quinta-feira, 18 de maio de 2023

ESFINGIDOR

Fonte: Google


Por pura blague, no Grupo dos Poetas Mortais respondi a uma postagem pessoana com este poeminha:


ESFINGIDOR

O poeta é esfinge

E um grande simulador.

Enigmaticamente finge

Que não finge a dor

Da qual é o próprio causador.

 

A postagem do quarteto inicial do poema Autopsicografia já havia sido respondida pelo poeta Carlos Pontes, quando a respondi com o poeminha acima, que alguns poderão chamar de metapoema, intertextualização, paráfrase ou até mesmo paródia, embora esta última deva ter certa jocosidade.

Resolvi postar meu pequeno poema em minha lista de transmissão e em vários grupos literários de WhatsApp. Para minha grata surpresa, o minúsculo poema recebeu o elogio de várias pessoas e até pequenos comentários.

Transcrevo, abaixo, algumas dessas manifestações:

 

Meu dileto Confrade

El’mar.

 

 Que somos dissimulados

Fingimos a todo tempo

Sermos

Submisso e maltratados

Mais um arguto olhar

Curioso clinico abalizado

Provar-nos-á em seu rigor

Que em vez de presas

Somos o predador!

E somos os lobos

Dos próprios lobos

E célula fagocitando

Somos os únicos

Seres viventes

Que das dores que deveras sente

Fingidas ou não fingidas

 Fingimo-las dissimulando-as

Humanamente!

(Frederico Rebelo)

 

O poeta é um sofredor...

finge que é uma bela flor...

a paixão, a plena dor...

(José Luiz de Carvalho)

 

Poeta és, finge

Que causa dor,

Pois que fingir dor

É enigma maior

Do que “decifra-me

Ou te devoro”.

(Pedrinho Guitar)

 

E estou procurando percorrer o labor'into  de seus versos.

(Frederico Rebelo)

 

Achei por bem responder o seguinte ao amigo e poeta Frederico Rebelo: “Você é um novo Teseu e Dédalo e Édipo, e vai desgraçar tanto a Esfinge como o Minotauro. E vai revirar/desvendar o labirinto pelo verso e anverso.”

 

Você é um grande mestre dos Poetas.

(José Paraguassu)

 

A blague do Elmar, com base na famosa poesia de Fernando Pessoa, traduz um ensinamento digno do Pessoa.

Elmar não é um Pessoa, entanto, é uma pessoa possuidora de postura plenamente capaz de produzir obras de sensível beleza e sabedoria tanto quanto qualquer Poeta universal.

(Wilton Porto)  

 

Agradeço a todos os amigos que se manifestaram sobre meu micro poema, que escrevi despretensiosamente. Na verdade o escrevi, como disse, por pura brincadeira, e talvez como um exercício de criatividade.         

O amigo Antônio José Melo dos Santos, professor de Literatura e Português na Terra dos Carnaubais, me disse que iria usar o meu pequenino poema Esfingidor em sala de aula, para mostrar a seus alunos que a poesia ainda vive. Ou pelo menos sobrevive, digo eu.   

3 comentários:

  1. Caro Elmar. Produzir poesia, é, mais do que tudo, brincar com as palavras, de várias formas, tendo como matéria-prima coisas e fatos e atos e sentimentos do dia a dia. Caso nos tornemos muito sério, muitos leitores se nos escapam pelos dedos. Seu metapoema bem o prova
    Wilton Porto

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  2. Caro Wilton,
    Penso que uma pitada de humor, desde que não forçada, sempre enriquece uma peça literária.

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  3. Vc é miuito inteligente primo .parabéns .💚👍👍

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