Comentário à crônica Coração Partido
Estimado amigo Elmar Carvalho:
Li há pouco sua crônica "Coração partido, plena de
alusões pertinentes a autores exponenciais da literatura universal, com Pessoa,
Wilde, Shelley...
Vejo que o amigo anda mais ainda afiado na composição de suas
crônicas, anotações, lembranças, casos, histórias, enfim, tudo desaguando
limpidamente em linguagem cada vez mais bem trabalhada."
O que é mais curioso, à medida que está mais experiente, a meu ver, está também adquirindo aquele domínio tão sonhado pelos escritores, que é o de escrever com mais fluência, com maior capacidade de "domar" a linguagem. Isso, para mim, é amadurecimento da função da escrita de um prosador ou poeta, ou cronista, ou ensaísta, enfim, em qualquer gênero onde possa projetar o talento.
Isso é bom para V. e para a literatura que faz e regozijo dos
seus leitores.
Li seu discurso de recepção ao novo membro da APL, o amigo
comum Dílson Lages.
Com estilos diferentes, tanto na poesia de ambos quanto na
visão da vida, saí da leitura do seu discurso imaginando o encontro de dois
poetas que, no íntimo do labor do mais sublime dos gêneros literários - a
poesia - talvez se sintam mais à vontade de falar de poesia, ainda que em
ocasião solene de discurso acadêmico, no qual a tônica é exaltar, sem exageros,
o valor da obra do empossado e do panegírico dos ocupantes anteriores da mesma
cadeira. Foi o que V. fez, e o fez de maneira ajustada ao momento de necessário
brilho.
Após a leitura e a audição no site do Dílson, fiz, no espaço
reservado da página de destaque, um breve comentário que, até agora, não foi
liberado, a menos que eu tenha cometido alguma imperícia técnica no manuseio
digital.
Porém, aquele comentário foi feito sob o impulso de emoção da
leitura, quer dizer, foi escrito com a naturalidade com a qual desejava
externar a minha alegria da peça oratória. E me recordo de que muitas vezes,
por falha minha no manuseio do computador, se perderam várias observações que
já expendi a textos seus e de outros autores piauienses.
Espero, por conseguinte, que o comentário seja liberado a fim
de que lhe chegue ao conhecimento.
Algo bom está acontecendo com a literatura que produz em
prosa: em considerável quantidade de textos que V. tem postado no seu blog.
Sinto que há uma vontade febril de criar textos, de dedicar
grande parte de sua vida atual à literatura. Vejo isso com muita prazer.
Acredito que seja essa fase sua a da concentração na prosa.
V. é um intelectual que sabe respeitar a si mesmo na condição
de artista, assim como sabe ser um escritor cavalheiro em convívio harmonioso
com seus pares, neles encontrando o que seja mais específico e mais grandioso,
sem os sentimentos subalternos da inveja e daquilo que chamaria traição
literária.Esta enfermidade a encontramos em alguns escritores, no passado e no
presente, em qualquer parte, seja no estados mais pobres, seja nas metrópoles.
Penso que longe disso se posiciona a sua decência e compostura de autor.
O que mais deploro na vida literária é aquela traição acima
referida, e amiúde praticada até por bons escritores.Para mim, atitude dessa
natureza só diminui o valor de um escritor, de um artista,em qualquer plano da
Arte.
Sonegar reconhecimento de outrem, o qual lavra o mesmo
terreno, o literário, tem característica de perfídia, de papel de capadócio, de
apagamento de valores por meios de ações ilícitas no campo da literatura.
Quem pratica tais baixezas d'alma jamais será um escritor
genuíno, uma verdadeira vocação de escritor. E o tempo, só o tempo, cuidará de
silenciá-los devidamente.
Um forte abraço do
Cunha e Silva Filho
Conterrâneo Cunha Silva Fiho, faço minhas as suas palavras tão bem escritas em relação ao amadurecimento do Escritor Elmar Carvalho. A importância por ele dada ao tema: Síndrome do Coração Partido(Doença de Tokatsubo).
ResponderExcluirAlém de alertar aos estressados e à população como um todo, da existência da Síndrome.
Um abraço Itamar
Prezado Itamar, meu caro ilustre médico e conterrâneo
ResponderExcluirMuito lhe agradeço pelas palavras de compartilhamento de ideias com que me dirigiu acerca de um comentário meu da crônica de Elmar, "Coração partido."
Um grande abraço do
Cunha