terça-feira, 1 de julho de 2025

Os engenhos de Da Costa e Ascenso

Vídeo da autoria de Felipe Mendes

 

Os engenhos de Da Costa e Ascenso


Elmar Carvalho

 

Postei o vídeo acima, do amigo e confrade Felipe Mendes, no grupo da UBE-PI – União Brasileira de Escritores do Piauí, sobre o qual fiz o seguinte comentário:

Um belo registro dos engenhos de madeira de antigamente, que já quase não existem.

Esse vídeo me fez lembrar o excelso poeta amarantino Da Costa e Silva, que escreveu estes versos imortais:

Na remansosa paz da rústica fazenda,

à luz quente do sol e à fria luz do luar,

vive, como a expiar uma culpa tremenda,

o engenho de madeira a gemer e a chorar.

 

Ringe e range, rouquenha, a rígida moenda;

e, ringindo e rangendo, a cana a triturar,

parece que tem alma, advinha e desvenda

a ruína, a dor, o mal que vai, talvez, causar...

 

E o grande bardo pernambucano Ascenso Ferreira, quando cantou os engenhos de sua terra:

Dos engenhos de minha terra

Só os nomes fazem sonhar:

 

- Esperança !

- Estrela d'Alva !

- Flor do Bosque !

- Bom-Mirar !

Um trino… um trinado… um tropel de trovoada…

e a tropa e os tropeiros trotando na estrada:

 

- Valo!

- Êh Andorinha !

- Ê Ventania !

- Ê...

Octavio Cesar fez os seguintes comentários:

Me transportou para minha infância em Luzilândia.

Meu avô tinha um pequeno engenho com essa engenhoca moendo as canas.

Ele fazia uma cachaça chamada Cabocla Dengosa.

Respondi-lhe o seguinte:

Essa calibrina, pelo nome, deveria ser da boa.

Ele revidou:

E tinha a tiquira, feita de mandioca. Tomou um trago e banhou, porre chegou.

Contra-ataquei:

Mas essa Cabocla Dengosa deveria ser um perigo.

Se desse muito bola para o caboclo, deveria deixar o cabra muito escacholado ou arriado.

E, se não desse bola nenhuma, deixaria arreliado.

Octavio arrematou:

Hahahaha. O nome Tiquira deve ter alguma relação com a Tequila. Alcoolicamente, ao menos.