segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Com Elmar Carvalho, na “Toca do Velho Monge”


Paulo de Tarso Mendes de Souza, Natim Freitas, Canindé Correia, Zico, José Hamilton Castelo Branco, Elmar e Fátima Carvalho
Elmar visto pelo chargista e flamenguista Gervásio Castro


Com Elmar Carvalho, na “Toca do Velho Monge”

Dagoberto Carvalho Jr.
Da Academia Piauiense de Letras

Encontro-me, reencontro com o poeta, “doutor-juiz”, confrade na ilustre Casa de Lucídio Freitas,José Elmar de Melo Carvalho, piauiensemente, na “Toca do Velho Monge”. Não em sua poética casa de campo – ou, talvez, só “refugiumpecatorum” (como sofrem, ou às musas, de corpo e alma, se entregam os poetas –,no sítio Filomena, à margem idílica de nosso eterno e inspirador Paraguassu; mas no novo livro que lhe toma o nome e as saudades da vida inteira, reunindo crônicas que “sabem”(dizemos portugueses referindo-se a “sabor”), à boa linguagem poética.
Conhecemo-nos bem antes da “Toca” de que se fala e exalta onde, decerto, Elmar viverá “a esperança de óculos” – como na letra (Zé Rodrix / Tavito), de bela canção interpretada por Elis Regina –; antes da magistratura profissional (que abraçou com dignidade e o levou a Oeiras) e da chegada do poeta (cedo consagrado) à Academia Piauiense de Letras, com o voto do cronista que se antecipava confrade, na ilustre casa; por apresentação do escritor Antônio Reinaldo Soares Filho,meu cunhado e amigo de ambos.Autografei-lhe, então, exemplar de “Passeio a Oeiras”; livro de cuja sexta e mais recente edição foi prefaciador. Belo texto datado de São Gonçalo da Regeneração.
Velha-cap que seria segunda terra do poeta campomaiorense, sua “cidade da memória”, porquanto ali, inspirado, escreveu “Noturno de Oeiras”, livro-poema que lhe garante a conterraneidade de que muito nos orgulhamos – os oeirenses todos – e o elevado conceito humano e literário em que sempre o tivemos. “Noturno” a que não me deixo de associar pelo motivo, mesmo, de nossos livros basilares;que teve edição apresentada na cidade em dezembro de 2010, no IBENS, pelo também escritor Moisés Reis. Não por acaso no encerramento do ano em que fui homenageado pelo projeto “De poeta, músico e louco, em Oeiras todos tem um pouco”. Sobre o evento, escrevi “Moisés Reis, Elmar e o Natal de Oeiras”, incluído no meu “De lembrança em lembrança – Eça de Queiroz e outras memórias”.
Por lá também apareceu como editor e apresentador de livro de ensaios de Expedito Rêgo, registrada – na quarta capa – modesta opinião do signatário. Estive presente à merecida festa literária.
Mas, voltando e prendendo-me ao novo livro de Elmar Carvalho – renovada a admiração de leitor com pretensão e lentes de crítico – destaco, além, naturalmente, do texto sobre o “mafrensino” Riacho da Mocha, os títulos: “Rio Parnaíba: problemas e soluções”, “Lagoa do Portinho – uma morte anunciada”, “Preservação e revitalização do
Rio Parnaíba”, “Cemitério Velho – museu e memorial” e “O sonho de Lauro: a ferrovia, o rio e o porto”. Literatura com responsabilidade social.
Bem haja meu caro poeta!

Fonte: Diário do Povo (Opinião), Teresina, 16 de agosto de 2015

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