quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

AVISOS NÃO FALTARAM

 

Fonte: Google

AVISOS NÃO FALTARAM


Antônio Francisco Sousa – Auditor-Fiscal (afcsousa01@hotmail.com)

 

A primeira semana de dois mil e vinte e três começou e se concluiu de forma, surpreendentemente, turbulenta.

Intramuros, o gestor governamental, antes, talvez mesmo, das cerimônias de posse dos respectivos auxiliares e assessores, já havia publicado que pretendia recambiar boa parte do contingente de policiais militares cedidos à assembleia legislativa estadual, de modo a integrá-los ao policiamento ostensivo da cidade, que anda atravessando uma onda de violência que coloca o estado, estatisticamente, entre os mais violentos do país. O gestor legislativo, para não perder a oportunidade, e, claro, valorizar-se diante da situação que se prenunciava, demagogicamente, afirmaria que, com isso – a pretensa coercitiva requisição de pessoal por parte do poder executivo -, estaria colaborando com a segurança do estado. E disse mais: quem sabe, caso lhe permita o orçamento dos próximos exercícios, venha a fazer concurso para contratação de um novo e exclusivo quadro de policiais que comporiam a polícia do poder legislativo.

Considerando que domingo, dia oito, já seria o de início da segunda semana de janeiro, um fato que representou uma imitação barata do evento ocorrido após a eleição do atual presidente americano, provocada por baderneiros ianques, simpatizantes do candidato derrotado, denominado de Invasão do Capitólio  - prédio onde se instala, por lá, o congresso nacional -, teve lugar por aqui, quando arruaceiros contratados, aprendizes de terrorista, também, até onde se sabe, por discordarem, semelhantemente ao que aconteceu nos Estados Unidos, do resultado das eleições que destronaram o último presidente tupiniquim, covardemente, invadiram e depredaram vários recintos dos prédios que abrigam os três poderes da república (executivo, legislativo e judiciário), impondo prejuízos ao estado brasileiro.

                Bom relembrar-se que um aviso de uma grande baderna que estaria por acontecer, a fim de tentar impedir a posse do presidente eleito, dera-se ao final de dois mil e vinte e dois, patrocinada por um tresloucado cidadão, dito empresário, aprendiz de terrorista, atirador e colecionador de armas, vulgo, George Washington, que teria confeccionado e armado bombas em veículo que seria explodido, deixado nas proximidades do aeroporto brasiliense, com a finalidade de provocar um cenário capaz de obrigar as forças armadas a intervir, o que impediria, pelo menos, temporariamente, a posse do presidente recém-eleito. Para o bem de todos, menos do maluco, que, espera-se, seja, exemplarmente, condenado e muito bem preso, felizmente, malogrou a tentativa terrorista do idiota criminoso.

                O que não se entende é o que teria levado as instituições de segurança públicas, notadamente, as das áreas de inteligência do distrito federal, a, facilmente, se desligarem de uma situação que continuava sendo de grande ameaça ao estado democrático de direito brasileiro. Dormiram no ponto e agora terão que correr, literalmente, atrás dos prejuízos. Tomara, consigam identificar os criminosos que depredaram parte dos bens moveis, imóveis e obras de arte, constantes dos inventários dos três poderes da república, e a Justiça, em nome da sociedade, os faça pagar pelos danos causados.

                Em uma manifestação de grande apreço pela manutenção da lei e da ordem, nosso neófito gestor público, antenado que só, antecipando-se ao desenrolar dos próximos fatos, publicamente, comprometeu-se a, se for o caso, enviar agentes de segurança mafrensinos para ajudarem nos trabalhos de apuração dos crimes perpetrados na capital federal.

                Como, para o bem da democracia e da constitucional garantia plena, ampla e irrestrita, à liberdade de expressão de ideias e  pensamento, há aqueles que preferem perder um amigo a uma boa piada, já se ouve por ai que gente especializada não faltará ao gestor para enviar à Brasília auxiliar na apuração e elucidação dos fatos que culminaram com a invasão do “capitólio tupiniquim”, a praça dos três poderes: ele acaba de arrebanhar um bom plantel de profissionais de segurança egressos do poder legislativo local; além do fato de, agora, poderem servir ao governo federal, logo, ao país, a missão servirá, também, como de duro e efetivo treinamento, haja vista estarem retornando de um longo período de atividades, no mínimo, moderadas. Aos que forem, ou, se forem, boa sorte homens, bom trabalho, não economizem adrenalina. Como diz nossa história regional: o nordestino é, acima de tudo, um forte; e o hino do nosso estado alardeia: o primeiro que luta é o Piauí.

                Ah! Também por esses dias, desavisados desenterraram a demagógica lorota de divisão do Piauí. São Paulo e Rio Grande do Sul, quase do nosso tamanho; Minas Gerais e Bahia, bem maiores; Paraná, um pouco menor, todos muito mais ricos, não falam em divisão; os governantes conseguem administrá-los; nós precisamos de dois governadores, duas assembleias legislativas, dezenas de novas secretarias, diversos deputados e senadores, um novo poder judiciário, etc., etc., para cuidarem da mesma pobreza; ou esses iluminados acham que basta dividir para ficarmos ricos? Vamos trabalhar, gente!       

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