Soneto XXVII
Ovídio Saraiva (1787 – 1852)
Vamos, querido bem, formosa
Alcina,
Nossas juras cumprir feitas a
tanto;
Quem teme o braço do alto Numen
Santo,
Aos votos que produz a fronte
inclina.
Aquela Garça, que o verdor faz
dina,
É do nosso prazer, do nosso
encanto;
Vai-se o Sol, vem da noite o
escuro manto,
Vamos, querido bem, formosa
Alcina.
Nenhum, nenhum Pastor da nossa
Aldeia
A notícia terá destes amores,
Pois de amantes é mãe a noite
feia.
Júpiter, se o souber, não muda as
cores;
Pois dous ternos mortais, que
amor enleia,
Nunca acenderam seus fatais
rigores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário