ENCONTROS E REENCONTROS NO CAFUNDÓ
Elmar Carvalho
Mais uma vez estive no sítio Cafundó. Mais uma vez foi um dia
muito agradável. Os seus proprietários, os amigos José Luís Carvalho do Vale e
sua esposa Francilene, nos receberam de forma inexcedível, com a lhaneza de
sempre. A cerveja não estava estupidamente gelada, pois isso seria simplesmente
estupidez. Estava no ponto certo: um leve véu de noiva recobria as garrafas.
Outros diriam que elas se assemelhavam a um níveo pescoço de águia americana. O
churrasco de carneiro made in Cafundó, cevado com boa pastagem e ração, era um
verdadeiro manjar dos deuses olímpicos.
Além dos
anfitriões, estavam presentes os seus familiares (sanguíneos e por afinidade)
Antônio Neto Bringel, Roberta Bringel, Danilo Costa, Sônia Marques, Ana
Carolina e Pedro Faust. Também compareceram José Carlos Fontenele e sua esposa
Regina, a filha Carla e seu namorado Júnior; José Francisco Marques, sua esposa
Rosinha e o filho Júlio, ao qual, em pronúncia espanhola, costumo chamar de Julio
Iglesias. Foi uma espécie de reencontro com o Zé Carlos, pois ele foi meu
colega do curso de Direito (UFPI), na década de 1980, e Fátima, minha mulher, o
conhecia desde Parnaíba, quando ambos cursaram o segundo grau.
Zé Francisco
cantou belas melodias, algumas da Jovem Guarda, outras da mais seleta MPB,
acompanhando-se com toda maestria ao violão. O Zé Luís, de forma exímia, fez a
percussão, e o Zé Carlos exibiu os seus dotes de cantor. Amante da boa música,
mas não tendo dom musical, limitei-me a aplaudir os melódicos amigos. Um deles
observou que nós quatro tínhamos José como primeiro prenome, de sorte que foi
um encontro de Zés, como só acontece na Paraíba.
Zé Luís
propôs uma rodada de pequenos discursos, em que inevitavelmente houve uma
verdadeira “troca de confetes”, com enaltecimentos recíprocos. Afinal, todos
éramos amigos, e não amigos da onça. Entretanto, lembramos e homenageamos os
saudosos Gerson Marques, pai de Zé Francisco e amigo dileto de meu pai, e Júlio
Carvalho do Vale, médico humanitário e caridoso na verdadeira acepção do termo,
irmão de Zé Luís.
Fiz uma rápida sessão de autógrafo,
ao destinar o livro “Retrato de meu pai” a vários presentes (e ausentes).
Alcunhei o José Luís Carvalho do Vale, pelos seus atributos de perfeito
anfitrião, estilizando a pronúncia do l, de “o último fidalgo”, cujo título
nobiliárquico mereceu a concordância de todos. Zé Carlos, templário eminente da
Confraria do Cafundó, sugeriu a realização, numa noite de plenilúnio, do que
denominou “Cafundó Night”. A proposição mereceu acolhida unânime dos confrades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário