ONDE ESTÁ O BRASIL?
No Facebook, me deparo com uma cena, no
mínimo, hilariante: o ex-presidente Lula
na posse da presidente da Suprema Corte. Lá estava ele, lépido e ladino, com a
mesma facies que sempre lobriguei no seu olhar e, no seu andar entre pícaro-
malandro e investigado pela LavaJato. Lá
estava ele livre, solto, um passarinho
à procura de uma solução para o
país.
Naturalmente, conversava com a elite, com os donos do
poder ((ainda que, na Terra um tanto
devastada, só provisório). Imagine se
fôssemos eternos, imortais, infinitos... Quem suportaria tanta notícia e contranotícia, versões e versões, os prós e
os contras, fuxicos e conversas ao pé do ouvido, sussurros, balbucios,
linguagens cifradas, esoterismos e
camuflagens, espelhos trocados, imagens
torcidas, “um vasto mundo” cheio de miasmas se alguns poderosos
fossem imortais?
Eu procuro
pelo destino da minha pátria
amada como o filósofo Diógenes
procura um homem honesto com uma lamparina em pelo dia de sol. Só vejo neblinas, nuvens pesadas.
Descortino realidades inimagináveis no
grotesco da política nacional. Não
encontro uma saída para atinar com
tanta impureza no cenário fosco que se me apresenta o quotidiano
da nossa aviltada vida
pública.
A LavaJato não me sai da cabeça e o diabo é que não consigo dissociá-la
da figura do Lula. Por outro lado, como hei de enfrentar os subterrâneos, a intimidade da intimidade,
da intimidade, como se tratasse de uma
ficção utilizando-se do recurso do mise-en abyme? Onde estão a “verdade” e a imaginação do inconsciente coletivo? Será que Freud teria alguma pista
para chegar aos fatos incontestáveis
das causas primeiras da origem de
todo esse sofrimento por que
parte considerável dos
brasileiros está passando? Seria isso
algo só destrinchado
por um Sherlock Holmes saído da ficção e transformado em ser de
carne e osso para a nossa realidade tupiniquim?
Ou a débâcle financeira nacional teria sua resposta em alguma das tragédias shakespearinas?
Como explicar, com argumentos
sólidos, inatacáveis o fato de um ex-presidente
ser presença na posse de uma presidente do STJ? Então, foram só boatos
os resultados da LavaJato, a
quase prisão do ex-mandatário? Não se
pejam os três poderes da presença do
ex-sindicalista na Suprema Corte? Não
seria esta uma resposta dos donos do Poder acenando
para os brasileiros que, no caso
do Lula, da sua transformação em homem de posses, com filhos enriquecidos, ainda que pese a dúvida sobre ser ele dono ou não do sítio de Atibaia?
Ora,
tudo isso é um grão de areia no Saara se fôssemos a fundo na investigação do famigerado Escândalo do
Mensalão,cujos desdobramentos ainda não
tiveram um desfecho cabal.
Onde esta o Brasil que queremos a salvo das tramoias e chicanas
político-partidárias? Será que desejamos um país desenvolvido convivendo com um país campeão da impunidade em quase todos
setores da vida pública? Seria um desatino pensarmos assim, de vez que a
alta impunidade mexe com a
infraestrutura das instituições públicas
e democráticas. Não pode m coexistir
progresso com corrupção e impunidade.
Os atos lesivos à economia e às finanças
do país se sustentam até certo ponto, mas, em seguida, começam
a desintegrar-se e os resultados
estão à vista dos brasileiros:
maior violência, estados falidos, saúde pública
falida, funcionários públicos estaduais, juros altíssimos nos cartões de crédito, desemprego, lojas fechando, custo de vida em alta,
salários encolhidos e arrochados,
cujo exemplo mais trágico é o do Rio de Janeiro, passando seu funcionários e seus aposentados
e pensionistas privações sem precedentes na história da vida
pública brasileira. De
longe, até nos lembram os sofrimentos
por que tem passado a sociedade grega atual.
Se fôssemos fazer uma arqueologia das
causas da delicadíssima situação
financeira do pais, nos últimos quinze anos, um dos fatores
mais determinantes posso apontar os seguintes a roubalheira ativa e passiva , a
gastança e a propinagem, os escândalos e as sucessivas denúncias de
desvios do dinheiro público
em conluio descarado com alguns setores corruptos da
empresariado brasileiro.Isso
explicita à saciedade o motivo nuclear e decisivo
da falência do Estado Brasileiro.
O país de nossos sonhos não encontro no mapa
geográfico. Onde está o Brasil?
Somente hoje, Poeta, por motivos já explicitado, estou lendo este belo e pungente texto da lavra do nosso colunista Cunha e Silva Filho sobre o malogro do país, embasado no caso tristemente noticiado da posse da Presidente do STF. E isso depois de ouvir a série de sandices proferidas no último discurso do famigerado Lula. Imagine o que pensei! Será que Cunha e Silva Filho vai se conter? Talvez tenha ficado ainda mais aflito com tanta loucura. Pobre país em que somos obrigados a ouvir disparates como o que ouvimos ontem da boca de um ex-presidente da república. Quanto ao nosso STF, não tenho grandes esperança de vê-lo aplicando uma justiça equânime, depois de ver pela TV a presença de notórios bandidos entre os convidados daquela posse.
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ResponderExcluirMeu caro escritor José Pedro Araújo:
ResponderExcluirAgradeço-lhe as palavras expressando a mesma linha de pensamento que a minha acerca desse desastre que foi deixarem um mafioso governar o país por dois mandatos, seguidos do desgoverno fatal da Sra. Dilma Rousseff, o continuísmo da podridão política instalada no país.
Não aguentei tanta cachorrada proferida por um ex-presidente e taquei aquele artigo rebelde e indignado contra a vida política brasileira e tendo com alvo principal a figura horripilante desse pícaro-malandro chamado Lula.
José Pedro, estou arrumando as malas pra dar um pulo aí, em Teresina, a fim de lançar o meu livro de memórias "Apenas memórias". Vai ser no dia 24 de setembro, às 19:00h na Livraria Entrelivros.
Aproveito o ensejo pra convidá-lo a comparecer ao citado evento, caso esteja disponível para o dia marcado, que será no próximo sábado. Será um prazer conhecê-lo pessoalmente. O Elmar Carvalho já me prometeu que vai.
Mais uma vez, obrigado pelo apoio às minhas ideias sobre a realidade política que lamentavelmente ainda estamos vivendo no país.
Pretendo ler mais textos seus, logo que esteja com mais tempo disponível .
Um abraço amigo do
Cunha e Silva Filho
Será um prazer estar presente ao lançamento do seu livro, não fosse pela qualidade do que certamente está por vir a lume, e que terei imenso prazer de ler, tanto mais pela oportunidade de conhece-lo em pessoa. Grato por tudo
ResponderExcluirJPA
Meu caro José Pedro Araujo:
ExcluirO prazer de conhecê-lo é recíproco. Muito grato antecipadamente por aceitar o meu convite para o lançamento de meu livro "Apenas memórias".
Se Deus quiser, estaremos juntos no evento em Teresina.
Um grande abraço
do Cunha e Silva Filho