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POEMAS
PRAIANOS
Alcenor
Candeira Filho
I
de volta a terra ao sol da tarde
pós recolhidos vela e leme
mastro posto sobre popa e banco
remo rumo marítima orla
donde são vistos ao alcance d’olhos
entre serras
pescadas
cavalas
camurupins
tubarões
pequenos peixes agitados
fora dondas donde tirados
(presas de redes
presos
em redes)
aos pulos
amontoados
em
casco
sem
quilha
de
frágil
canoa
-
peixinhos submersos
em atmosférico ar
de afogados.
II
do mar
para a brasa
daí
para a mesa
toalha limpa
peixe no ponto
em branco posto prato
em cuja dourada borda
uma mosca pinta e borda.
III
sobre mesa
pós almoço
sobremesa
água e mosca.
IV
miniatura do corvo de Poe
tangida donde pousara há pouco
a mosca voa
mas volta
(mais vai
mais
volta)
e agora em beira de copo de cristal
bebe espuma de neve sobre cerveja
que mela língua lábio barba bigode
do solitário e solidário dono
da casa de praia coberta de palha
entre alvacentas e pequenas dunas.
Um poema e tanto, digno de uma análise à altura de sua maestria, Alcenor, voz firme e portentosa da poesia brasileira
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ResponderExcluirObrigado pelo comentário, mestre Cunha e Silva Filho. Alcenor.