quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Pérolas violeta lançadas ao tempo


Fonseca Neto


Ele destampou um baú e liberou às incensações do tempo um milhão de pérolas. E você já as viu nos dons e tons violeta?
Baú de Pérolas”, livro de Nicolau Waquim Neto, vai ganhando corações e mentes, desde que, há alguns dias, foi lançado em Timon e dado a correr o mundo.  
Neto é um poeta, pois é escritor esmerado, conferindo corpo a essa obra com material colhido de entre o chão comum de nossas vivências e as vibrações da inteligência que lampejam no cosmos.
O livro, e as fractais luminosas dos pensares que plasma mansamente e cintila, constituem, todos, um corpo quase visceral de labor pensante. Labor que revela as projeções da mente de um homem entregue e parece que totalmente absorto na contemplação das sendas chãs, à frente, daquela espécie de horizonte que a perspectiva do olhar humano parece estreitar e as larguezas dos céus, em tudo, e esperançosas, animam a seguir.
Sem brilho, não vivem as estrelas; sem poesia, não existem os céus...”: este aforismo, capturado do movimento de timbres profundos das culturas que fecundam e nutrem o devir com o sêmem do tempo, reponta, nele, qual um proclama do elixir da vida. 
Todos os viventes no tempo sabem que os raios solar-estelares sopram a energia da vida comum. Ou qual seria o sentido de todos os seres vívicos, dos chamados reinos animal e vegetal, festejarem o sol-luz como seu deus-criador, razão atemporal? Assim, por que viveriam as estrelas de qualquer grandeza se não fossem incumbidas de criar mundos sensíveis? Ora, o que são os céus? O sabem os que se erguem românticos a ler as memórias dos filhos da luz e os chegados às decifrações do deeneá daquele sementeiro do tempo.
As pérolas que nos dá Waquim Neto em seu novo livro – e antecipa vislumbres de novas obras –, guiam-nos na busca dos bons propósitos; admoestam. Um libelo filosofal? Sem o vezo peremptório e algo sôfrego dos que se faz em sede das acusações nos ritos das leis triviais. Ele é um ilustrado membro do Ministério Público do Maranhão, todavia, as sensações que lavrou, tal se sente em lê-lo, o fez na face das pérolas, mais insculpindo que escriturando.
O livro vem enriquecido com textos-apreciações de amigos do autor que testemunham seu itinerário. De um de deles, José Soares de Albuquerque, recorte-se o trecho em que observa que Neto “faz da Humanidade a sua própria família e das letras o seu melhor alimento” e que seus “aforismos são verdadeiras pérolas do pensamento...”.
Bernadete Maria de Andrade Ferraz, que igualmente o secunda em doce texto às páginas 505/506, alude à “universalidade cósmica” do autor, lembrando sua mente “sempre conclusiva e sublimada”. “Quem nada escreve, da Humanidade se faz ausente”: Bernadete encorpa sua nota posfacial de “Baú de Pérolas”, timbrando essa assertiva do próprio Neto, para significar ainda mais o valor dessa aspersão de pérolas literárias, por sobre Timon, Teresina, e o ecúmeno, cálidas moradas de nossa finitude. 
O livro é escancaradamente um tributo a Chagas Rodrigues, homem público exemplar, homenagem respeitosa, pois ambos, Chagas e Neto, engrandecem-se por esse cultivar, comum, de sentido e vivência.
Nicolau Waquim Neto nasceu em Teresina, s. à rua Riachuelo. Aqui estudou, e também em Timon: nesta cidade maranhense se fez próximo do padre Delfino Júnior, que por décadas operariou a paróquia de São José e também tem parte privilegiada nas suas iluminações. Filho de Violeta e José Waquim, seu corpo e mente são território e intelecto e têm a ver com o país das mil e uma noites de maravilhas.
Estudou o futuro Promotor de Justiça, W. Neto, no velho “Colégio Domício”, passou pelo Liceu Piauiense e se fez bacharel na Faculdade de Direito do Piauí. Timon e Teresina assistem-lhe o solene vozerio poético lapidado em escorreita letração. 
Talhado para as entidades acadêmicas, animou a fundação e preside a Academia de Letras, Artes e Ecologia do Leste Maranhense.

Um comentário:

  1. Parabéns ap Professor e Acadêmico Fonseca Neto. O Acadêmico Nicolau Waquim foi bastante feliz ao escrever este livro. O fator preponderante é a ligação,amizade e fidelidade ao Ex-governador Chagas Rodrigues( não vemos mais isso nos dias atuais em que pessoas da mais alta influência nos últimos governos, tanto do Ex-governador Mão Santa, quanto do ex-governador Hugo Napoleão, hoje não lembram quase nada dos seus amigos governantes.
    Nicolau Waquim, é membro efetivo da ALLCHE(Academia Longaense de Letras Cultura História e ecologia).
    Um abraço José Itamar (Cardiologista)

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