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Saudade
Zito Batista (1887 – 1926)
Evoco o áureo perfil dessa doce
criatura
Que, de longe, onde está,
soberba, resplandece,
Como bênção de luz, dentro da
eterna prece
Que o meu lábio por ela a toda
hora murmura.
Traço, a um jeito de artista, a impecável
e pura
Linha fidalga e heril do seu
vulto... Anoitece,
O ceu é calmo e azul, e em tudo
me parece
A imagem da saudade, o bem que me
tortura...
É que a saudade é ela. É o seu
gesto. É a divina
Rara expressão ideal do seu olhar
nervoso,
Cuja luz todo inteiro o meu olhar
ilumina.
Só a lembrança dela o coração me
invade:
Ando a vê-la, talvez por um
perpétuo gozo,
Dentro da intensa dor desta
enorme saudade...
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