LIVROS SOBRE PARNAÍBA
Alcenor Candeira Filho
Com o nome
de “Livros Básicos Sobre Parnaíba”, este trabalho foi publicado pela primeira
vez em 1998 no livro de minha autoria MEMORIAL DA CIDADE AMIGA.
Agora (re))aparece
revisto e acrescido de
referências a 27 livros não mencionados
anteriormente, quase todos publicados
pela primeira vez no século XXI.
Os livros
aqui relacionados e comentados em forma de resenha e em ordem cronológica referem-se direta ou indiretamente a Parnaíba
em todas as suas páginas ou na maioria
delas.
As obras foram citadas sem qualquer critério
seletivo, mas levando em conta que , segundo a UNESCO, livro é“uma publicação
impressa, não periódica, que conste de no mínimo 56 páginas, sem contar as
capas”.
Em termos de
texto escrito, a memória histórico-cultural da Parnaíba está dispersa em
jornais, revistas, anuários e livros, conservados em poucas bibliotecas e em
arquivos públicos e particulares.
Sem a
pretensão de oferecer uma listagem completa, passo a relacionar os principais
livros que retratam fatos e pessoas da cidade, segundo um enfoque histórico e
literário.
PRIMEIRA PARTE:E N F O Q U E H I S T Ó R I C O
Excluídas as
referências constantes das obras básicas da historiografia piauiense (F. A.
Pereira da Costa, José Martins Pereira de Alencastre, Odilon Nunes, Monsenhor
Chaves, Wilson Brandão e outros), os principais textos sobre a história da
Parnaíba estão nos seguintes livros:
01. HISTORIOGRAFIA
- O LIVRO DO
CENTENÁRIO DE PARNAÍBA (Benedicto Jonas Correia e Benedicto dos Santos Lima,
420 p.): importante documentário que
compreende estudos históricos, corográficos,
estatísticos e sociais do município, no período de 1844 a 1944. A obra
apresenta quatro partes: a primeira focaliza aspectos gerais da Parnaíba
(notícia histórica, descrição física, situação política, organização
administrativa, situação econômica, educativa e associativa); a segunda –
“Parnaíba do Pensamento e do Trabalho – reúne artigos de intelectuais
parnaibanos; a terceira contém informações diversas sobre o centenário da
cidade e a quarta parte reporta-se ao comércio e à indústria da Parnaíba
(Gráfica Americana, Parnaíba, 1945).
- HISTÓRIA
ADMINISTRATIVA DA PARNAÍBA (Lauro Andrade Correia, 134 p.): focaliza com
riqueza de detalhes as realizações do governo municipal- gestão Lauro Correia - no
período de 1963 a 1966, considerada a primeira administração planejada em
território piauiense, através dos Planos Quinquenal, Diretor e Urbanístico, bem
como dos Códigos de Posturas, de Obras e Tributário.
Outras
realizações imateriaisou não: oficialização do Hino da Parnaíba e de outros
Símbolos Municipais: Bandeira, Armas e Selos; aquisição de sede própria para
a Prefeitura; implantação do serviço de
abastecimento d’água tratada e canalizada; construção do Centro Cívico (Gráfica Americana, Parnaíba,
1967).
- PARNAÍBA:
CADA RUA SUA HISTÓRIA (Caio Passos, 360 p.): obra que encerra interessantes
revelações sobre a história da Parnaíba, a partir do nome de seus logradouros. O
livro se divide em quatro partes, com informações detalhadas sobre os nomes de
bairros, praças, avenidas e ruas da cidade (Imprensa Oficial do Ceará,
Fortaleza 1982).
-JOSÉ
FRANCISCO DE MIRANDA OSÓRIO E SEUS DESCENDENTES (Maria Luíza Motta de Menezes, 178 p.): além de anotações
genealógicas, o livro contém informações sobre o coronel José Francisco de
Miranda Osório, que constituiu família em Parnaíba e
residiu no Sobrado Vista Alegre (vizinho da Casa Grande de Simplício Dias), entre a rua
Monsenhor Joaquim Lopes e a avenida Presidente
Vargas (Editora Henriqueta
Galeno, Fortaleza, 1980).
- PARNAÍBA
(Judith Santana, 159 p.): focaliza a história da Parnaíba , dando ênfase a
pessoas que se destacaram na atividade
política, econômica e social (COMEPI, Teresina, 1983).
- PARNAÍBA,
MINHA TERRA (Maria da Penha Fonte e Silva, 248 p.): registra objetivamente
aspectos geográficos, estatísticos, históricos, administrativos, culturais, educacionais, turísticos,
econômicos e sociais da Parnaíba, finalizando com 78 curiosidades sobre a terra
de Simplício Dias da Silva (Edição da autora, Parnaíba, 1987).
- O PAPEL DA
IGREJA NA COLONIZAÇÃO DO NORTE DO PIAUÍ (José da Guia Marques, 48 p.): trabalho
histórico acerca das origens da Parnaíba e do norte do Piauí, objetivando
“resgatara memória perigosa e subversiva dos massacres indígenas (...) e da postura da Igreja na época”
(Secretaria Estadual da Cultura/ Fundação Cultural do Piauí, Teresina, 1987).
- ECONOMIA
PARNAIBANA: ASPECTOS MACRO E MICROECONÔMICOS (Francisco Pereira da Silva Filho,
170 p.): obra técnica indispensável aos estudiosos dos problemas sócio-econômicos
da cidade de Parnaíba (editora da Gráfica da Universidade Federal do Piauí,
Teresina, 1993).
BENEDICTO
DOS SANTOS LIMA: INTELECTUAL AUTODIDATA (Org.: O. L. dos Santos): edição
comemorativa do primeiro centenário de nascimento de Benedicto dos Santos Lima,
o Bembem.
O livro é
apresentado por Orphila Lima dos Santos e reúne artigos de intelectuais que
escreveram sobre o fundador do ALMANAQUE DA PARNAÍBA (Folha Carioca Editora,
Rio de Janeiro, 1993).
-
MUNICIPALIZAÇÃO E EDUCAÇÃO SANITÁRIA (Juarez de Queiroz Campos, Valdir Edson
Soares, Ilvanete Tavares Beltrão, Carmen Clark Pires , José Domingos de Almeida
Souza e coordenação de Silvana Maria Aragão Vieira, 160 p. ): estudo científico
sobre a saúde sanitária em Parnaíba, apresentando os seguintes títulos: I.
Educação Sanitária e Comunicação;II. Diagnóstico de Saúde do Município de
Parnaíba;III. Municipalização da Saúde-
A Experiência de Parnaíba; IV. A
Influência da Desinformação na Má Qualidade de Vida do Morador do Bairro
Catanduvas do Município de Parnaíba;V. Elementos de Estatísticas (Editora
JOTACÊ, São Paulo, 1995).
-A PARNAÍBA COLONIAL E IMPERIAL (Iweltman Mendes, 90 p.):
cronologia da Parnaíba (1500 a 1889), com aproximadamente seiscentas
informações objetivas sobre fatos da época colonial e imperial que se acham
dispersos, pulverizados em livros, documentos e jornais (Gráfica da
Universidade Federal do Piauí, Teresina, 1996).
- HISTÓRIA
DO TEATRO EM PARNAÍBA: 1898 a 1999 (Rozenilda Castro 113 p. ): obra dividida em
duas partes: a primeira – “O Teatro na Comunidade” – refere-se às peças
escritas e dirigidas por Luís de Moraes Correia em 1898, passando pelo teatro
nas residências aos dias de hoje; a
segunda – “O Teatro no SESC – trata da trajetória teatral da instituição a
partir dos anos 50 ( Rozenilda Castro, Parnaíba, 2000).
- PARNAÍBA:
EDUCAÇÃO E SOCIEDADE (Francisco Iweltman Vasconcelos Mendes, 124 p.): o
professor e historiador Iweltman Mendes, autor de outros livros sobre a
história da Parnaíba e do Piauí, declara a propósito desta obra: “Se o resgate
da história da educação do Piauí como um todo é importante, julgo a
elucidação de como se processou o ensino
na cidade de Parnaíba uma necessária contribuição para uma abordagem mais
completa sobre a educação no Estado. Propomos, portanto, pesquisá-la em uma comunidade que liderou a
economia por mais de um século e representou o fiel da balança nas mais
importantes decisões políticas estaduais”(UFPI, Teresina, 2001).
- PARNAÍBA:
O ESPAÇO E O TEMPO (Elita Araújo, 205 p.): livro que encerra uma visão
panorâmica da Parnaíba através de alusões a figuras bizarras, barqueiros do
Parnaíba, pessoas de destaque na sociedade, logradouros,Pedra do Sal, Delta do
Parnaíba, rio Parnaíba, Catedral de Nossa Senhora da Graça, Academia Parnaibana
de Letras (SIEART, Parnaíba, 2002).
- JOAQUIM
CUSTÓDIO E UM ENSAIO SOBRE A EDUCAÇÃO EM PARNAÍBA (Sólima Genuína, 111 p.):
livro que presta justa homenagem ao educador Joaquim Custódio, que serviu
durante décadas ao ensino em Parnaíba, tendo dirigido o Ginásio São Luís Gonzaga
e o Ginásio Clóvis Salgado.
Completam o
volume artigos sobre vários assuntos vinculados à educação na cidade
(Edigraphique, Parnaíba, 2004).
- PARNAÍBA
QUE EU VI (José Nelson de Carvalho Pires, 90 p.): obra que se reporta às
primeiras famílias chegadas em Parnaíba, enfatizando nomes de destaque na
política, no comércio e na educação da cidade(Edição do autor, Parnaíba 2005).
-
PERSONALIDADES ATUANTES DA HISTÓRIA DE PARNAÍBA ONTEM E HOJE (Aldenora Mendes
Moreira, 439 p.): a autora homenageia no livro dezenas de pessoas que
contribuíram para o desenvolvimento de “uma Parnaíba histórica e de grandes
feitos patrióticos” (Edição da autora, Parnaíba, s/d.).
- O CRIME DA
PRAÇA DA GRAÇA (Alcenor Candeira Filho, 81 p.): livro em prosa e verso que
trata do assassinato de Alcenor Rodrigues Candeira em 11 de outubro de 1959
(SIEART, Parnaíba, 2008).
- PARNAÍBA
DE A a Z: GUIA AFETIVO (org. : José de Nicodemos Alves Ramos, 172 p.):
excelente edição bilíngue (Português e Inglês), com textos de vários autores e
fotografias de Paulo Roberto de Melo Freitas.
O livro
destaca aspectos históricos, geográficos, turísticos, culturais e
arquitetônicos da Parnaíba (Multicultural Arte e Comunicação, Brasília, 2008).
- PARNAÍBA
NA HISTÓRIA DA AVIAÇÃO : NA LINHA NEW YORK, BUENOS AIRES COM ESCALA EM
PARNAHYBA PARA ÁGUAS DO RIO IGARAÇU EM 1929 (João Tércio Solano Lopes, 224 p.):
obra que se propõe resgatar os primórdios da aviação em Parnaíba, com
informações sobre acontecimentos, desde 1930,
ainda no Campo de Aviação do Catanduvas (Gráfica Melo, Parnaíba, 2010).
- ZPEs
(ZONAS DE PROCESSAMENTO DE EXPORTAÇÃO ) DE SHANNON A PARNAHYBA (Renato Santos
Júnior, 288 p.): obra prefaciada pelo presidente da ABRAZPE, Helson Braga, que
diz: “As ZPEs constituem um dos mais transversais e impactantes instrumentos de
política econômica revelados pela experiência internacional. Elas desempenham
papel importante para a atração de investimentos, para a geração de empregos,
para o reforço do balanço de pagamentos, para a correção de desequilíbrios regionais e para a difusão de novas
tecnologias e práticas mais modernas de gestão” (SIEART, Parnaíba, 2012).
- O
ECLETISMO PARNAIBANO: HIBRIDISMO E TRADUÇÃO CULTURAL NA PAISAGEM DA CIDADE NA
PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX (Neuza Brito de Arêa Leão Melo, 228 p.): livro
que através de textos e fotografias revela a riqueza arquitetônica do centro
histórico parnaibano: edificações coloniais,
neoclássicas e modernas, com
seus bangalôs, chalés, castelos, casas neocoloniais térreas ou com dois
pavimentos.
Leitura
indispensável para quem ama a Parnaíba (EDUFPI, Teresina 2013).
-A ESCOLA DE
APRENDIZES MARINHEIROS DE PARNAÍBA (Rozenilda Castro, 222 p.): interessante
livro sobre a Escola de Aprendizes Marinheiros de Parnaíba, instituição
educativa vinclada à Companhia de Aprendizes Marinheiros do Piauí e que
funcionou no período de 1874 a 1915 paraatender crianças pobres, menores órfãos
e desvalidos que não apresentassem problema de saúde, objetivando torná-los
marinheiros para os serviços da Marinha de Guerra Nacional (EDUFPI, Teresina,
2013).
- UMA
HISTÓRIA DAS BEIRAS OU NAS BEIRAS: PARNAÍBA, A CIDADE, O RIO E A PROSTITUIÇÃO
(Erasmo Carlos Amorim, 151 p.): como disse o prefaciador da obra, “este é um
livro sobre a história de Parnaíba, sobre a história de uma cidade-beira, tal
como o próprio texto a define, pois é a história não só de uma cidade que se
localiza à beira do rio Igaraçu, mas é uma cidade que se expandiu, teve
momentos de desenvolvimento, progresso e estagnação graças à presença do rio,
graças à sua proximidade com o rio Parnaíba, maior rio navegável do Estado,
estrada líquida e fluida responsável por vertebrar econômica e politicamente o
próprio território piauiense em dados momentos” (SIEART, Parnaíba, 2013).
-PARNAÍBA:
TERRA DO FUTEBOL (João Batista de Oliveira Nascimento, 312 p.): importante
livro sobre a história do futebol na cidade, a partir da introdução do jogo em
solo parnaibano há cem anos, Segundo o autor, Parnaíba foi a primeira cidade a
adotar esta prática esportiva no Piauí
(PREMIUS, Fortaleza, 2013).
-MEMÓRIAS URBANAS: UMA VIAGEM AO PASSADO DO FUTEBOL EM
PARNAÍBA (José de Paulo Brito, 104 p.): Diz Antenor Silva: “o autor (...) trata de uma viagem ao passado
do futebol em Parnaíba. Faz uma narrativa procurando resgatar os anos de ouro
do futebol parnaibano nas décadas de 1913, 1920, 1930 e 1940 etc.,
principalmente os times amadores e suburbanos tais como: Fluminense, Flamengo,
Belga, International, Santos, Paissandu, Parnahyba, Santa Cruz , São
Tarcísio, Madureira, Portuguesa e
outros”( CIRCULANDO, Parnaíba, 2013).
-PARNAÍBA:
SENTIR, VER, DIZER (orgs.: Frederico Ozanam Amorim Lima e
Idelmar Cavalcante Júnior, 288 p.): livro prefaciado por Benjamim Santos, com
nove textos de professores e professoras. Como assinala Frederico Ozanam a obra
enfeixa “artigos que pluralizam e diversificamas nossas percepções sobre o espaço que
habitamos. São atalhos ou desvios de rota. São , por fim, tentativas de dizer
que é possível sentir, ver, dizer a
cidade de Parnaíba deslocando os seus sentidos habituais: des-materializando o
que já foi estabelecido como uma verdade e des-focando a lente que via verdade
onde era possível construir inúmeras
dúvidas” (EDUFPI, Teresina, 2015).
- PRIMEIRA
IGREJA BATISTA EM PARNAÍBA: 60 ANOS DE HISTÓRIA (João Tércio Solano Lopes
eJaime Linz Solano Lopes, 338 p.): obra que resgata a memória da primeira
Igreja Batista em Parnaíba com relatos
sobre a participação dos membros fundadores dessa igreja e a contribuição dos
missionários americanos desde 1955 (Edição dos autores, Recife, 2015).
- PARNAÍBA:
A PÉROLA DO LITORAL BRASILEIRO (Inacio Marinheiro de Oliveira, 150 p.): Um dos
mais belos livrosque já vi e li sobre Parnaíba, com muitas fotografias e textos do autor, que declara na
“Introdução” : “Este trabalho, como os
dois anteriores, tem como objetivo despertar as autoridades responsáveis pelo
Trade Turístico do Piauí, especialmente as autoridades locais, os profissionais
e estudantes do Turismo, Geografia, História, Arquitetura, Arte e a população
em geral, para a joia que é o portal e
entrada para o Delta do Rio Parnaíba” (Halley, Teresina, 2014).
02. ANUÁRIO
-ALMANAQUE DA PARNAÍBA: provavelmente a única publicação no gênero que
já alcançou a marca de 69 edições. Nas suas páginas a vida econômica, política,
social e literária da cidade, a partir de 1924, ano em que foi fundado por
Benedicto dos Santos Lima (Bembem), que o manteve até 1941, com 18
edições. A partir de 1942, passou a ser
dirigido por Ranulpho Torres Raposo, responsável por 41 edições ininterruptas
(1942/1982). Manuel Domingos Neto realizou a 60ª edição (1985) e desde 1994 a
Academia Parnaibana de Letras vem assumindo a publicação do tradicional
anuário, com 9 edições realizadas (nºs. 61 a 69).
SEGUNDA PARTE: E N F O Q U E L I T E R Á R I O
-
Relaciono
aqui somente livros que evocam a cidade de Parnaíba em todas as suas páginas ou
na maioria delas.
01. ROMANCES
- TETRALOGIA PIAUIENSE (Assis Brasil, 486 p. ): BEIRA RIO
BEIRA VIDA (1965), A FILHA DO MEIO-QUILO (1966), O SALTO DO CAVALO COBRIDOR
(1967/1968) e PACAMÃO (1969) são os romances que compõem a TETRALOGIA
PIAUIENSE, que de certa forma representa um retorno do escritor à terra de
nascimento, da qual se afastou na adolescência. A Parnaíba do segundo quartel
do século XX serve de pano de fundo para o desenvolvimento do enredo de cada
romance, todos interessados na denúncia social. BEIRA RIO BEIRA VIDA é o mais
importante romance da Tetralogia, vencedor do Prêmio Nacional Walmap
(1965). As personagens centrais dessa
obra-prima do moderno romance brasileiro são pessoas sofridas, miseráveis
(prostitutas, marinheiros, vareiros, canoeiros), habitantes do velho bairro Tucuns – atualmente São José - ,
localizado às margens do rio Parnaíba. A FILHA DO MEIO-QUILO e PACAMÃO
constituem uma crítica à classe média parnaibana, revelando as fraquezas da
pequena burguesia. Por fim, O SALTO DO CAVALO COBRIDOR, obra menos expressiva
da Tetralogia, é um romance regionalista, cujo protagonista se chama Inação,
empregado do dr.Gervásio, protótipo do burguês rural (Nórdica/MEC, Rio de
Janeiro, 1979).
- O RIO
MÁGICO (Renato Castelo Branco, 144
p.): romance de caráter memorialístico, cujos episódios se desenvolvem no
Piauí, especialmente em Parnaíba, terra natal do escritor: o reencontro com as
raízes, com a família, com a infância, com o Ginásio Parnaibano e sua primeira
turma, a Praça da Graça, onde a banda
municipal, nas retretas de domingo, “tocava dobrados, valsas, marchas,
enquanto moças e rapazes desfilavam – rapazes de um lado, moças de outro
entrecruzando-se, trocando olhares, risos furtivos” (Edicon, São Paulo, 1987).
- PEDRA DO
SAL: UM PESCADOR E SEUS AMORES (Rita de Cássia Amorim Andrade, 164 p.): romance
ambientado na mais bela praia do litoral piauiense – Pedra do Sal,em prosa que
às vezes ganha toques poéticos. O tema do livro é o amor e suas implicações:
sexo, união, separação, renúncia (Halley, Teresina, 2009).
- A RUA DAS
FLORES (Antônio de Pádua Marques da Silva, 103 p.): prosa de ficção
inspirada na rua das Flores, próxima da
Lagoa do Bebedouro, com sua gente pobre e esquecida.
O jornalista
e escritor Pádua Marques já escreveu oito livros, entre fábulas e romances, a
maioria ainda não publicados (Editora Patrícia Pinto Araújo – Sistema de
Comunicação Correio do Norte, Parnaíba, 2011).
- TEODORO
BICANCA (Renato Castelo Branco, 138 p.): romance premiado pelo Círculo Literário
Brasileiro e bem recebido pela crítica, que viu nele qualidades que o colocam
na primeira linha da nossa prosa de ficção. É uma narrativa de cunho social que
focaliza o conflito no relacionamento do coronel latifundiário com o sertanejo
(Academia Piauiense de Letras 2ª edição, Teresina, 2016).
02 MEMÓRIAS
- MEMÓRIAS
(Humberto de Campos, 487 p.): volume que encerra a primeira parte das memórias
do notável escritor maranhense, que residiu em Parnaíba durante a infância. A
maior parte do livro evoca fatos acontecidos em Parnaíba, destacando-se o
relacionado ao cajueiro plantado pelo escritor em 1896. No livro, encontram-se
expressivas descrições da cidade de Parnaíba e dos povoados dos Morros da
Mariana e da Pedra do Sal (W. M. Jackson Editores, São Paulo, vol. 16, 1958).
- MEMÓRIAS
INACABADAS (Humberto de Campos, 238 p.): obra póstuma que reúne vários capítulos
que focalizam pessoas e tradições parnaibanas, bem como fatos acontecidos na
cidade, em fins doséculo XIX e início do XX (W. M. Jackson Editores, São Paulo , vol. 17, 1958).
- TOMEI UM
ITA NO NORTE (Renato Castelo Branco, 258 p.): obra rica de acontecimentos e de
emoções, em que o grande escritor passa em revista fatos e pessoas que lhe
marcaram a vida a partir da infância, em Parnaíba (L.R. Editores, São Paulo,
1981).
- PARNAÍBA
NO SÉCULO XX (Maria Luíza Motta de Menezes, 135 p.): livro escrito com o
propósito de homenagear a Parnaíba no sesquicentenário.
Através de
recordações do que viu e viveu na querida terra natal, Maria Luíza Motta de
Menezes reporta-se a aspectos históricos, culturais, sociais, políticos e religiosos
da Parnaíba a partir do limiar do século XX.
Não é
propriamente obra de caráter historiográfico porque não se fundamenta em
pesquisa, que é indispensável em trabalhos no gênero, mas de cunho
memorialístico como na “Apresentação” destaca a autora (Gráfica Alcy,
Fortaleza, 1994).
- PARNAÍBA
TEM MEMÓRIA (Rubem Freitas, 174 p.): livro que faz referência a personalidades
parnaibanas (po- líticos e profissionais liberais) e aos Intendentes e
Prefeitos do Município, bem como aos Presidentes da Câmara de Vereadores.
Várias
instituições da cidade também são mencionadas : Rotary Clube de Parnaíba, Lions
Clube de Parnaíba, Colônia do Carpina, Sociedade Parnaibana de Expansão
Cultural (SIEART, Parnaíba, 2012).
03 HISTÓRIA LITERÁRIA
-
04 CRÔNICAS/CONTOS
-VAREIROS DO
RIO PARNAÍBA & OUTRAS HISTÓRIAS (R. Souza Lima, 82 p.): obra composta de
vários episódios que envolvem a vida marginalizada dos vareiros e das mulheres
da beira rio beira vida, no período do apogeu da navegação fluvial na cidade
(Secretaria Estadual da Cultura/Fundação Cultural do Piauí, Teresina, 1988).
- IMAGENS
FUGIDIAS (João Maria Madeira Basto, 90 p.): crônicas que focalizam pessoas que
marcaram época na cidade ( o bêbado, o treinador e o jogador de futebol, o
músico, o farmacêutico, o artesão, o delegado, o menestrel, o panfletista),
tratadas via de regra no plano do humor e da crítica leve (Secretaria Estadual
da Cultura/Fundação Cultural do Piauí, Teresina, 1988).
- ESTÓRIAS
DE UMA CIDADE MUITO AMADA (Carlos Araken, 118p.) : livro composto de crônicas
de saudade, desenvolvidas num estilo
solto e agradável, através das quais o cronista faz um mergulho mais
fundo nos anos em que viveu em Parnaíba como menino observador (Edição do autor,Parnaíba, s/d.).
- MEMORIAL
DA CIDADE AMIGA (Alcenor Candeira Filho, 160 p.): livro que reúne crônicas,
confissões, reminiscências, poemas e apreciações críticas que foram escritas em
diferentes épocas e que evocam direta ou indiretamente a Parnaíba (Projeto
Petrônio Portela – FUNDAC, Teresina, 1998).
- O
ENCANTADOR DE SERPENTES E OUTROS VULTOS ILUSTRADOS ( Antônio de Pádua Ribeiro
dos Santos, 125 p.): compõe-se de
vinte e três crônicas que falam de pessoas de Parnaíba de forma crítica,
humorística e irônica.
O artista
plástico Fernando Antônio Melo de Castro é o autor das charges que ilustram o
livro (SIEART, Parnaíba, 2012).
05 POESIA
A poesia
sobre a Parnaíba ainda não foi reunida em volume. A principal fonte para uma
visão de conjunto dessa poesia é o ALMANAQUE DA PARNAÍBA, que publicou em suas
páginas, a partir da edição de 1994, uma seção denominada “Parnárias” com
poemas de autores antigos e novos. Trinta e uma composições poéticas sobre a
cidade já foram divulgadas: “Terra Mater”, “Terra Natal”, Faróis” (Jonas da
Silva); “Pedra do Sal” (Edson Cunha);
“Parnaíba” (Fernando Ponte);
“Progressos” (Lívio Castelo Branco);
“Parnaíba” (Oliveira Neto); “Parnaíba” (Félix Aires); “Praça Santo Antônio”, “Portinho”, “O Éden”,
“Salve São João” (Jorge Carvalho);
“Parnaíba” “Pedra do Sal”, “Soneto Fluvial”, “Bar do Gago” (Alcenor
Candeira Filho); “Balada da Praça da
Graça”, “Lagoa do Portinho”, “Mar(ulho)
no Tabocal”, “Paisagem Marinha” (Elmar Carvalho); “Porto Salgado” (Israel Correia); “Parnahyba” (Danilo de Melo Sousa); “Parnaíba” , “S.O.S.” (Fernando Ferraz); “Rio Igaraçu” (V. de Araújo); “Um Rio” (José Pinheiro de Carvalho
Filho); “Praça da Graça” (Anchieta
Mendes); “Multiplicação da Miséria” (Pádua Santos); “Porto das Barcas” (Carlos Marinho).
Dentre as
obras coletivas, a que mais contém poemas que falam da cidade, num total de 25
composições, é POEMÁGICO – A NOVA ALQUIMIA (Projeto Petrônio
Portella/Secretaria Estadual de Cultura, Teresina, 1985, 150 p.), - antologia
prefaciada por Assis Brasil e que reúne cinco poetas: Paulo Veras, Alcenor
Candeira Filho, V. de Araújo, Jorge Carvalho e Elmar Carvalho.
Até o
momento foram publicados dois livros constituídos só de poesias alusivas à
cidade: POEMITOS DE PARNAÍBA, de Elmar Carvalho com ilustrações de Gervásio
Castro (Gráfica do Povo, Teresina , 2009, 64 p.) e
PARNAÍBA: MEU UNIVERSO, de Alcenor Candeira Filho (SIEART, Parnaíba, 2014,
73 p.).
CONCLUSÃO
Ao contrário
do que pensam algumas pessoas, existem várias fontes bibliográficas
relacionadas com a cidade de Parnaíba, vista e pensada por historiadores,
romancistas, poetas, memorialistas, cronistas, críticos literários.
Somente
neste trabalho estão citados 50 livros .Se se levar em conta as 69 edições do
ALMANAQUE DA PARNAÍBA chega-se ao total de 119 volumes.
Todos os
livros evocados aqui integram minha biblioteca ,
exceto a coleção completa do ALMANAQUE
DA PARNAÍBA, da qual tenho apenas
22 edições.
O esforço
tem sido grande e as obras estão aí à espera de muitos leitores.
2016
Muito importante a Obra do poeta Alcenor Candeira Filho. Conheço o grande intelectual, como piauiense que sou, tenho orgulho desses talentos. Aplausos de pé. Alberto Araújo.
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