O
TRABALHO HUMANO
Jacob
Fortes
Comum
é ouvir-se, durante a engorda do cotidiano brasileiro, que o
trabalho humano é a atividade por meio da qual o homem, no exercício
de suas forças físicas ou mentais, consegue obter recursos para
prover a si e aqueles por quem é responsável. Esse entendimento
simplista alude apenas ao efeito mais imediato do trabalho: a
remuneração. Ainda que parcialmente verdadeiro, esse entendimento
não reflete o conjunto de benefícios que o trabalho é capaz de
propiciar às pessoas. Mesmo quando sob o regime filantrópico, o
trabalho oferece muitas contrapartidas, nem sempre percebidas por
todos os olhos. A remuneração não é o único fruto que o trabalho
proporciona às pessoas, mas, principalmente, o que elas se tornam
através dele. É por meio do trabalho que as pessoas se qualificam,
desenvolvem os seus talentos, aperfeiçoam suas dimensões
interpessoais, agregam hábitos salutares de convivência grupal, de
etiqueta social, fortalecem comportamentos éticos, aprendem até
mesmo a usar um talher, quando das refeições nos locais de
trabalho. Enfim, as pessoas evoluem em todas as dimensões: técnica,
administrativa, interpessoal, espiritual, patrimonial, ética, etc. O
trabalho, como meio de satisfação pessoal, é o santo sacrifício
que, além de dignificar, é responsável pela prosperidade das
pessoas e de comunidades.
O
valor do trabalho não se mede por sua rotulação: qualificado,
semiqualificado ou não qualificado, mas pela perfeição com que é
executado. Assim como o trabalho é um dever inelutável também é
direito que assiste ao homem, conforme Declaração Universal dos
Direitos Humanos.
À
luz do cristianismo, o trabalho se funda numa dupla predestinação
do homem: completar a obra criadora, valendo-se das esplêndidas
potencialidades da natureza; realizar a sua própria plenitude,
exercitando as suas energias físicas e espirituais.
Preceito
bíblico, Gênesis, preconiza que “o homem comerá o pão com o
suor do próprio rosto”. O suor, no caso, tem o pressuposto de
valorizar tudo aquilo que o homem adquire ou realiza. Dessa premissa,
no entanto, discrepam os corruptos; preferem comer o pão adquirido
com suor alheio. Os corruptos se comportam aos moldes do Chupim: em
vez de construir o seu próprio ninho, à sorrelfa põe os seus ovos
nos ninhos alheios para que os filhotes sejam criados por pais
adotivos. Enquanto os pais adotivos, por vezes o apoucado tico-tico,
trabalham em regime extraordinário para alimentar os filhotes
grandalhões, os pais biológicos esvoaçam livres e frajolas
desfrutando das delícias da vida, à custa dos outros. “Quando os
homens são puros, as leis são desnecessárias, quando são
corruptos, as leis são inúteis.” (Benjamin Disraeli).
Que
o labor do País prossiga sob o manto da retidão; consciência sã é
refúgio seguro quando nela não se homizia nada que a reprove.
Nenhum comentário:
Postar um comentário