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A FOME
Sempre tereis pobres entre vós (Mc 14:7)
Quem tapa os ouvidos ao clamor do pobre também clamará e não será ouvido (Provérbios, 21:13)
Elmar Carvalho
I
a fome
que come
e consome
o “home”
mora
em sua víscera sonora
e o
devora
como uma flora
cancerosa
rosa carnívora
que aflora
e o deflora
de dentro para fora.
II
a fome é tanta
e tanto espanta
que o ex-grevista de fome
hoje é grevista com fome
– ou melhor – desempregado
pregado na miséria
de
ser gado sub/ju/gado
fis/gado vis/gado
k/gado
(*) Este poema é anterior a 1985, uma vez que é citado no prefácio de Assis Brasil ao livro Poemágico - a nova alquimia, que teve a participação dos poetas Paulo Véras, Alcenor Candeira Filho, V. de Araújo, Jorge Carvalho e Elmar Carvalho, publicado em 1985, através da Secretaria de Cultura do Estado do Piauí - Projeto Petrônio Portella.
Além do conteúdo, que é magistral e chocante na sua realidade, ainda a estrutura do poema, no belo jogo de palavras, sintonizando o congraçamento com a poesia concreta.
ResponderExcluirUm belo poema
Wilton Porto
Poeta maior
ResponderExcluirMuito obrigado, Des. Santana, magistrado maior e pessoa de minha amizade e admiração.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirComparando seus poemas de antanho com os mais recentes, observo que só ganhou em experiência, porque o talento é o mesmo!!!
ResponderExcluirEita! Muito obrigado.
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