Rio Surubim. Foto: Elmar Carvalho |
OS RIOS
H. Dobal (1927 – 2008)
Ai rios do Piauí, água rica de
peixe
de couro e de escama.
De todos os rios sobra uma
cantiga
de bem viver. Um rio preguiçoso
se compraz no seu curso. Outro
rio
subterrâneo se afunda no peito.
Campo de areia, água viva nos
pés,
água pesada na memória.
Senhor das dimensões um rio segue
suas margens renovadas,
ribanceiras
movediças. Um rio move
seus habitantes, seus destinos.
Dodó das Cabeceiras
conhecedor dos rios
com eles aprendeu
a plenitude da vida.
Seu ritmo irregular um rio
instala
faz a sua própria força. Cava os
seus canais
seus tributários arrecada.
Água de beber, água de lavar,
água de nuvem, água do chão.
Móvel. Migrante. Um rio.
Jamais o mesmo.
Extraído do site
Alguma Poesia
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