO MAIOR
Elmar Carvalho
No plenário da Câmara
Municipal de Campo Maior, na última sexta-feira, foi realizado o lançamento de
meu livro Confissões de um juiz. O auditório estava lotado. Os presentes tudo
ouviram com muita atenção e paciência. Para o pleno êxito do evento, contei com
o apoio do amigo e professor José Francisco Marques, que não mediu esforços em
sua organização. Também prestaram colaboração para que tudo se realizasse
conforme o planejado a professora Luciana Gomes e o parente e amigo Dr.
Domingos José de Carvalho.
A mesa de honra foi
composta pelo desembargador José Francisco Nascimento, representante do
Tribunal de Justiça do Piauí, professor César Robério, representante da
Prefeitura, juiz Antônio Oliveira, representante da Associação dos Magistrados
Piauienses – AMAPI, João Alves Filho, presidente da Academia Campomaiorense de
Artes e Letras – ACALE, professor José Francisco Marques, que fez a
apresentação do livro, o médico Domingo José de Carvalho, que falou sobre o
autor da obra, o advogado Dácio Mota, representante da OAB-PI, e o Dr. Josias
Bona, filho do saudoso e impoluto juiz Hilson Bona, que foi homenageado (in
memoriam) pela AMAPI, e este cronista. O cerimonial foi executado com muita maestria
pela professora e acadêmica Avelina Rosa.
Estavam presentes
membros de minha família, entre os quais minha mulher Fátima, Miguel Carvalho,
meu pai, Antônio José e Maria José (irmãos). Compareceram ainda vários
confrades da ACALE, como professor Loiola, Corinto Brasil, Jesus Araújo e
Luciana Gomes, além de várias pessoas amigas e interessadas em cultura, dentre
as quais registro o professor José Martins, Moreninha Melo, Leal, Josino Gomes
de Oliveira, Jônathas Silva, Evandro Araújo e Geraldo Pucuta (ex-craque do
Caiçara).
Domingos José, médico
competente e dedicado, maçom da melhor linhagem, cidadão honrado, sem jaça,
falou de minha trajetória de vida, de meu percurso literário e de servidor
público, com belas e emocionantes palavras, que nos comoveram, a mim e a minha
família, sobretudo meu pai, que chegou a chorar em mais de um trecho de seu
discurso.
Com a mesma competência
e propriedade, José Francisco falou de Confissões de um juiz, fazendo uma
perfeita síntese de seu conteúdo e lhe examinando a linguagem e a estrutura
organizacional das matérias enfeixadas nas diferentes partes. Discorreu também,
assim como fizera seu antecessor, de forma sintética, sobre meus atributos
intelectuais e sobre as minhas principais características humanas, bondosamente
deixando de lado os meus defeitos.
José Francisco e
Domingos José falaram ainda de minha curta, porém intensa, atuação de goleiro,
em que afoitamente fiz minhas “pontes” e “voadas”, algumas vezes me arrojando
aos pés do atacante, para fechar o ângulo da possível trajetória da bola. Domingos
José terminou confessando que éramos torcedores do Caiçara e do Flamengo
carioca.
Diante disso, aproveito
a oportunidade para dizer que uma de minhas primeiras crônicas, publicada no
jornal A Luta, quando eu tinha 16 anos, foi sobre as acirradas disputas entre o
Comercial e o Caiçara, em que pontificaram dois dos maiores goleiros
piauienses, Beroso e Coló, sobre os quais já escrevi crônicas, que podem ser
encontradas através dos sites de busca da internet. Esses duelos, como os
designei, incendiavam as ensolaradas tardes domingueiras de Campo Maior.
Em meu discurso, discorri
brevemente sobre o conteúdo de meu livro, mormente sobre o meu percurso de
servidor público. Falei sobre as principais características e virtudes de um
verdadeiro magistrado, especialmente a imparcialidade e o senso de justiça.
Prestei minha homenagem ao Dr. Hilson Bona, que considero um legítimo paradigma
da magistratura piauiense. Ao falar das lutas que empreendi, como homem público
e intelectual, me concentrei principalmente na parte relativa a Campo Maior.
Expliquei que em
diferentes oportunidades me esforcei para retirar do olvido ilustres figuras da
história de nossa comunidade. Entre esses injustamente esquecidos se
encontravam (ou ainda se encontram) o seu fundador, sobre o qual, seguindo as
pegadas de padre Cláudio Melo, escrevi o livro Bernardo de Carvalho – o
Fundador de Bitorocara; o bravo tenente Simplício José da Silva, herói da
Batalha do Jenipapo; Raimundo Gomes Vieira Jutaí, estopim da Balaiada, e um dos
seus principais líderes. No seu manifesto, lavrado na vila da Manga – MA,
datado de 15/12/1838, dois dias antes de liderar a abertura das portas da
cadeia pública dessa vila, para libertar vaqueiros e outros trabalhadores
injustamente presos, proclamou no seu artigo primeiro: “que seja sustentada a
Constituição e garantias dos cidadãos”; e José Eusébio de Carvalho Oliveira
(n.10/01/1869 e f.25/04/1925), que foi jornalista, promotor de Justiça,
magistrado, membro de Junta Governativa do Piauí, e que exerceu os cargos de
deputado federal e senador da República, pelo Maranhão, durante 25 anos.
Portanto, o senador José Eusébio foi também membro dos Poderes Executivo e
Judiciário. Recentemente, lembrei-lhe o nome ao deputado Wilson Nunes Brandão,
quando ele me disse estar escrevendo um livro sobre os parlamentares
piauienses.
Disse que em vários
textos e discursos, a partir de 1997, quando tomei posse em Campo Maior de
minha cadeira na Academia de Letras do Vale do Longá, defendi a preservação e
restauração dos casarões e sobrados de nossa cidade, inclusive os da famosa
Zona Planetária, de nome tão poético e sugestivo, sobre a qual escrevi um poema
épico moderno de igual título, que terminaram reduzidos a escombros; na
transformação do Cemitério Velho em museu e memorial a céu aberto, com a
conservação e restauração dos túmulos, e criação de alamedas e caramanchões,
além de um espaço temático, ainda que sobre pilotis, se necessário; a
despoluição do Açude Grande, com a instalação de jardins e fontes luminosas,
que lhe aumentem a beleza e a atração turística.
Com muita ênfase, defendi
a ideia de que o entorno da barragem, sobretudo o horto florestal, poderia ser
transformado num jardim botânico e em agradável balneário, com a instalação de
bicas artificiais, que bem poderiam, em projeto arquitetônico e paisagístico,
imitar cascatas ou bicas naturais. Evidentemente outros espaços poderiam ser
criados no local, inclusive bares, quiosques e restaurantes.
No final, foi servido
farto e variado coquetel, e houve a indispensável sessão de autógrafos. Nessa
parte tive a satisfação de apertar a mão de vários amigos, como a professora
Lindalva, que juntamente com seu marido, o comerciante José Francisco Cunha,
foi prestativa e bondosa vizinha de meus pais.
E tive a emoção de ver
uma pequena e bem conservada fotografia, trazida pela Gracinha (Maria das Graças Vieira da Silva), em que eu, com
apenas um ano de vida, estava no colo de minha saudosa mãe, ambos ladeados por
meu pai, parentes e amigos, todos jovens e bonitos.
Bravo, Elmar!
ResponderExcluirDivulgas tua aldeia, fala de tua terra, mostra o teu carinho pela tuas origens, és portanto um cidadão universal.
Itamar Costa
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirMeu caro Dr. Itamar,
ResponderExcluirVoltei a defender as minhas ideias referentes a Campo Maior, que você também passou a defender com muita ênfase e entusiasmo.
Estimado amigo Elmar,
ResponderExcluirParabéns pelo "Confissões de um Juiz", que nos brinda ricamente com a narrativa de suas andanças. A sua linguagem é um facilitador para o leitor viajar pelo vários mundos percorridos em sua obra. Abraços. Ben-Hur Sampaio
Caro Ben-Hur,
ResponderExcluirTenho a satisfação de tê-lo como um de nossos leitores, apesar de você se encontrar há muitos anos distante de nosso Piauí.
Abraço,
Elmar
Preciso falar com o nome amigo Por favor ligue quando possível 86 9997 97842 Toni Rodrigues
ResponderExcluir