domingo, 20 de outubro de 2019

A Zona Planetária - Júpiter

Fonte: Google/Uol 


JÚPITER

Elmar Carvalho

As espirais vaporosas da nicotina
do éter das libações embriagantes
e dos vapores de rosas das mulheres
enovelam-se pelas amplas alcovas
onde o sexo ardia
            na pira sagrada
            na pira pirada
dos amores lascivos
de espasmos e gemidos
grunhidos e rugidos
e deixavam entrever
os vultos lânguidos e lascivos
onde as grandes luas de Júpiter
descreviam suas órbitas
nos colos aconchegantes
das mulheres afagadas
afogadas em desejos despertados.
Grande Júpiter tonante
a rugir nos alaridos
das tempestades do sexo
das paixões desenfreadas.
Quando a irmã Juno
ao incesto arrebatava,
o reinado da desordem
sem fronteiras dos malditos
aos quatro ventos proclamava.
Então, ao revés do antigo Mito,
a Quimera nascia das patas
e asas de Pégaso    pelos pélagos
cavalgado pelas Musas –
cavalo alado do sonho que
sonhava, do sonho de que
jorrava a fonte de Hipocrene.   

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