A minha mãe
Antônio Chaves (1883 – 1938)
Tu, cuja prece aos céus por mim
se evola,
Tu és o alívio verdadeiro e santo
À grande mágoa que se desenrola
Dentro em meu peito trêmulo de
espanto.
Pobre de mim, em cuja face rola
O rosário tristíssimo do pranto,
Se não te ouvisse a voz que me
consola
E os sofrimentos meus veste de
encanto.
Graças a ti, ainda sinto alento
E vou rompendo, pálido e cansado,
Da vida o imenso e doloroso
trilho...
Sim, a ti que me tens no
pensamento,
E que não sabes, mãe, com que
cuidado
Vives guardada n’alma de teu
filho.
Fonte: Nebulosas, ed. APL/Coleção
Centenário, 2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário