SILENCIOSAS SOMBRAS MELANCÓLICAS
Alcenor
Candeira Filho
ó silenciosas sombras melancólicas
tristes almas sem rumo sem destino
que vagam cansadas e vagarosas
pelo vasto universo negro em ruínas!
olhos lacrimejantes de tormenta
procissão sinistra de miseráveis
que não alimentam sequer um sonho
sem o ônus de infinito sofrimento!
diurnos e noturnos peregrinos
sorumbáticos fantasmas viageiros
eternamente a caminhar sozinhos!
sombrias sombras cuja esperança única
é esperar nuvens que em vez de chuva
se façam fumaça no nevoeiro!
SONETO DO PERDÃO
Alcenor Candeira Filho
para ambos a vida era colorida,
vergel de rosas de todas as cores.
depois tempestades e dissabores
varreram a união apetecida.
contra ela, outrora a rosa mais querida,
a flor mais bela entre todas as flores,
ele dirige injustos horrores
gritando com a voz enfurecida.
contudo, ela é tão dócil e ama-o tanto
que ao cabo de cada vã discussão
(quando ele precisa ser perdoado, quando...)
é quem chorosa, mergulhada em pranto
humildemente implora-lhe perdão
-e é o pecador quem acaba perdoando.
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