NEORREGIONALISMO LITERÁRIO NA
OBRA TOMBADOR DE FONTES IBIAPINA (1)
Carlos Evandro M. Eulálio*
Resumo
Este
ensaio pretende demonstrar como o Neorregionalismo literário comparece na obra
Tombador, dentro dos parâmetros que norteiam a estrutura do romance de 1930.
Para tanto, inicialmente, faremos uma abordagem acerca das duas correntes que
ainda hoje orientam a produção literária do gênero romance, do romantismo aos
nossos dias e, em seguida, analisaremos a obra em referência, destacando seu
autor Fontes Ibiapina como um dos herdeiros mais expressivos da prosa de 1930
em nosso meio.
Palavras-chave: Moderna ficção,
Fontes Ibiapina, Neorregionalismo, Tombador.
Introdução
Na moderna ficção brasileira, em
meio à revolução formal, introduzida no código linguístico literário por
Guimarães Rosa, e de sua consequente evolução até os nossos dias, ainda
constatamos a existência de duas correntes que tipificam o modelo de produção
do romance brasileiro: a corrente introspectiva ou de sondagem moral e
psicológica, que dinamiza a herança do Realismo-Naturalismo científico do
século XIX, tendo Machado de Assis e Aluísio de Azevedo como seus expoentes, e
a corrente social-regionalista. Esta, identificada em dois momentos de nossa
historiografia literária: o primeiro momento, no Romantismo, nas obras de
Alencar, Bernardo Guimarães, Taunay e Franklin Távora, que mostram o pitoresco
de nossa paisagem sertaneja e os costumes da sociedade rural do século XIX; o
segundo momento, no Neorregionalismo de 1930 que, numa linguagem simples e
típica de cada região, realiza a crítica sociopolítica, com a preocupação em
denunciar as desigualdades e injustiças sociais, sobretudo no Nordeste
brasileiro. Destacam-se José Américo de Almeida, Graciliano Ramos, Raquel de
Queirós, Jorge Amado, José Lins do Rego e outros, como principais
representantes do romance de 1930, tida como a etapa áurea de nossa prosa de
ficção.
Cabe mencionar que, essas
correntes (introspectiva e social-regionalista) não se isolam, pois há autores,
como Graciliano Ramos, que em seu romance São Bernardo, de uma forma híbrida,
alia peculiaridades dessas duas modalidades de romance.
Neorregionalismo no Piauí
Na literatura piauiense, embora
alguns atribuam o papel de precursor do Neorregionalismo a Renato Castelo
Branco, que em 1948 publicou Teodoro Bicanca, só a partir da década de 1950,
esse gênero definitivamente ganha no Piauí espaço e maior visibilidade com as
produções literárias de Fontes Ibiapina. Lembra Elson de Assis Rabelo, (2) que
Fontes Ibiapina surge nos meios literários piauienses no intervalo de tempo
entre a dissolução do Meridiano e o início do Movimento de Renovação Cultural,
liderado em Teresina pelo prof. Raimundo Nonato de Santana.(3) Assim, podemos
destacar Fontes Ibiapina como consolidador e autêntico herdeiro do
Neorregionalismo de 1930 na literatura de expressão piauiense. Nos romances e
contos que escreveu, de ambientação piauiense, o homem do meio rural predomina
com seus problemas existenciais e sociais. Nos contos e principalmente nos
romances Sambaíba, Vida Gemida em Sambambaia e Tombador, em que Fontes Ibiapina
adota a técnica realista-documental, temos um narrador memorialista,
identificado com a região onde viveu na infância e na adolescência, fato que se
confirma na descrição da fazenda Tombador:
“A caatinga parecia mais um
jardim, de tão bonita de verde. Tombador era assim como se um céu de rosas. Um
verdurão de mata que, de tão grande, se via o começo, mas não se via o fim. O
baixão velho perdia as cerimônias e se destabocava. Desbancava-se com tudo, lá
das bandas do Morro das Araras. Chega gemia de tão cheio! E o verdurão bonito
se perdendo mundo afora. À noite, um relâmpago maduro riscava o papa-fogo dum
punho a outro da rede da nascente. E um trovão redondo e cheio estremecendo que
mais parecia dentro do coração da gente.
[...] Antes do meado de fevereiro,
os currais já batendo chifres de vacas paridas. Leite, coalhada, requeijão...de
sobra para gatos e cachorros. Até para negros cativos. A negrada toda de bucho
tinindo de cheio, trabalhando nas roças, na maior satisfação da vida. Um lastro
de legume que fazia gosto. Mas legume de o cabra passar os olhos e ficar de
água na boca!” (IBIAPINA, 1971, p. 11-12).
No
trecho acima, descritivo-narrativo, técnica de construção textual muito usada
por Fontes Ibiapina, também recorrente em Clarice Lispector, verifica-se que
nas passagens estritamente narrativas quase todos os verbos estão no imperfeito
do indicativo. Isso confirma que a memória literária é acionada por esse tempo
verbal que contextualiza no romance as reminiscências do narrador, através de
expressões em frases que denotam experiências vividas: “E um trovão redondo e
cheio estremecendo que mais parecia dentro do coração da gente”. “Um lastro de
legume que fazia gosto. Mas legume de o cabra passar os olhos e ficar de água
na boca”. Por esse mecanismo, o autor presentifica no texto suas impressões
pessoais diante do cenário descrito.
Enredo do romance Tombador
O livro Tombador, publicado em
1971, constitui, conforme seu autor, um dos romances da Tetralogia do Couro.(3)
Narrado na 3ª pessoa, em 39 capítulos, ambientado no século 19, sua história se
passa na região centro-sul do Estado, após a seca de 1845, nos arredores do
povoado Jenipapo e das fazendas Riachinho, Tamboril e Boa Vista. Por essa
época, ali chegou Bernardino de Góis, na condição de posseiro, em companhia da
mulher Justina, com quem se casara recentemente, a fim de fundar naquelas
terras devolutas a fazenda Tombador, onde desenvolveria a atividade
agropecuária. Eis como o narrador descreve a região:
“Quando ali chegaram, não havia
vivalmas para remédio por aquelas bibocas. Foi no quinto ou sexto (ou coisa
beirando por aí assim) ano depois da seca de 1845. Naqueles tempos aquelas
paragens não tinham para bem dizer donos [...] o primeiro que chegasse podia se
apossar da maneira que bem entendesse. E foi justamente o que Bernardino de
Góis fizera. (IBIAPINA, 1971, p. 9)
O fazendeiro Bernardino ou Dino,
como é chamado na intimidade, com o auxílio do pai Agostinho de Góis, que lhe
fornece a mão de obra escrava, constrói um grande açude na fazenda, garantindo
o abastecimento de água durante o ano todo para seus moradores, para o sustento
do gado e para o cultivo da lavoura. Em flashback, o narrador recupera fatos
passados da vida de Bernardino. Ele se casara com Justina, por imposição e
capricho do pai Agostinho. No entanto, gostava de Emília, com quem alimentava
ainda a esperança de tê-la como sua mulher. Valendo-se da condição de senhor da
fazenda, seduz a escrava Julinha e a engravida. Tomada de furor e de ciúme,
Justina ordena que seu escravo Romão Pindoba castigue Julinha. Maltratada
física e psicologicamente, a escrava perde a criança. Dino separa-se da esposa
Justina, e passa a viver com Emília. Inicia-se a guerra do Paraguai. Os homens
das fazendas se escondem nas matas e chapadas, para não serem recrutados pelo
Exército. Rompe-se o açude de Tombador, durante um inverno rigoroso. A partir
daí, verifica-se também o início da decadência moral, econômica e financeira de
Bernardino. Dino é pressionado pelo cunhado Marcelo a ceder para Justina grande
parte dos bens que possui, como forma de reparar os danos morais e materiais
causados à irmã. Justina seduz o escravo Romão Pindoba de quem engravida.
Pindoba é assassinado pelo irmão de Justina. Esta perde o filho, fruto do
relacionamento com o escravo. No final da narrativa, Bernardino e Justina se
reconciliam, quando ambos são acometidos de extrema loucura. O romance é
cíclico, vai da fundação até a quase ou completa estagnação da fazenda
Tombador, e tem desfecho com a decadência moral, material e psicológica do seu
proprietário.
Quanto ao enredo da obra
Tombador, Eneas Barros comenta:
Tombador é um romance de muito
sofrimento. As danosas relações entre os senhores de terra e as mucamas
escravas, com a cruel interferência das patroas, poupava os homens e destruía
as mulheres. A surra de couro que Justina mandou Pindoba dar em Julinha não
teve argumento que impedisse. Iaiá! O que é que Ioiô quer fazer com a gente que
não faz? Não tinha jeito. A negra apanhou tanto que quase morreu. E ainda teve
as costas feridas cobertas de sal, misturado com xerém, onde os pintos fizeram
a festa. Essas eram passagens que machucavam o coração de Nonon. Ao
escrevê-las, trazia para o caderno uma tentativa de denunciar a opressão vivida
pelos escravos no século XIX. Tombador realça paixões proibidas que se
concretizam através da loucura. É um romance em que há não um triângulo
amoroso, como é muito comum na maioria dos romances, contos, peças teatrais e
poemas, mas um quarteto amoroso protagonizado por Bernardino, Justina, Romão
Pindoba e Julinha (BARROS, 2012, p. 178).
Considerações gerais sobre o
romance Tombador
Desse extraordinário romance,
extraímos informações sobre episódios da realidade sociocultural e histórica do
Piauí, que aconteceram na segunda metade do século 19. Cronologicamente o
romance é situado após a seca de 1845, estendendo-se até, durante e depois da
guerra do Paraguai (1864-1870), maior conflito armado da América do Sul, em que
o Brasil teve participação ativa. O romance Tombador aborda várias questões
acerca desse conflito, entre elas o recrutamento de fazendeiros, vaqueiros e
escravos em terras piauienses para, por imposição da corte, alistarem-se
obrigatoriamente no Exército Brasileiro.
No trecho a seguir, o narrador,
pela voz do fazendeiro Dino, reflete acerca dos danos e das más consequências
da Guerra do Paraguai em território piauiense. Para tanto, apropria-se do
monólogo interior, técnica bastante usada por Dostoiévski em seus romances. O
monólogo interior acontece quando a personagem conversa consigo mesmo,
permitindo ao leitor conhecer suas ideias e concepções mais íntimas, sobre determinada
situação. Essa técnica narrativa é largamente empregada por Fontes Ibiapina em
seus contos e romances, como atesta esta passagem:
“Diabo! Seria possível que aquela
guerra infeliz não tivesse fim nunca? Seria mesmo necessário passarem o resto
da vida na chapada? Até quando durariam aquelas privações? Aqueles sofrimentos?
E o mais duro de tudo era que a fazenda andava no maior dos abandonos. Legumes
morrendo à falta de limpa. Os bezerros das vacas que ainda não haviam sido
pegadas se acabando no mato. E eles, os homens, escondidos. Escondidos como se
criminosos. Que diacho queria o Rei botando o povo do País pra brigar com o tal
Paraguai? No final das contas, no fritar dos ovos, bem poucos homens batendo as
pestanas para contarem a história. Quantas e quantas fazendas já caminhando
para o pó? Quantos e mais quantos meninos pobres sem pai? Quantas e mais quantas mulheres pobres sem
marido? Quantos cristãos sofrendo e mais sofrendo no mato como eles? E tudo por
causa da maldita guerra.” (IBIAPINA, 1971, p. 40). Nesse trecho, fica patente a
luta numa guerra cuja causa muitos brasileiros desconheciam.
Mais adiante, retomando a
narração em terceira pessoa, o romance mostra a situação dos sobreviventes da
guerra, ao retornarem para casa, quando retornavam, em precário estado de saúde
e em condições subumanas, como neste relato:
“Era Domingos Catingueira, um
homem que voltava da morte. O homem que, graças a Deus, voltava da maldita
Guerra do Paraguai. Também, só vendo. Voltava acabado. Magro, amarelo de tão
pálido. Cabelos grandes. Sujo e vestido em puros quilangos. Um cristão morto em
pé. Um cadáver ambulante”. (IBIAPINA, 1971, p.101).
Na
literatura brasileira, o romance Tombador constitui uma das fontes de
informação e pesquisa sobre a história e os efeitos da Guerra do Paraguai em
terras piauienses. Aqui abrimos um parêntese para destacar que a obra
Contribuição do Piauí na Guerra do Paraguai, organizada pelo escritor Felipe
Mendes, publicada recentemente pela Academia Piauiense de Letras, é de grande
relevância para a pesquisa sobre essa guerra. A leitura dessa obra seria uma
forma de o leitor aprofundar conhecimentos sobre a participação de piauienses
nessa guerra, trazida à baila na ficção de Fontes Ibiapina.
Acompanhar a saga da personagem
Bernardino de Góis, na obra Tombador é também conhecer a história de nosso
antepassado escravista, sob a dominação do patriarcalismo, como eixo
fundamental das relações familiares da época. Em Tombador, essa relação de
dominação se reflete desde a obediência da mulher à procriação até a
sexualização do corpo negro, exaltando-se sua objetificação, e deixando de lado
outros valores da essência humana, como o afeto. Em Tombador, Fontes Ibiapina
denuncia o discurso que aprisiona o negro na visão animalizadora e o destitui
de sua humanidade, como na passagem em que Bernardino seduz a escrava Julinha:
“Lá na represa do açude, Julinha
aguava uns canteiros de cebola e coentro. Foi quando seu Dino, passando, não se
conteve sem dar uma lambida de rabo-de-olho para o lado da negra. Daquele
jeito...sem as roupas de baixo... Ó mundo de tentação escancarada! [...]
Naquele momento, de roupas molhadas e coladas ao corpo, Julinha não era apenas
uma negra feita para o trabalho. Não senhor, uma mulher bonita, novinha em
folha, feita para o amor e nada mais.” (IBIAPINA, 1971, p. 53)
E no trecho em que Justina seduz
o escravo Romão Pindoba, persistindo a mesma relação de dominação, agora focada
no corpo negro masculino:
“A primeira vez foi ali mesmo
dentro de casa. O negro velho dormindo na varanda, como cativo, bem
despreocupado dos prazeres da vida. [...] Naquela noite, em plena escuridão,
uma felicidade caminhava, nas pontas dos pés, dentro dum casarão de fazenda,
rumo aos punhos da tipoia dum negro cativo de nascença. Veio vindo, babatando
pelas paredes, até que chegou. [...] Quando olhava para o seu corpo (preto, bem
preto) e para o de Iaiá (branco, bem branco), ô satisfação chameguenta, por
parte do Sujo. Coisa quase sem explicação. [...] O negro velho ficava assim,
assim... um tanto ou quanto para desconfiado. Mas logo criava alma nova. Logo
ela Iaiá [lhe dizia]: Não tivesse ele a menor contrariedade por aquela
diferença de cor entre eles, que aquilo era só por fora.” (IBIAPINA, 1971, p.
124).
O professor Gregory Balthazar, do
Programa de Pós-Graduação em Educação da UNIT, assinala: “a objetificação do
corpo negro remete à um legado histórico da escravidão no país. Quando o corpo
negro chega ao Brasil ele é trazido como um objeto, a ser coisa de alguém. É
desumanizado. As mulheres negras, para além do trabalho escravizado, tinham
outra questão que era a violência sexual, como aponta as autoras Lélia Gonzalez
e Ângela Davis: Quando a gente fala da objetificação, a gente fala da
animalização do corpo negro. [...] ela está muito atrelada com a questão da
animalidade ainda”, destaca o professor Gregory Balthazar. (2) Essa visão do
negro desumanizado pode ser também constatada na seguinte passagem da obra
Tombador, em que o narrador, referindo-se à personagem Bernardino, afirma:
Vinha casadinho de fresco. Com um
pé-de-meia bem servido: uma boa ponta-de-recurso que o velho lhe dera de
mão-beijada. Pra dizer, com até mais ou menos obra de para mais de meia dúzia
de negros cativos, inclusive negras parideiras. (IBIAPINA, 1971, p. 9).
A imagem da mulher como um ser frágil, incapaz
e de natureza inferior à do homem é mais um elemento dessa visão
patriarcalista, como nesta passagem em que o narrador dá também destaque à
discriminação social da mulher:
“Bernardino vivia em tempo de
perder a bola de tanto pensar. E se impressionava:
- E as mulheres, Pindoba? Que
diacho está fazendo aquele lote de negras?
- Quase nada, seu Dino. Pra bem
dizer, nada mesmo. buzungando. Mas é que
rabo-de-saia não bota serviço de roça pra frente. Eu só queria que o senhor
visse, pra melhor acreditar. Agora foi que limparam um tampozinho de terra no
partido de milho. Até parece mais um espojeiro de jumento. De tão pequeno, dá
pra se cobrir com um lençol. Rabo-de-Saia não bota serviço de roça pra frente.”
(IBIAPINA, p. 41).
Conclusão
Memória,
história e oralidade ocupam lugar de destaque na obra Tombador de Fontes
Ibiapina. Nesse sentido, cabe citar Massaud Moisés, ao afirmar que
A arte literária [...] não se
reduz apenas a uma forma banal de entretenimento. Quando é entretenimento, é-o
duma forma superior, visto que o jogo e a arte jamais se separam. Entretanto,
mais do que forma elevada de recreação, a Literatura constitui uma forma de
conhecer o mundo e os homens: dotada duma séria “missão”, ela colabora para o
desvendamento daquilo que o homem, conscientemente ou não, persegue durante
toda a existência. (MOISÉS, 1970, p.
28).
Ambientado no Piauí no século 19,
a obra Tombador não se limita apenas à narração de uma história, com começo,
meio e fim, mas à construção de uma literatura como fonte de conhecimento para
a compreensão de nosso passado e das transformações socioculturais do nosso
meio. Sua expressão literária, sem convencionalismos, resulta do contato direto
com o homem rude, da vivência com o meio provinciano e de uma extraordinária
experiência de vida.
Concluo este ensaio, com as
palavras do prof. Elson de Assis Rabelo, para quem “Fontes Ibiapina era ouvinte
da fala do povo – [ciente de que] os cometas se chamavam Estrelas-de-rabo - e
que sua erupção no céu em momentos inapropriados, fora das horas das
ave-marias, era o anúncio dos piores contratempos. [...] Que maus agouros o
escritor esperava prever?:
Numa noite de abril de 1986, o
cometa Halley cruzava o céu do hemisfério sul, podendo ser visto a olho nu por
qualquer observador. Naquela noite, junto a uma lagoa, distante das luzes
urbanas, um juiz esperava vigilante pela passagem do astro luminoso. Poucas
horas depois, o mesmo juiz morreria, vítima de enfarto.” (4)
*Carlos Evandro Martins Eulálio é
professor de Latim, Literatura, Língua Portuguesa e membro da Academia
Piauiense de Letras. Este ensaio
constitui o roteiro das palestras proferidas no Salão do Livro de Valença –
2022 (SALIVA), no dia 15/9/22 e no Salão do Livro de Parnaíba (SALIPA) no dia
24/9/22.
NOTAS
(1) João Nonon de Moura Fontes
Ibiapina, nasceu no dia 14 de junho de 1921, na fazenda Lagoa Grande, a 12 km
de Picos. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do
Piauí (turma de 1954). Além de
jornalista e escritor, seguiu a magistratura. Foi Juiz de Direito em várias
comarcas do Piauí, a última em Parnaíba, onde publicava semanalmente artigos de
crítica nos jornais, exercia o magistério, participava de toda a vida
intelectual da cidade e, como tal, ajudou a fundar a Academia Parnaibana de
Letras, sendo um dos seus presidentes. Pertenceu à cadeira nº 9 da Academia
Piauiense de Letras, cujo patrono é o médico e poeta Alcides Freitas. Faleceu
em Parnaíba, no dia 10 de abril de 1986.
(2) Esse movimento aconteceu no
início da década de 1960, e tinha por objetivo viabilizar a publicação de obras
históricas e literárias. Contava com a participação dos intelectuais Odilon
Nunes (1899-1989), Monsenhor Joaquim Chaves (1913-2007), José Camillo da
Silveira Filho (1927-2004), Raimundo José dos Reis, José Ribeiro e Silva, Maria
Nerina Castello Branco e outros (1934). (FARIAS, 2014, p. 118/119).
(3) Em entrevista ao acadêmico
Alcenor Candeira Filho, Fontes Ibiapina, referindo-se ao Ciclo do Couro, nele
incluía os romances Sambaíba, Tombador, Nas Terras do Arabutã e Vida Gemida em
Sambambaia, obras que constituem a “Tetralogia do Couro” (REBELO, 2008, p. 72).
(4) RABELO, Elson de Assis. 2008,
p. 130.
REFERÊNCIAS
BARROS, Eneas do Rêgo. Nonon: o
menino da Lagoa Grande. Teresina, 2012.
BORGES, João Carlos de Freitas.
Renato Castello Branco e a busca de uma essência da civilização piauiense:
História, Identidade e Literatura. Anais do III Seminário Internacional
História e Historiografia. X Seminário de Pesquisa do Departamento de História –
UFC - Fortaleza, 01 a 03 de outubro de 2012.
FARIAS, Vanessa Soares Negreiros.
A trajetória de um homem-cultura, in Conversa com M. Paulo Nunes, org.
Terezinha Queirós. Teresina, EDUFPI, 2014.
MENDES, Felipe (org.)
Contribuição do Piauí na Guerra do Paraguai. Teresina: Academia Piauiense de
Letras, 2022. Coleção Bicentenário da Independência.
MOISÉS, Massaud. A criação
literária. 3ª ed. São Paulo: Melhoramentos, 1970,
RABELO, Elson de Assis. A
História entre Tempos e Contratempos: Fontes Ibiapina e a obscura invenção do
Piauí. (Tese de mestrado) Universidade Federal do Rio Grande do Norte – RN,
Natal, 2008.
RODRIGUES, Walter Hugo de Souza.
Desmitificando a sensualidade naturalizada do ébano: Um estudo acerca da
objetificação do corpo do homem negro. Cadernos de Gênero e Tecnologia.
https://periodicos.utfpr.edu.br/cgt, acessado em 14.9.2022
SANTOS, Jady Rosa dos. O nosso
corpo é o tempo todo objetificado. https://portal.unit.br. Acessado em 13/9/2022.
SOUZA, Warley. Romance
regionalista; Brasil Escola. Disponível em
https://brasilescola.uol.com.br/literatura/romance-regionalilsta.htm. Acesso em
6/9/2022.