VICENTE DE PAULA ARAÚJO SILVA
Aos quatorze dias de agosto deste ano 2009, as comemorações dos 165 anos de elevação da Villa de São João da Parnahiba, à condição política de cidade da Parnaíba, iniciaram-se com uma missa na igreja matriz de Nossa Senhora Mãe da Divina Graça. Entre os presentes que a assistiam e participavam, estavam as importantes figuras do Exmo. Sr. Governador do Estado, o Exmo. Sr. Prefeito Municipal e o Revdo. Sr. Bispo Diocesano .
Coincidentemente, naquele ato religioso, esses três expoentes da sociedade atual, estavam caracterizando os elementos humanos responsáveis pela existência da Parnaíba, por ocasião do início da sua povoação. Assim, José Wellington Barroso Dias, representava o vaqueiro mestiço, curraleiro de gado; José Hamilton Furtado Castelo Branco, identificava o colonizador, empreendedor econômico; enquanto, o Rev. Exmo. Dom Alfredo Sháffer, pontificava como o padre que aqui construiu o primeiro templo católico, ainda hoje existente, ali na atual Rua Duque de Caxias, nas proximidades da Rua Grande, hoje denominada Av. Presidente Vargas.
Entretanto, neste mês, deveríamos festejar também, 247 anos da criação da Vila de São João da Parnaíba e 30 anos da memorável noite, quando foram queimados os tapumes da Praça da Graça, que escondiam a grande vergonha de sua destruição equivocada pelo gestor municipal na época.
Os homens e a terra se entrelaçam há milhões de anos, e ao longo desse tempo têm deixado as suas memórias registradas, marcando a sua história. Assim, os parnaibanos, estão a cada dia pesquisando e encontrando as trilhas que percorreram os homens que fizeram esta terra a Princesa do Igaraçu.
Hoje, sabe-se, que a partir de 1699, a coroa portuguesa passou a buscar meios de ocupação ordenada na região próxima a foz do rio Parnaíba, quando Leonardo de Sá e outros desbravadores solicitaram terras às margens do Parnaíba. Naquela época, o vale do rio Longá, na bacia do Baixo Parnaíba, já estava ocupado por vaqueiros vindos da Bahia e Pernambuco. Dentre esses desbravadores, salientaram-se Bernardo Carvalho de Aguiar, fundador de São Miguel dos Tapuios, Campo Maior e a Vila Velha da Parnahiba, hoje município de São Bernardo (Ma); Francisco Lopes, fundador de Buriti dos Lopes; e Pedro Barbosa Leal, fundador da Vila Nova da Parnahiba, surgida dos primeiros fogos (moradias) existentes às margens do Igará, braço do rio Parnaíba.
A organização e comando econômico da vila, em 1711, no Porto Salgado, que a partir de 14/08/1844, passou a ser a cidade da Parnaíba, coube ao pernambucano João Gomes do Rego Barros, preposto do proprietário, o rico sertanista baiano Pedro Barbosa Leal, residente na Bahia, que fez prosperar a feitoria da salga de carne e curtição prévia da courama bovina, até 1725, quando recebeu a doação de terras no Delta do Parnaíba, passando a residir na localidade Testa Branca, atualmente a comunidade Chafariz.
Os fatos mais antigos e importantes na história da existência da Parnaíba, estão às vistas dos olhos, através dos documentos existentes no livro Registro de Provisões nº 81,de 1688 a 1732, encontrados no Arquivo Público do Estado do Maranhão, como também, no marco histórico da fundação da Vila Nova da Parnahba, a igrejinha de Nossa Senhora do Monserrathe, solicitada a sua construção por João Gomes do Rego Barros, Capitão Mor e procurador do senhor donatário da vila, Pedro Barbosa Leal.
Essas relíquias, documental e arquitetônica, comprovam a autorização e a construção da igreja, pelo Vigário Geral, Governador do Bispado em São Luís, Pe. Ignácio Martins Barreiros, em 11 de junho de 1711, sendo nomeado como pároco e construtor, o Padre João da Conceição.
Diante o exposto, todos os parnaibanos natos e adotados, em respeito às memórias marcantes dos homens que ao longo dos tempos fizeram a nossa história, devem estar aliados na tomada de medidas que possam dignificar as comemorações dos 300 ANOS DE PARNAÍBA, em 2011, promovendo assim, a legitimidade do início glorioso de nossa cidade.
Phb, 15/08/2009 - Da série : ESTÓRIAS A RESPEITO DA HISTÓRIA DA PARNAÍBA
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