Fonte: Google/Blog do João Melo |
CANTO DA LAVADEIRA DO RIO
Álvaro Pacheco (1933)
Bate roupa, bate sol
bata fome, bate peitos
bate carne descarnada
na pedra, no coarador.
Precisa anil para a roupa
do patrão ficar branquinha
tinindo na estearina.
Bate a vida, a vida toda
bate a morte, a juventude
fica no rio, na pedra
se esgarça na correnteza
a pureza de menina
o sonho simples (de pobre)
os meninos espiando
ela só não vendo nada,
Precisa roupas, fiapos
um fiapinho de nada
pra chegar no céu enxuta.
Fonte: site Antonio Miranda
(Portal da Poesia Iberoamericana)
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