terça-feira, 10 de maio de 2016

A Raposa e o Pau Doce


            A Raposa  e o Pau Doce

             Des. Valério Chaves
             Escritor, jornalista e articulista                    

             A raposa, faminta, caminhava à procura de alguma presa para matar a fome quando deparou-se com uma roça cheia de cana boa e doce.
            Parou, indecisa, mas resolveu pular a cerca e chupar alguns gomos de cana, sem perceber que o dono da roça estava escondido no alto de uma árvore para flagrar quem estava furtando suas canas todos os dias.
            Pensando estar sozinha no meio a tanta fartura, a raposa a cada mordida gritava bem alto: ô pau doce, ô pau doce…
            Até que, de repente, ouviu uma voz cavernosa vindo do alto que dizia: então é você, sua ladra, que vem aqui todos os dias aqui comer minhas canas? Vai se arrepender, agora. Como um raio, apareceu o dono, furioso, para pegar a pobre raposa faminta.
            Não sabendo direito para que rumo corresse, saiu em disparada por dentro do canavial, até que lembrou-se do amigo macaco, para quem apelou com toda força da garganta, pedindo por socorro:    
- Me acode amigo macaco, me acode…
Ao macaco, sabendo ser ele o verdadeiro ladrão de cana, só restou dizer, morrendo de medo:
            - Não sei porque nem para aonde está correndo, mas faz volta amiga raposa, faz volta, faz volta...
A raposa, já morta de cansada de tanto correr, apenas dizia:
            - Não tem tempo, não tem tempo, não tem tempo…

Moral da história. Quem se aventura pegar no alheio, a pretexto de matar a fome, corre o risco de perder vida e o apreço dos amigos.
            
            Teresina – maio de 2016               

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