VICENTINHO
Carlos Said
Escritor, jornalista e
comentarista esportivo
O insigne historiador, poeta e
escritor Elmar Carvalho (José Elmar de Mélo Carvalho: Campo Maior, Piauí,
1956), tornar-se-á, a partir d'agora, cronista esportivo aureolado pelos
contornos da intelectualidade brasileira. Pertence às Academias Piauiense de
Letras e do Vale do Longá. Escolheu um tema interessante: Vicentinho, a fim de
alardear compromisso com o jornalismo atrelado ao futebol. Evidentemente, da
poesia para a prosa, Elmar Carvalho obteve credenciais para escrever crônicas
que atingissem o cerne dos vivos personagens e relembrassem “in memoriam”, os
feitos altamente espetaculares de jogadores do seu tempo de “peladeiro” e do
período mais perto do nosso momento, no qual viveu aplaudindo craques da terra
natal e d' outras plagas nacionais.
Assim, descortinamos a veia
literária de Elmar Carvalho pousando fácil como cronista esportivo. Seu
personagem: Vicentinho (Vicente Chagas do Nascimento, nascido em Fortaleza,
Ceará, 1944, residente em Campo Maior, Piauí, aposentado com um salário
mínimo), é um tributo ao ídolo consagrado em duas das mais importantes cidades
da nossa “hinterlândia”: Campo Maior e Floriano.
Em 2003, quando escreveu “O Pé e
a Bola”, homenagem aos famosos jogadores que defenderam os dois principais
clubes campomaiorenses: Caiçara e Comercial, Elmar Carvalho buscou a música
“Balada número 7”, dedicada ao imortal Garrincha (Manoel Francisco dos Santos:
Pau-Grande, distrito de Magé, Rio de Janeiro, 1933 – Rio de Janeiro, 1983), o
conhecido anjo de pernas tortas do futebol brasileiro e mundial. Por ilação, a
fim de julgar a técnica do Vicentinho, colocou a composição musical dedicada a
Garrincha, numa bem feita peça técnica numerada CD's-R, da Elgin, 52 x 700 MB,
com duração de 80 minutos. Intuito mesmo de mais ainda reviver episódios
através dos dribles desconcertantes do Garrincha, mas sem esquecer as virtudes
futebolísticas do Vicentinho como atleta merecedor do destaque regional.
Recursos foram empregados capazes de comover desportistas de coturno difícil
(aqueles que não desejam comparar habilidades entre o “Mané” e o Vicentinho).
Afinal, o novel cronista nos leva à certeza de que o belo e insinuante futebol
praticado por Vicentinho em “canchas” campomaiorenses, tenha idolatração na
hospitaleira Floriano. Em dois anos: 1966-1967, o Ferroviário da “Princesa do
Sul” apresentou ao público o famoso Vicentinho, cantado e decantado nos livros
de Janclerques Marinho de Melo: “Crônicas Flutuantes (Lendas e Ruas)”. Na
estampa da página 54, Janclerques escreveu: “Em todos os jogos do “Ferrim”, os
jogadores Lino, Sadica e Vicentinho, davam “show” de bola. Mas o maestro da
equipe era mesmo o Vicentinho”.
Chegamos à conclusão dos
esclarecimentos que dizem respeito à personalidade do Vicentinho. Buscamos,
agora, as anotações do psiquiatra-neurologista Sigmund Freud, o Pai da
Psicanálise (Freiberg, na Morávia, 1856 – Londres, Inglaterra, 1939): “A
felicidade é um problema individual. Cada um deve procurar por si, a maneira
pela qual pode se tornar feliz”. Consequentemente, as anotações de Freud
representam a felicidade encontrada pelo Elmar Carvalho em reverenciar ainda em
vida o Vicente Chagas do Nascimento (o formidável Vicentinho).
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