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DE MÃOS DADAS (*)
Alcione Pessoa Lima
Não é costume meu buscar qualquer caminho...
Não sou indiferente ao sol dourado,
Mas, o meu olhar prefere o escarlate do fim da tarde,
Mesmo fugindo da agonizante despedida...
Abraçado à flor que cumpriu sua missão: enfeitar o mundo e perfumar vidas.
O que me faz esperar até a última claridade
É a felicidade de poder guardar aquela imagem
E mesmo quando a memória me faltar, o inconsciente revelar-me.
No fundo da alma toda a beleza do fim.
Não prevalecerá a saudade, mas o sorriso e o toque,
E o cheiro do amor espalhado...mesmo da pétala murcha...
Quando de volta, ao cair da noite, não será a escuridão o meu guia...
O brilho no olhar, o sorriso que abraça, as marcas do aconchego
Serão perenes, como o amor envolvente de mãe e filho.
(*) O poeta fez esse texto nos últimos dias de sua mãe.
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