Mesa de honra da solenidade de 33 anos da ALVAL |
Casarões da Praça Bona Primo, em Campo Maior |
29 de setembro
ACADEMIA DE LETRAS DO VALE DO LONGÁ
Elmar Carvalho
Na sexta-feira, à noite, fui à solenidade comemorativa dos 33 anos de fundação da Academia de Letras do Vale do Longá – ALVAL. Presidida pelo médico e intelectual Itamar Abreu Costa, a festa cultural aconteceu no páteo de estacionamento da clínica Itacor, que foi transformado em belo e amplo teatro a céu aberto. O coral da instituição de saúde nos brindou, entre outras peças musicais, com os hinos do Piauí, de Teresina e da ALVAL, sendo este último uma composição de Francy Monte, que, deixando de lado os tradicionais ritmos de dobrado e marcha militar, deu-lhe um timbre rítmico mais alegre, mais animado, que lembra, em certas passagens, uma marcha quase carnavalesca, conferindo-lhe uma feição mais moderna e popular. O escritor e poeta Herculano Moraes falou em nome da Academia, discorrendo sobre o significado e importância da efeméride. Segundo Herculano, oito membros da Academia Piauiense de Letras são oriundos da Academia de Letras do Vale do Longá.
Foram homenageados com o Diploma do Mérito Cultural Arimathéa Tito Filho vários intelectuais e escritores, dentre os quais lembro os nomes de Reginaldo Miranda da Silva, historiador, advogado e atual presidente da Academia Piauiense de Letras; Dílson Lages, professor, poeta e ficcionista, titular do curso e do portal Entre-Textos, que relevantes serviços vem prestando à cultura e à literatura piauienses, ao publicar contos, crônicas, ensaios, artigos, além de outros textos e notícias culturais; Valmira Campos Saraiva Costa; poeta e romancista Gregório de Moraes; José Lourenço Mourão, in memoriam, secretário de imprensa do Piauí, deputado estadual em duas legislaturas e procurador de Justiça do Distrito Federal, cujo perfil biográfico foi enaltecido por seu filho, que falou em nome da família, também representada pela professora e acadêmica Sara Mourão; e Carlos Said, decano do jornalismo e radialismo em nosso estado, um dos maiores divulgadores do esporte e de nossa literatura, graças à sua memória e cultura invulgares. Reginaldo Miranda falou em nome dos homenageados; aproveitou para discorrer sobre os luminares da APL e sobre as atuais realizações e publicações da entidade, já tendo sido editados vários livros e revistas em sua gestão. Carlos Said, em eloquente e emocionado discurso de improviso, prestou uma notável homenagem a Arimathéa Tito Filho, seu ex-professor, arrancando aplausos da assistência e lágrimas de dona Delci Maria Tito, viúva do ilustre homenageado, que presidiu a APL por mais de duas décadas.
Coroando a festa cultural e literária, foram homenageados os cinco novos patronos de cadeiras da instituição: Raimundinho Andrade, professor, diretor de departamento da Secretaria de Educação do Estado, sendo justamente considerado um dos mais completos, dinâmicos e probos prefeitos de Campo Maior, tanto na prestação de serviços como na construção e conservação de obras físicas, em sua administração paradigmática; monsenhor Mateus Cortez Rufino, figura emblemática e querida de Campo Maior, construtor de templos católicos, um dos fundadores do Ginásio Santo Antônio, operoso, realizador, grande incentivador da cultura e da educação, orador sacro de largos recursos, tendo sido vigário geral da Arquidiocese de Teresina; Chiquinho Cazuza, professor, editor de jornal cultural e historiador, sobretudo de Altos, sua terra natal; Espedito de Freitas Rezende, in memoriam, piripiriense, embaixador do Brasil em Roma; Gervásio de Brito Melo, piracuruquense, médico, professor universitário e considerado uma das maiores autoridades brasileiras em doenças tropicais. Em nome dos familiares de todos os novéis patronos, falou o engenheiro Marcílio Andrade, filho do professor Raimundinho Andrade.
Tenho a honra de pertencer à Academia de Letras do Vale do Longá, na qual tomei posse em 23 de maio de 1997, em solenidade realizada no IATE Clube de Campo Maior, à margem do Açude Grande, que já cantei em meus versos. Na oportunidade, lancei a segunda edição de meu livro Cromos de Campo Maior, com bela programação gráfica e visual do grande artista plástico João de Deus Netto, apresentado pelo escritor Antenor Rego Filho. Fui recebido pelo saudoso acadêmico Geraldo Majella de Carvalho, parente e amigo, que proferiu bela peça retórica, que emocionou meus pais. Ocupo cadeira patroneada pelo grande poeta simbolista Celso Pinheiro, que teve como primeiro ocupante o escritor José de Ribamar Oliveira, autor dos romances João Burundanga, Porto da Imaculada Conceição dos Marruás e Um Rio de Águas Barrentas.
Antenor e Geraldo presidiram a ALVAL, e são dois de seus idealizadores e fundadores; devo principalmente a eles, bem como à professora Clea Melo, o incentivo e o apoio para ingressar no silogeu. Na oportunidade, alertei os meus conterrâneos de que vários prédios históricos e de valor arquitetônico de Campo Maior estavam desaparecendo, seja por falta de conservação, seja por deliberada ação humana para destruí-los. Disse que se providências não fossem tomadas a lírica e lúbrica Zona Planetária, de tão belo, histórico e sugestivo nome, seria destruída. Para minha consternação, fui um bom profeta, não obstante Cristo tenha advertido que ninguém é profeta em sua própria terra, e hoje o velho lupanar jaz em completa ruína, com os escombros a denunciar a desídia e o descaso do poder público e de particulares. O competente arquiteto Olavo Pereira da Silva Filho, campomaiorense, considerado uma das maiores sumidades do patrimônio arquitetônico do Piauí, afirma que o de Campo Maior é um dos mais ricos de nosso estado. Entretanto, acho, muito descaracterizado e mal conservado, sendo que muitos dos mais importantes casarões já foram irrecuperavelmente destruídos. Cuidemos dos que ainda restam.
Parabens pelo texto, ressalto meu orgulho e amor por essa pessoa citada a cima, itamar costa, meu pai a quem tanto tenho admiração e gratidão, agradeco a deus pela oportunidade de ter essa pessoa em minha vida , a quem posso me referir como meu pai!!!. um abraço patricia costa
ResponderExcluir