terça-feira, 24 de agosto de 2021

Cacá 70

Professora Amália do Espírito Santo Campos


Cacá 70


Carlos Rubem 


A professora Amália do Espírito Santo Campos, 97 anos, minha tia materna, curte a vida na paz do alto da sua lucidez e sensibilidade.


Após as abluções matinais, recolhe-se para rezar. Em suas orações, dentre outras pessoas, sempre suplica pela proteção do seu amigo João Cláudio Moreno, humorista e cantor. Diz que o JCM lembra muito o jeito histriônico do seu irmão Gerson Campos (1934 - 1973).


Em seguida, conduzida na sua cadeira de roda, toma seu café na maior tranquilidade. Assiste certo programa religioso na TV Rede Vida. Lá pelas 10h, se dirige à sua biblioteca onde ler livros e revistas, escreve cartas, cartões e bilhetes para gente do seu ciclo de amizade.


Maria do Carmo Ferreira de Carvalho, conhecida por Cacá, solteira, celebrou os seus 70 anos, no dia 21.07.2021. Com a morte de sua genitora, Dona Alina Ferraz, inesquecível dama, Cacá tem a tia Amália como sua mãe afetiva. Aliás, esta era contemporânea de Dona Alina na Escola Normal de Teresina, nos idos de quarenta. Amizade cultivada vida inteira. Pela passagem daquela data, a tia Amália mandou um presente para Cacá acompanhado de uma corbelha de flores.


A casa da Cacá é vizinha a do Sr. Oliveira Sinimbuh, falecido, pai de 08 filhos, dentre eles, a Ceicinha, viúva, residente em Fortaleza. No seu jardim há pés de bugarim, que brotam flores perfumosas. Aroma delicado, agradável.


Ao ensejo daquela efeméride, a Ceicinha Sinimbuh compôs um poema dedicado a Cacá, intitulado “Flor de bugarim”, um madrigal invocador de boas lembranças.


Recentemente, a Cacá disponibilizou a tia Amália uma cópia daquela poesia. Como forma de agradecimento pela atenção que lhe fora dispensada, a tia Amália escreveu, hoje (23.08.2021), uma carta à Cacá, na qual, com seu traço ora trêmulo — se sente encabulada por isso —, ressalta que “Também eu, Amália Campos, colega que fui de sua mãe Alina, participava do sentir do perfume do bugarim do seu jardim. Parabéns Cacá e por favor agradeça a Ceicinha Sinimbuh, poetisa, a sua poesia Cacá 70.”  

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