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Arte: Elmara Cristina |
DISCURSO DE JÔNATHAS NUNES EM
FLORIANO (*)
Senhoras e Senhores,
Vivi nesta querida cidade de Floriano, os dias da infância e os idos da mocidade. Rever Floriano, ainda que em pensamento, sempre foi motivo da mais incontida alegria e do mais puro entusiasmo. Reconheço porém, que nem todos se vestem de alegria ao rever a terra e cantar os dias de infância.
Da Costa e Silva já ausente,
Da Costa e Silva, triste sina,
Como se fosse um tormento,
Revia a infância Amarantina,
Na Asa de Dor do Pensamento!
Florianenses, meus conterrâneos,
Nas lonjuras por onde andei
E nas décadas vividas,
Vezes sem conta, me vi,
Viajando ano após ano,
Na doce Asa do Pensamento
Andando nas ruas de Floriano!
E me dou conta de que nessa mãe natureza, nada se compara com a emoção, com o riso do despertar de uma criança para a vida.
Muitas pessoas, eu uma delas, se compadecem com a visão do transeunte terrestre que passa por este mundo sem ter vivenciado a emoção do despertar de uma criança para a vida. Mas por que digo isso?
Senhoras e Senhores, a criança é a imagem mais estonteante que conheço, da mãe Natureza vista na retrospectiva do longo processo evolutivo da espécie. Nosso Universo como sabem, é cheio de Segredos e Maravilhas! E a beleza desse Tesouro Milenar se manifesta de mil formas. Posso aqui citar algumas:
- o sussurro de uma cascata;
- o brilho estelar matutino;
- o diadema do infinito;
- o canto do uirapuru;
- a sinfonia cósmica;
- o Silêncio intergalático;
- o colapso de uma estrela;
Ao tentar ver mais de perto os espasmos dessa Harmonia Suprema, encanta a todos a beleza matemática das Simetrias do Mundo.
No entanto, nenhum desses segredos e maravilhas exibe tanta magia como o riso de uma criança. Por que essas observações me ocorrem agora?
Por circunstâncias benfazejas, me vejo presente nessa querida cidade de Floriano. Ainda assim, não estou dizendo tudo. Sobreleva e muito, estar presente em Floriano na companhia de tão gradas personalidades do mundo intelectual piauiense: Integrantes da Academia Piauiense de Letras, da Academia de Letras e Belas Artes de Floriano e Vale do Parnaíba, e de expoentes outros da cultura piauiense. De tal forma que eu me sinto em situação análoga ao dia da minha posse na Academia Luso-Brasileira de Letras. Ao ouvir a lista dos patronos daquela Academia: Rui Barbosa, Padre Antonio Vieira, Castro Alves, Ramalho Urtigão, Camões, Olavo Bilac, e tantos outros da Luminares da Comunidade Lusófona, me retraí um pouco e perguntei a mim mesmo: rapaz, acho que estou indo longe demais! E agora confesso jamais sonhei estar presente em Floriano na companhia de tão seleto grupo de personalidades.
E, se me permitem, gostaria de convidar a todos para um passeio pelo passado distante de Floriano. Revivo a Floriano de antanho: dos tempos de criança e dos dias da mocidade. Situações pelas quais um dia passei! São tantas! Recomponho imagens, cenas e cenários! São tantos! Na minha frente um cipoal de instantâneos em movimento! O vai-e-vem de pessoas, gente indo, gente voltando, pessoas sentadas, pessoas andando! Gente saindo! Gente entrando! correndo! Em tempo de iphone, a mente me diz devo gravar todo esse cenário e mostrar depois aos entes queridos!
Espantado, observo que o celular não enxerga as cenas vistas por mim. O disco cinzento não tem conexão. O desfilar de imagens parece não ter fim! O lar, a rua, a escola, a igreja, o visual de pessoas especialmente lembradas!
Ouço vozes, sons, e figuras mais ao longe! Do Cansanção, do bairro do Leite e da cidade! Das missas de madrugada, e dos novenários! A Sambaíba de Dona Dorinha e seus bombons que ainda hoje me põem água na boca. As roças da Pitombeira e do Juá, contíguas ao Parnaíba, e separadas por uma cerca de arame farpado. O velho bairro do Leite onde moravam amigos como seu Cinobelino cabeleireiro, o velho Vitório, a família Romão e seu Ângelo, o finado Wash e Dona Clotilde, com os filhos Ferrer, Mariquinha e o irmão mais velho, Valdyr que da noite para o dia, se afastou de todos nós pra ir morar no Rio de Janeiro. Segundo diziam, queria ser soldado da Marinha. Floriano dos tempos do Zepelin; da rua do Bandeira onde a família do padre Zé Albino morava; da rua do Caracol, hoje Coelho Rodrigues; da rua do Fio, hoje Clementino Ribeiro, para onde nos mudamos, já aos onze anos. Os vizinhos, seu Joaquim Monteiro, Tidinha e Crispim, a família de Evinha, a família de Dona Ester, e pouco tempo depois, a família de Dona Clotilde Ferrer.
Floriano do riacho da Onça, da rua do Amarante de seu Mundin e Dona Isaura, da família Noleto, e Dona Maria de Deus cujo filho Moisés ficou doido e foi levado de vapor de Floriano pra Teresina, e a gente, mesmo criança, ainda foi ver a despedida dele, mesmo já doido, de vapor, na beira do rio. E mesmo doido, levado no convés do vapor, fazia discursos em voz alta. Tão alta e tão forte que a boca dele espumava e espalhava saliva pra todo lado.
Floriano de Calixto Lobo, do picolé do bar de seu Bento Leão, dos jumentos com cangalha e duas âncoras pegando água na beira do rio e levando pra vender na usina também de seu Bento Leão.
Floriano dos tempos do Orfila Leão e daquela Senhora cujo nome não lembro, que perdeu o juízo, e espalharam na cidade que ela estava era possuída de um espírito maligno, e nunca entendi como era que a gente acabava indo até a casa dela na altura da rua São João para vê-la possuída por esse espírito.
Floriano da beira do rio, do Vapor e das Balsas de talo de buriti, a rua Sete de Setembro, e nunca entendi porque, mas o pessoal só chamava rua do Mulambo.
Floriano das missas do padre Pedro, cinco horas da manhã de domingo, discursando na homilia, dirigindo-se aos fiéis falando do lado interior da grade do altar-mor da igreja. Levantando a voz com tanta intensidade, contra os protestantes e os maçons, que a gente mesmo criança, observava instantes em que ele ficava na ponta dos pés. Floriano do Mercado Velho onde havia de tudo, até mesmo tabuleiro com cachos de pitomba pra vender e ajudar minha mãe com alguns trocados. Floriano de seu Milad, do professor Binú, das professoras Jacy, Aliete, Moema Frejat, Zélia Martins e Mundiquinha Drumond. Floriano da Professora Josephina Demes.
Floriano das festas de primeiro de maio, da famosa disputa do “pau de sebo”, na União Artística Operária Florianense bem ali perto da residência de seu Abdias e Dona Noeme. Floriano dos desfiles de Sete de Setembro e das solenidades no Cine Natal organizadas por Otoniel Miranda, irmão de Iracema e Eldinê, filhos do Cheiro Miranda. Floriano do Cheiro Miranda, grande amigo de meu pai, chamava a atenção da gente quando aparecia montado num cavalo, mas de paletó e gravata.
Floriano dos dias de carnaval com aquelas moças fantasiadas de máscara e minha mãe nos afastando delas sob o argumento de que aquilo era coisa do demônio. Floriano das Congadas da rua do Amarante, das Pastorinhas e das festas de Reisado. Floriano das festas de São João, das Solenidades do Dia de Caxias, do Descobrimento da América, sempre com a participação daquele ser humano notável que era o Senhor Eleutério no Grupo Escolar Agrônomo Parentes
Floriano daquele Senhor de nome João Luis, Homem bem de vida e de residência ali bem próxima do Agrônomo Parentes e que havia mandado o filho seu, de nome, se bem me lembro, Nivaldo, estudar no Rio de Janeiro, e lá, esse jovem veio a falecer, pouco tempo depois, ao que se comentava na época, abatido por um raio fulminante quando passeava na areia da praia de Copacabana, onde fazia mau tempo. O corpo foi transportado de volta até Floriano e seu sepultamento comoveu a cidade toda, e seu pai construiu um mausoléu para eterna memória do filho que ele tanto amava.
Floriano de Dona Filó com os grupos de canto na Igreja; aquela senhora tão distinta e de presença constante nas atividades religiosas da paróquia; e do amigo Bispo, Sacristão da Igreja. Floriano de Dona Elvina, caridosa esposa de seu Mundico Castro, na época considerado o homem mais rico de Floriano. Floriano da Sapataria Lima, Farmácia Sobral, Farmácia Rocha, Farmácia Coelho; Floriano de Doutor Sebastião Martins que conheci e vi pela primeira vez, dentro de minha casa na localidade Cansanção, para onde ele foi numa tarde, quase uma légua de distância, consultar o mano caçula Aurimar, doente, acamado e anêmico. Não esqueço ele entrando em casa com uma valise na mão, e quando foi abrir, vi surpreso que a maleta dele era diferente das outras, abrindo e fechando não pela lateral, mas pelo meio. Floriano do Dr. Demerval, que ao me consultar ainda criança, comentou para minha mãe que eu tinha o coração dilatado, e essa informação me deixou intrigado e preocupado por muitos anos. Floriano de Doutor Oswaldo da Costa e Silva e de seu Raimundo José de Araújo Costa, no Consultório de quem minha mãe me levava e eu ia morrendo de medo, pois sem anestesia, a dor de dente era insuportável. Floriano do Cine Natal, do Politeama, e da Avenida de Seu Bento Leão, do Calixto Lobo, do Tufi e do seu Abdalla, do Salomão Mazuad, do Floriano Club, e do Salomão Barguil, da família Bucar, e da Janete Bucar, esta garota era nossa colega contemporânea do Ginásio Santa Teresinha e tida por todos nós como a garota mais bonita do Ginásio.
Floriano da Avenida do seu Bento Leão, de onde saia tantas vezes estampando no rosto a alegria de uma criança chupando um picolé. Floriano dos dias de Circo e dos dias de pelada de futebol ali na praça da Igreja, quando ainda não era calçada.
Floriano do Agrônomo Parentes, do Odorico Castelo Branco e do Ginásio Santa Teresinha, onde meus olhos e a mente foram se abrindo para a vida. Floriano de Jacy Sobral, minha primeira professora, que algumas vezes com a mão sobre minha mão, me encaminhou no traçado das primeiras letras. Floriano de Eliete Sobral, minha professora tão bonita, no Odorico Castelo Branco. Floriano do professor Madeira, e meu professor de Francês no Ginásio Santa Teresinha, e que morava ali na praça do Mercado velho, próximo à residência de seu Milad, e que certo dia comoveu seus alunos com a notícia de que tinha ficado doido e a primeira providência depois de doido foi soltar todos os passarinhos do viveiro que tinha em casa, e nunca mais apareceu pra dar aula. Floriano do Juá e do Bom Jardim e do Riacho Fundo, onde fui tantas vezes com alçapão, pés descalços e braços nus, tentando pegar algum canarinho amarelo.
E finalmente, Floriano de minha mãe, Dona Cota, pela alegria que tinha em dizer que eu era seu filho, pela felicidade que eu sentia ao lado dela, estando em casa ou lhe fazendo companhia, vezes sem conta, andando a pé, nas ruas, praças e casas de Floriano, e conhecer tantas famílias de seu bem querer, com Dona Isaura, Dona Diva, Dona Noeme, Dona Clotilde, e tantas outras. Floriano de Aurino Nunes, meu pai, pela resistência espartana com que enfrentou a luta para criar e manter família tão numerosa, sobretudo em face da doença que sacrificou grande parte de sua vida.
E finalmente Floriano daquela criança para quem esta cidade foi tão hospitaleira, gentil e acolhedora, e ainda além de tudo isso, serviu de verdadeira base de Cabo Canaveral, a base do Cansanção, de onde partiu para a descoberta do mundo, para a conquista de um lugar ao sol E ganhou o mundo, tendo conquistado o trunfo e o triunfo de haver constituído com Maria Helena, uma família em que os quatro filhos são todos PhD.
Por último, volto minha vista para os Acadêmicos da Academia Piauiense de Letras, e Academia de Letras e Belas Artes de Floriano!
Esta Solenidade, histórica é a primeira da APL em Floriano nos seus cento e seis anos de profícua atividade literária.
LETRAS E ARTES! ARTES E LETRAS!
Aqui se cruzam dois mundos: o das LETRAS e o MUNDO DAS ARTES!
O Conjunto Interseção desses dois MUNDOS, Senhores, é a ARTE LITERÁRIA?
A Magia da Arte explora a beleza das Simetrias da Natureza, vem lapidando o mundo de símbolos, sons, fonemas elaborados no cérebro humano, e erigindo o edifício da ARTE LITERÁRIA.
Senhores, A ARTE DIVINA DA POESIA É A QUINTESSÊNCIA DA ARTE LITERÁRIA.
Somente a arte divina da poesia poderia descrever, com perfeição, os dias da infância e os idos da mocidade vividos em uma cidade tão querida como Floriano. A minha frente, desfilam quatro desses pró-homens da poética literária de alto nível: Da Costa e Silva, Casimiro de Abreu, Chico Miguel e Elmar Carvalho!
Inebriado de emoção da infância amarantina, o Príncipe dos poetas piauienses, Da Costa e Silva, certa feita, das lonjuras do Rio de Janeiro, afirmou sobre Amarante:
.... “minha Terra é um céu....se há um céu sobre a Terra!”!
Imagino, então, se Da Costa e Silva tivesse conseguido “subir”, ainda que fosse a nado, as águas do Velho Monge, e passado sua infância em Floriano! Teria conhecido, e, por certo, ficaria abismado com o pôr de sol da beira-rio da terra de Josefina Demes!
Mais ainda, o insigne poeta se sentiria igualmente cativado com o charme impar da mulher florianense! Maravilhado, anos mais tarde, é bem provável, Da Costa e Silva exaltaria, de forma muito mais incisiva, e usando o artigo definido do idioma de Camões, diria sobre Floriano:
“....minha Terra é o céu.....se é que o céu é aqui na Terra!”.
Que o diga o imigrante árabe, as levas de sírios e libaneses, aqui chegados nas primeiras décadas do sec. XX, e daqui nunca mais saíram!
E Casimiro de Abreu?.... descrevendo a infância em sua terra natal, aquele povoado escondido, bem ao lado da cidade de Macaé, no Rio de Janeiro, e que hoje guarda seu próprio nome! O grande vate fluminense vai até o fundo da arte literária mais pura, e desabafa no lindo poema:
MEUS OITO ANOS:
“Oh!....que saudades que tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!.....”.
......................................................
Conheço a Macaé interiorana, e bem posso afirmar: tivesse Casimiro de Abreu vivido a infância na terra de Janete Bucar, e varado as madrugadas alegres da beira-rio florianense, além dos lindos versos de – Meus Oito Anos, Casimiro de Abreu ainda acrescentaria:
A melhor parte da vida,
É sentir ano após ano,
A sensação incontida
De ter nascido em Floriano!
E o conterrâneo Acadêmico e poeta Francisco Miguel de Moura? Nascido lá nas bandas de Picos, na sua querida Francisco Santos, Chico Miguel, já homem feito, foi visto, certa feita, cantando a dor e a tristeza do retorno à terra berço!...em suas próprias palavras:
“ Oh casa onde nasci, já não existes!
Vi o sítio, pisei-me em tuas pedras...
Como rastro de dor, por que resistes?
Por que tantos espinhos ainda medras? ”
E me quedei perguntando: O que houve então, Chico Miguel?
O que te fez distante ficar?
Se é que a terra, o Riachão,
Nunca saiu do lugar!
A resposta, diriam todos:
O passado está a mostrar,
Nas arribadas do pai
O notívago, soturno
Miguel Guarani boiadeiro!
Foi-se embora o Riachão!
Meu torrão Jenipapeiro!
Comandante Chico Miguel, se o destino o houvesse premiado com a infância nas águas mansas da beira-rio de Floriano, seguramente sua vasta obra literária teria se dividido entre a Floriano do Parnaíba, e o Parnaíba de Floriano.
Finalmente me volto para o Acadêmico Elmar Carvalho. E me pergunto:
E se o grande poeta Elmar,
Sem precisar passar pano,
Pudesse na vida optar:
O NOTURNO das Oeiras?
Ou NOTURNÃO de Floriano?
O contraste emociona!
Se o NOTURNO mostra o passado,
O NOTURNÃO lembra o futuro!
Ali, se o passado chora!
No outro o futuro ri!
SE um é o passado Oeirense!
O outro, o Zepelin florianense!
Se um, o passado remonta,
No outro, o futuro desponta!
Floriano tão jovem, nascido já nos primórdios do Brasil republicano, tem sido reduto inapagável de um modelo de vida pacato, alegre, altaneiro, agradável e feliz. Floriano, Cidade Senhora de si e de seu futuro radiante! Já o NOTURNO de Oeiras, da terra Dagobertiana de Moisés Reis, tão bem descrito pelo poeta Elmar, reflete o contexto e os mistérios de um passado colonial multissecular! E que passado!
O NOTURNO Elmariano de OEIRAS não é o passado de volta ou volta ao passado. Mas representa, a um tempo, a miragem poética de instantes vividos na plebe rude, alguns deles carregados de tristeza e do realismo mais puro!
SÃO INSTANTES ELMARIANOS:
< meia noite nas Oeiras!
< silêncio de cemitério!
< fantasmas vão caminhando!
< o tilintar de louçaria!
< rangido em assoalho!
< no tablado, pancadaria!
< ruido em cada sobrado!
< badalada e tropelia!
< defunto tocando sino!
< Igreja sem campanário!
< visagens rezando em côro!
< mistério pra todo lado!
< donzelas que metem medo!
< um mundo mal-assombrado!
O NOTURNÃO de Floriano, traz o silêncio da noite florianense, ainda tão jovem. As madrugadas alegres da beira-rio, relembram o frenesi dos rodamoinhos sociais provocados pelo transporte fluvial, a agitação citadina dos zepelins, hidroaviões, e dos primeiros voos comerciais! As primeiras linhas de ônibus chegando e partindo: o ônibus do Chicão para Teresina e os ônibus do Araújo e do Josué Sepúlveda para o sul piauiense! E o sangue novo, benfazejo do imigrante árabe.
Minhas palavras aqui, constituem uma singela homenagem àquela juventude buliçosa dos idos da mocidade, emergindo em cada alvorada festiva da primavera florianense.
Muito obrigado.
(*) Discurso de Jônathas Nunes, pronunciado no dia 16/06/2023, na sede da Fundação Floriano Clube, por ocasião da instalação da Academia Piauiense de Letras em Floriano, quando foi lançado seu livro de memórias “De Floriano para o mundo”.