A Raposa e o Pau Doce
Des. Valério Chaves
Escritor, jornalista e articulista
A raposa, faminta, caminhava à
procura de alguma presa para matar a fome quando deparou-se com uma roça cheia
de cana boa e doce.
Parou, indecisa, mas resolveu pular
a cerca e chupar alguns gomos de cana, sem perceber que o dono da roça estava
escondido no alto de uma árvore para flagrar quem estava furtando suas canas
todos os dias.
Pensando estar sozinha no meio a
tanta fartura, a raposa a cada mordida gritava bem alto: ô pau doce, ô pau
doce…
Até que, de repente, ouviu uma voz
cavernosa vindo do alto que dizia: então é você, sua ladra, que vem aqui todos
os dias aqui comer minhas canas? Vai se arrepender, agora. Como um raio, apareceu
o dono, furioso, para pegar a pobre raposa faminta.
Não sabendo direito para que rumo
corresse, saiu em disparada por dentro do canavial, até que lembrou-se do amigo
macaco, para quem apelou com toda força da garganta, pedindo por socorro:
- Me acode amigo macaco, me acode…
Ao macaco, sabendo ser ele o verdadeiro ladrão de cana, só
restou dizer, morrendo de medo:
- Não sei porque nem para aonde está
correndo, mas faz volta amiga raposa, faz volta, faz volta...
A raposa, já morta de cansada de tanto correr, apenas dizia:
- Não tem tempo, não tem tempo, não
tem tempo…
Moral da
história. Quem se aventura pegar no alheio, a pretexto de matar a fome, corre o
risco de perder vida e o apreço dos amigos.
Teresina – maio de 2016
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