Antonio Francisco da Costa e Silva, o maior poeta telúrico do Piauí, nasceu em Amarante a 23 de novembro de 1885. Estudou o primário em sua terra e partiu para o Recife, onde cursou Direito. Ingressou no Ministério da Fazenda, depois de concurso, onde serviu como fiscal do Tesouro Nacional. Nesse cargo percorreu São Luís, Manaus, Porto Alegre e São Paulo, onde, após os períodos da Revolução de 1930, tratou de regularizar as emissões de bônus criados pelo Governo Central.
A poesia de Da Costa e Silva assenta-se em duas escolas: Simbolista, interpretada nos poemas de Sangue, e Parnasiana, que determinou a fixação de seus poemas. Apreciado poeta do seu tampo, Da Costa e Silva é a maior força da poesia telúrica do Piauí. Sobre ele assim se expressa Silveira Bueno: "Se o primeiro livro (Sangue, 1908) ainda oferecia alguma influência simbolista, já no segundo (Zodíaco) se firmava como verdadeiro parnasianismo, com reflexos de Verhaeren. Foi a melhor obra de toda a sua produção." Silveira Bueno conheceu Da Costa e Silva em São Paulo, comentando mais tarde em História da Literatura Luso-Brasileira (Edição Saraiva, 1968) que o cantor de Amarante e Saudade tinha traços vincados de mongolóide, e já estava doente por este tempo. Para Wagner Ribeiro "a poesia de Da Costa e Silva traz luminosa exaltação e um inebriamento comunicativo". Mário Rodrigues chega a compará-lo em grandeza com Edgar Allan Poe, Cruz e Sousa e Álvaro de Azevedo. Arimathéa Tito Filho define-o como "alta afirmação da poesia simbolista nacional".
(*) Texto e ilustração de João de Deus Netto
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