sábado, 7 de agosto de 2021

NOTÍCIAS SOBRE JOÃO VINVIM E JOÃO ESTER


 

NOTÍCIAS SOBRE JOÃO VINVIM E JOÃO ESTER


Ivanildo di Deus Souto

(professor e escritor)

 

A ficção, seja ela científica ou literária, transgride e transcende a ordem predestinadamente lógica do establishment construído.  E é e se projeta além dos fatos imperceptíveis ao olho comum do cidadão intranscendente (aquele que foi vitimado pela violência dos açoites  do sistema capitalista internacional e nacional em nome do lucro) em narrativas criativas e vanguardistas.

João Pinto em “AS PEDRAS DOENTES DA RUA DO FIO” faz um relato exponencial das suas origens nascedouras dentro de um mundo distante e  impossibilitado de ser visto e construído de forma política e ideologicamente diferentes dos determinismos colonialistas, oligárquicos e patriarcalistas da sociedade local, pátria mãe da sua ou das suas construções literárias.

 João Vinvim e João Ester navegam e devaneiam num mundo simbiótico de mestiçagens reais e imaginárias construindo um baú desmemoriado de linguagens perdidas no desencanto da vida de um professor sonhador em busca de um recanto acalentador para se encastelar sem enriquecimentos. Um trajeto inglorioso em busca da pseudo felicidade inexistente da vida terrena. Há um baú, achado, perdido e acintosamente buscado no meio das vidas paralelas dos Joões, o Vinvim e o Ester, que se debruçam na lógica inimaginável das perdições inconsequentes das mazelas da mente humana.

João Vinvim e João Ester constroem sua narrativa vanguardista, difusa, misturada e descomplexada em meio à estapafúrdias realidade socioeconômica em que vivem e onde padecem os seus personagens coadjuvantes e sofredores. Se os professores, tanto João Vinvim quanto João Ester, buscando um baú à quase “Caixa de Pandora”, supostamente “menosprezam” as mulheres que encontraram em seus caminhos e que fizeram suas felicidades circunstanciais para espantarem suas dilaceradoras solidões, constroem, ao mesmo tempo, mesmo que nas entrelinhas, o papel exponencial das mulheres em suas vidas. Mulheres onipresentes e imprescindivelmente importantes à construção do HOMEM FEMINISTA.

Em “As Pedras Doentes da Rua do Fio” há a simbiose antropofágica de duas paisagens distintas que se construíram ao longo da história planetária no Brasil Latino-Americano- e transicionistas: uma semi amazônica e quase caatingueira e a outra totalmente Amazônica. Aí é quando João Vinvim e João Ester se debruçam sobre os escombros do corolário da estupidez do Capitalismo: modo de produção nefasto, predatório e esterilizador da fraternidade e da justiça social.

AS PEDRAS DOENTES DA RUA DO FIO transbordam as narrativas das vidas de João Vinvim e João Ester nas cidadezinhas pacatas de Luzilândia, no Piauí, São Bernardo, no Maranhão, e Manicoré, no Amazonas. São cenários bucólicos d’um tempo de outrora perdidos e encontrados na solidez da linguagem criativa de um contista renomado que faz-se agora em romancista exacerbado percorrendo caminhos literários mais avantajados e redimensionados.

A narrativa de AS PEDRAS DOENTES DA RUA DO FIO também é detalhista nos cenários e no modus vivendi dos seus personagens. Rebusca, também, aspectos históricos perdidos num tempo sem registros de memória e traz elementos informativos cruciais ao entendimento da história local de agora. Luzilândia, São Bernardo e Manicoré eternizam-se na Literatura robusta de João Pinto. 

Em dados momentos aparece um motoqueiro que leva João Vinvim de Luzilândia, no Piauí, aos Currais d’outrora e d’agora no interior do município de São Bernardo, no Maranhão. Um motoqueiro que aparece como uma pedra no meio do caminho de João Vinvim e de João Ester tempos distantes da infância e da juventude deles. Um motoqueiro que assombra e dilacera suas próprias vivências. Um motoqueiro que instiga João Vinvim e João Ester a desafiarem os caminhos percorridos por eles em suas vivências universitárias: LÁ ONDE O SOL NASCE PRIMEIRO! LÁ NA PARAÍBA!

AS PEDRAS DOENTES DA RUA DO FIO é um baú desmemoriado de reminiscências, de dores e de queixas onde o Alzheimer é o pano de fundo da narrativa de João Pinto. Se O.G. Rego de Carvalho consagrou seu trabalho literário tratando sobre a loucura em “Rio Subterrâneo”, João Pinto tende a seguir o mesmo com a paternidade do seu primeiro romance.   

4 comentários:

  1. Taí o contista e agora romancista João Pinto. Em dias de primavera, na pequena Luzilândia, a escritorada piauiense se fez presente lá -e de outros recantos. Cito: Hardi Filho, Chico Miguel de Moura, Elmar Carvalho, Rubervam Du Nascimento, Teresinha Queiroz, Dílson Lages, João Pinto, João Renor de Carvalho, Hélio Ferreira, Demétrio Galvão, Zé pereira Bezerra, Assis Brasil, Valdecírio Teles, Dalila Teles Veras...

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  2. Olá, poeta Elmar, obrigado pelo espaço. E a divulgação do meu romance, por meio do nosso amigo Ivanildo Souto. Te prometo te enviar um exemplar logo que chegar em Manaus. Abraços

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  3. Passei a vida atrás de novidade. E quem faz isso, subverte a fala que fala a mesma coisa. Cria o riso que alguém já sorriu, ou a morte que alguém já matou. É por isso, minha senhora, o que quero te dizer seja aquilo que nunca te disse. Só assim te puxo para dentro da minha gaiola.

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  4. Caro João Pinto,
    Fico satisfeito de que o amigo ainda se encontre em franca atividade, e com a criatividade a pleno vapor.

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