Gregório de Moraes, Olavo Pereira da Silva Filho, Elmar Carvalho, Itamar Abreu Costa, Pedro Costa e José Fortes Filho (sentado) |
25 de janeiro
OS VELHOS CASARÕES DE CAMPO MAIOR
Elmar Carvalho
Recebi um telefonema do médico Itamar Abreu Costa, lembrando-me de que no domingo haveria a eleição para preenchimento de uma das cadeiras da Academia do Vale do Longá. Disse-lhe que não faltaria, pois desejava sufragar o nome do escritor e professor Carlos Dias, que concorria à vaga deixada por Chiquinho Cazuza, também altoense como o candidato. Carlos Dias é pesquisador de mérito, já tendo escrito vários trabalhos sobre a história de sua terra, sobre a vida e obra do intelectual a cuja vaga concorria, além de ter feito um importante livro sobre o grande poeta popular Zé da Prata, em que analisa sua obra e lhe enfeixa vários poemas.
No telefonema, Itamar reafirmou a sua vontade de contribuir para a preservação dos vetustos casarões de Campo Maior. Diante desse seu desiderato, expliquei-lhe que o arquiteto Olavo Pereira da Silva Filho, uma das maiores autoridades sobre a situação do patrimônio arquitetônico do Piauí, havia me falado que, não obstante a deterioração e o desaparecimento de muitos prédios antigos e históricos, o patrimônio campomaiorense é ainda um dos mais ricos de nosso estado, mormente considerando-se a parte interna desses antigos solares. Acrescentei que Olavo tinha me falado no seu desejo de que fosse promovido um evento em defesa dessas casas solarengas, e que, por esse motivo, o convidaria a comparecer ao Itacor, onde ocorreria a votação domingueira, para que nós três tratássemos da realização da solenidade cultural.
No horário marcado, discutimos como seria esse ato em defesa do patrimônio campomaiorense. Acordamos em que a Academia Campomaiorense de Artes e Letras e a Academia Piauiense de Letras deveriam participar dessa promoção, que pretendemos seja realizada no auditório desta última entidade, sem prejuízo de uma outra em Campo Maior. Haverá uma palestra do arquiteto Olavo Pereira da Silva Filho sobre o patrimônio arquitetônico campomaiorense, no qual ele deverá discorrer sobre o histórico de alguns prédios, sobre o estado de conservação do conjunto das edificações e sobre o que poderá ser feito em prol de sua conservação, além de seu aproveitamento para efeito de turismo cultural e histórico. Na oportunidade, deverá ser passado um abaixo-assinado, para coleta de assinatura da assistência, a fim de ser enviado ao Ministério da Cultura, para emissão de uma declaração a respeito da paisagem arquitetônica.
Ao tratar desses assuntos, soube, através do arquiteto Olavo Filho, de que o antigo cemitério de Campo Maior estaria sofrendo algum tipo de intervenção em seu muro. Contei-lhe, então, que eu já havia escrito um trabalho sobre esse vetusto campo santo, já desativado há várias décadas, em que eu defendia a ideia de que ele poderia ser transformado numa espécie de museu a céu aberto, com a restauração dos túmulos e das alamedas, com um projeto de criação de jardins, caramanchão, estátuas e um espaço ecumênico para reflexões, palestras e eventuais cerimônias ritualísticas, sem prejuízo das construções existentes. No meu escrito, eu dizia que ele poderia ser transformado, mantidas as proporções, em algo parecido com o Recoleta da argentina. E afirmei que esse projeto seria pioneiro, em termos de Piauí, e bem poderia servir de modelo para outros municípios. Creio que tudo isso será debatido na palestra do Olavo.
Caro amigo, peço a você que avise o dia dessa palestra, tenho interesse nesse assunto, em Campo Maior,um desses casarões pertence a nossa família.Quanto ao cemitério, tenho familiares por lá.Minha Tia Anísia Pereira, defendeu este espaço, sozinha cuidou daquele cemitério por quase duas décadas, inclusive levantando seus muros quando derrubados pela ação do tempo e da chuva.Meu novo email:simao.pedro1@gmail.com.Um abraço.
ResponderExcluirSem dúvida, caro Simão Pedro.
ResponderExcluirNo dia em que tivermos uma data, mandarei um e-mail ou postarei uma notícia no blog.