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ZÉFIRO
Félix Pacheco (1879 – 1935)
Dorme quieta e feliz,
e, no seu sono,
Tudo que flui é delicado e leve.
A devassar-lhe o plácido abandono
Nem mesmo a luz, que é sua irmã, se atreve.
Ouço de longe arfar-lhe, cor de neve,
O seio virginal, camélia e trono.
Perpassa-lhe fugindo um sonho breve,
E eu de vê-la sorrir mais me apaixono.
Mas o quadrinho esfuma-se impreciso,
E esvai-se a sombra da divina face.
Aperto o olhar, e nada mais diviso.
Foi como se algum zéfiro passasse,
Na calma angelical do paraíso,
Brando, e gentil, e rápido, e fugace...
Fonte: Portal Antonio Miranda. Entretanto, fiz a atualização
ortográfica.
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