Virgílio
Queiroz
historiador
O
conjunto arquitetônico de Amarante, de herança colonial, é o mais
harmonioso do Estado do Piauí. São casas que retratam o período
com uma estrutura que ultrapassa os anos e numa conservação
patrimonial mais pela vontade dos proprietários que por leis ou
decretos. Na Avenida Desembargador Amaral situa-se o casario mais
representativo com a famosa “Casa dos Azulejos” que pertenceu à
família “Sobral” e hoje residem os herdeiros de Amâncio Lopes.
Dizem que outras casas também eram revestidas de azulejos e os seus
donos reformaram sem a preservação desse detalhe. O saudoso
professor Noé Mendes, pesquisador incansável, disse-me, certa vez,
que os azulejos do “Casarão dos Lopes” eram oriundos da
Inglaterra e não de Portugal como afirmavam dezenas de ilustres
pesquisadores.
Em
frente, na residência do médico João de Miranda Peixoto estão as
portas e janelas conservadas em uma construção de uma casa com as
características coloniais dignas de uma pequena cidade portuguesa –
por que não São Gonçalo do Amarante? Existe o prédio onde reside
a notável professora Mary, onde nasceu o grande amarantino Dirceu
Mendes Arcoverde, com uma extensão enorme de janelas e portas como a
mostrar a presença dos ilustres lusitanos que estiveram em Amarante
há mais de duzentos anos atrás. Com um povoamento que abeira 400
anos, esse patrimônio enche os olhos de quem visita a nossa Terra.
Além
dos prédios da Desembargador Amaral, e não podemos deixar de citar,
também, o posto do “Armazém Paraíba”, a casa de “João
Tindor”, a casa da “irmãs Cunha”, da dona “Nede”, outros
exemplos dessa bela época da arquitetura são notados por toda
cidade, nas ruas Luiz Puça e Da Costa e Silva, como exemplos:
“Casarão dos Soares”, “Casarão dos Ayres”. Até mesmo, nos
arredores, notadamente no bairro Vila Nova, existem essas
particularidades arquitetônicas em residência particulares. É a
cidade de Amarante a mais portuguesa das cidades piauienses. Com
certeza!
Nenhum comentário:
Postar um comentário