NOTÍCIAS SOBRE
JOÃO VINVIM E JOÃO ESTER
Ivanildo di Deus Souto
(professor e escritor)
A ficção, seja ela científica ou
literária, transgride e transcende a ordem predestinadamente lógica do
establishment construído. E é e se
projeta além dos fatos imperceptíveis ao olho comum do cidadão intranscendente
(aquele que foi vitimado pela violência dos açoites do sistema capitalista internacional e
nacional em nome do lucro) em narrativas criativas e vanguardistas.
João Pinto em “AS PEDRAS DOENTES
DA RUA DO FIO” faz um relato exponencial das suas origens nascedouras dentro de
um mundo distante e impossibilitado de
ser visto e construído de forma política e ideologicamente diferentes dos
determinismos colonialistas, oligárquicos e patriarcalistas da sociedade local,
pátria mãe da sua ou das suas construções literárias.
João Vinvim e João Ester navegam e devaneiam
num mundo simbiótico de mestiçagens reais e imaginárias construindo um baú
desmemoriado de linguagens perdidas no desencanto da vida de um professor
sonhador em busca de um recanto acalentador para se encastelar sem enriquecimentos.
Um trajeto inglorioso em busca da pseudo felicidade inexistente da vida terrena.
Há um baú, achado, perdido e acintosamente buscado no meio das vidas paralelas
dos Joões, o Vinvim e o Ester, que se debruçam na lógica inimaginável das
perdições inconsequentes das mazelas da mente humana.
João Vinvim e João Ester
constroem sua narrativa vanguardista, difusa, misturada e descomplexada em meio
à estapafúrdias realidade socioeconômica em que vivem e onde padecem os seus personagens
coadjuvantes e sofredores. Se os professores, tanto João Vinvim quanto João
Ester, buscando um baú à quase “Caixa de Pandora”, supostamente “menosprezam”
as mulheres que encontraram em seus caminhos e que fizeram suas felicidades
circunstanciais para espantarem suas dilaceradoras solidões, constroem, ao
mesmo tempo, mesmo que nas entrelinhas, o papel exponencial das mulheres em
suas vidas. Mulheres onipresentes e imprescindivelmente importantes à
construção do HOMEM FEMINISTA.
Em “As Pedras Doentes da Rua do
Fio” há a simbiose antropofágica de duas paisagens distintas que se construíram
ao longo da história planetária no Brasil Latino-Americano- e transicionistas: uma
semi amazônica e quase caatingueira e a outra totalmente Amazônica. Aí é quando
João Vinvim e João Ester se debruçam sobre os escombros do corolário da
estupidez do Capitalismo: modo de produção nefasto, predatório e esterilizador
da fraternidade e da justiça social.
AS PEDRAS DOENTES DA RUA DO FIO
transbordam as narrativas das vidas de João Vinvim e João Ester nas
cidadezinhas pacatas de Luzilândia, no Piauí, São Bernardo, no Maranhão, e
Manicoré, no Amazonas. São cenários bucólicos d’um tempo de outrora perdidos e
encontrados na solidez da linguagem criativa de um contista renomado que faz-se
agora em romancista exacerbado percorrendo caminhos literários mais avantajados
e redimensionados.
A narrativa de AS PEDRAS DOENTES
DA RUA DO FIO também é detalhista nos cenários e no modus vivendi dos seus
personagens. Rebusca, também, aspectos históricos perdidos num tempo sem
registros de memória e traz elementos informativos cruciais ao entendimento da
história local de agora. Luzilândia, São Bernardo e Manicoré eternizam-se na
Literatura robusta de João Pinto.
Em dados momentos aparece um motoqueiro
que leva João Vinvim de Luzilândia, no Piauí, aos Currais d’outrora e d’agora
no interior do município de São Bernardo, no Maranhão. Um motoqueiro que
aparece como uma pedra no meio do caminho de João Vinvim e de João Ester tempos
distantes da infância e da juventude deles. Um motoqueiro que assombra e
dilacera suas próprias vivências. Um motoqueiro que instiga João Vinvim e João
Ester a desafiarem os caminhos percorridos por eles em suas vivências universitárias:
LÁ ONDE O SOL NASCE PRIMEIRO! LÁ NA PARAÍBA!
AS PEDRAS DOENTES DA RUA DO FIO é um baú desmemoriado de reminiscências, de dores e de queixas onde o Alzheimer é o pano de fundo da narrativa de João Pinto. Se O.G. Rego de Carvalho consagrou seu trabalho literário tratando sobre a loucura em “Rio Subterrâneo”, João Pinto tende a seguir o mesmo com a paternidade do seu primeiro romance.
Taí o contista e agora romancista João Pinto. Em dias de primavera, na pequena Luzilândia, a escritorada piauiense se fez presente lá -e de outros recantos. Cito: Hardi Filho, Chico Miguel de Moura, Elmar Carvalho, Rubervam Du Nascimento, Teresinha Queiroz, Dílson Lages, João Pinto, João Renor de Carvalho, Hélio Ferreira, Demétrio Galvão, Zé pereira Bezerra, Assis Brasil, Valdecírio Teles, Dalila Teles Veras...
ResponderExcluirOlá, poeta Elmar, obrigado pelo espaço. E a divulgação do meu romance, por meio do nosso amigo Ivanildo Souto. Te prometo te enviar um exemplar logo que chegar em Manaus. Abraços
ResponderExcluirPassei a vida atrás de novidade. E quem faz isso, subverte a fala que fala a mesma coisa. Cria o riso que alguém já sorriu, ou a morte que alguém já matou. É por isso, minha senhora, o que quero te dizer seja aquilo que nunca te disse. Só assim te puxo para dentro da minha gaiola.
ResponderExcluirCaro João Pinto,
ResponderExcluirFico satisfeito de que o amigo ainda se encontre em franca atividade, e com a criatividade a pleno vapor.