VELHOS
AMIGOS
Everaldo Moreira Veras (1937 – 2011)
Tem
explicação: não é apenas a alegria
que veio
correndo me abraçar.
Não é, não!
Sim,
porque ouço vozes chamando,
lá no fundo do quintal:
ei, venha brincar comigo!
Também
chega, de mansinho,
o chiado da
torneira,
molhando a
grama do jardim, num chorar magoado.
Alguém
acorda o vento do sul,
trazendo
folhas amarelas e pedaços de amor
(uns verdes,
outros azuis).
Não sei...
acho que ainda resta qualquer coisa
do dia,
do céu de ontem — apenas qualquer coisa!
Pois
a diferença continua,
que hoje tem luz demais!
Vivendo.
Queimando.
Mas não
importa, não.
Este sol
assim, brigão, arrogante, falante
...é muito
meu amigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário