Elmar Carvalho
A DANÇA DOS FILHOTES
Havia filhotes de diferentes animais no recinto. Assim, havia filhotes de leão, de gato, de onça, de raposa, de capivara, de pato... Alguns se moviam com dificuldade, outros com mais desenvoltura. Não observei nenhuma animosidade entre eles, de sorte que os pequenos cães se entendiam com os gatinhos, e estes com os ratos. Tudo em perfeita harmonia, como se houvesse uma teia de solidariedade entre todos eles. Começaram a executar uma espécie de dança circular no salão. Em dado momento, fosse para quebrar o tédio, fosse para romper com a minha falta de ação, mas acho que mais para interagir de forma brincalhona, toquei com os pés um filhote de mamífero que se movia com alguma dificuldade. O animalejo caiu de lado, ele que já vinha praticamente se arrastando. Imediatamente, um grande pato, que mais parecia um ganso, tal a sua corpulência, voltou-se em fúria contra mim, em um grande salto, ou voo, em que atingiu a altura de minha cabeça. Irado, pronunciou estas palavras ameaçadoras: - Eu furo teus olhos. Não esperava por essa reação, que achei excessiva, uma vez que eu apenas tocara de leve o filhote, que aliás não era seu parente, e de maneira nenhuma o maltratara. Até pensei que eu confundira grasnar com palavras, e que a ameaça não passava de produto de minha imaginação. Todavia, vendo o aspecto irado do pato, suas feições aguçadas contra mim, seu afiado bico de punhal apontado contra mim, o salto repentino em minha direção, tive a certeza de que ele efetivamente ameaçara furar-me os olhos. Achei prudente deixar o recinto.
oi!
ResponderExcluirpassei para parabenizar seu blog!
eh, com certeza, uma leitura muito agradável!!!
um abraço!
-- ah, se poder, da uma passadinha no meu também...
^^
Certo, Dayane, vou dar uma olhada. Obrigado.
ResponderExcluir