Arte: Elmara Cristina |
Imagens (acima) produzidas pela AI App Remini |
Acima, duas das fotografias que foram enviadas para a AI |
A AI e minhas fotografias
Elmar Carvalho
Minha filha, com o uso do aplicativo Remini, modificou várias
fotografias minhas, umas de quando eu era jovem e outras atuais. Não tenho a
pretensão de explicar o que seja essa inteligência, mas acho de bom alvitre
transcrever abaixo o seguinte trecho de um texto que encontrei no site da UOL:
"A inteligência artificial é um campo da ciência da
computação que se dedica ao estudo e ao desenvolvimento de máquinas e programas
computacionais capazes de reproduzir o comportamento humano na tomada de
decisões e na realização de tarefas, desde as mais simples até as mais
complexas. É comumente referida pela sigla IA ou AI (em inglês,
artificial intelligence)."
Na sequência da matéria, colhi a informação de que ela
começou a se expandir de forma definitiva nos anos 1950, e que pode ser
classificada, quanto à sua capacidade, como Inteligência artificial limitada
(ou estreita), inteligência artificial geral e superinteligência artificial. Daí
em diante teve grande impulso graças a
novas descobertas e avanços no campo da ciência da computação, da robótica e da
inteligência artificial. Com a descoberta dos algoritmos, o ser humano pode
interagir com a IA.
Deixarei de lado essas breves e superficiais explicações, e
entrarei no mérito do que realmente desejo falar. A Elmara Cristina aprendeu a
usar, como eu disse, o aplicativo da Remini, e o “abasteceu” com oito fotografias
minhas, de diferentes idades, para que a AI “criasse” imagens, tomando-lhes
como ponto de partida.
Pelo que pude notar e compreender, vendo essas criações, que
a Elmara me apresentou, a AI pode fazer várias modificações, manipulações ou intervenções
nas fotografias, de acordo com as opções que o usuário do App escolheu.
Dessa forma, o operador pode escolher um cenário de paisagem
rural ou outro qualquer, um tipo de roupa, entre as disponíveis, sua cor, sua
estampa, e até mesmo a cor dos cabelos ou do tipo racial. Pelo que pude notar,
a AI pode tornar mais definida as rugas, as sobrancelhas, assim como as expressões
faciais, que podem se tornar risonhas ou sérias, e até mesmo carrancudas. Não
sei se chega a tornar mais simétrico um rosto, o que sempre poderia ser
considerado como um fator de aumento da beleza.
Algumas das imagens criadas pela AI me agradaram, não pelo
fato de me rejuvenescerem ou me tornarem, digamos, mais bonito, mas porque
foram mais fieis à minha imagem real de hoje ou de antigamente, conforme o
caso. Outras, simplesmente, as achei estranhas, como se fossem de um sósia, de
uma pessoa muito parecida comigo, mas não desta pessoa, que estas linhas
escreve.
Não sei a que ponto chegaremos. Quais os limites da ética nesse
tipo de uso da AI. Nem se o desemprego virá a reboque dessa revolução tecnológica.
Anos atrás escrevi um conto sobre uma inteligência artificial, imersa em
profundo sofrimento, e que só desejava morrer, como a Sibila de Cumas.
Contudo, não sei o que poderia acontecer se uma AI passasse a
ter sentimentos, como amor e ódio, e vontade própria para ter as suas próprias iniciativas
e decisões, inclusive a de ser desobediente à sua programação original. E se
tivesse um corpo próprio, capaz de usar os nossos objetos e tecnologias, como
uma arma, por exemplo?
Isso me faz lembrar a Bíblia, e o caso de Eva e Adão, e ainda
mais a rebelião dos anjos contra o Criador, movidos por ciúme ou inveja.
A Elmara trabalhou com maestria e, digamos, deu uma forcinha para o paizão se candidatar a uma vaga no próximo remake do filme Matrix. Legal, meu caro Poeta.
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