Raimundo Edilson de Moreira Nunes (Didi) e sua esposa Climene |
CONGRATULAÇÕES PELA POSSE NA
ACADEMIA DE LETRAS
Antônio Gallas Pimentel
Quando da minha posse na
Academia Parnaibana de Letras, recebi muitas mensagens de congratulações de
pessoas amigas, algumas pessoalmente, outras através das chamadas redes
sociais, facebook, whatsapp etc, principalmente dos amigos que residem em
outras cidades ou em outros estados.
Com o advento da Internet e o
aprimoramento das novas tecnologias que tornaram as comunicações mais fáceis e
mais rápidas, enviar uma mensagem via whatsapp, facebook, tweeter ou e-mail é
coisa fácil e, principalmente porque tornou-se um hábito entre as pessoas.
Dentre estas mensagens de
congratulações e parabéns dirigidas à minha pessoa, uma, em forma de carta,
muito me sensibilizou qual me foi entregue pelo próprio signatário, meu colega,
aposentado, assim como eu, do Banco do Brasil, sr. Raimundo Edilson de Moreira
Nunes, conhecido popularmente como “Seu Didi”. Ei-la ipsis litteris:
“Caro amigo e colega Gallas,
Você acaba de ganhar mais um fã.
Você e a APL.
A solenidade/festa ocorrida no
Centro de Convenções da OAB-PI – seção Parnaíba – foi simplesmente memorável,
para mim, e para todos – acredito.
Num ambiente liberal, descontraído,
saudável e por mim desconhecido, foi-me imensa e grata surpresa participar, a
seu convite, de evento de tal magnitude, onde pude sorver, além do espirito de
camaradagem ali existente, o alto teor de intelectualidade dos integrantes da
mais alta Confraria da terra de Simplício Dias.
Pelas biografias dos novéis acadêmicos,
pude aquilatar a sabedoria e a cultura de todos, expressas nas palavras dos
oradores que ali se manifestaram.
Nestas minhas palavras, quero
avisá-lo, de antemão, que longe de mim está a pretensão de disputar o pedestal
por você alcançado, tendo em vista duas razões:
1ª - falta-me cabedal necessário
para tão ingrata concorrência;
2ª - não desejo tornar-me
imortal, e ficar como “alma penada” perambulando por ai – não faz o meu gênero,
procrastinando o aparecimento de outras (almas) ou o surgimento de novos
talentos na cultura Parnaibana (tudo – relativamente à 2ª razão – brincadeira
de minha parte, é evidente, você há de compreender).
D’ágora em diante, permita-me amigo
imortal (não colega nessa seara), transmutar-me em critico literário, e tecer
alguns comentários a respeito de suas obras “Eulália” e “La Belle D’jour”,
compostas no magnifico e reconhecido internacionalmente estilo do nosso famoso
Jorge Amado, que tão bem retratam o povo brasileiro, e particularmente o
nordestino, com seu linguajar intimista, coloquial e cheio de sensualidade,
igual ao seu – sucinto, porém completo, nos contos que li na manhã seguinte ao
evento. “La Belle D’jour” – As estripulias de seu sobrinho (Prodamor ou Prodomor?
– penso que personagem fictícia, não?), são semelhantes (não com o mesmo
desfecho trágico) as por mim praticadas.
A história: em Floriano (minha
terra) ao lado do colégio onde estudava, havia uma pensão na qual moças do
interior (mais do maranhão e todas bonitas e novas) se hospedavam para
frequentar os estudos naquele educandário. Descobrimos, eu e o filho do diretor
e proprietário do colégio, que do alto da caixa-d’água do prédio podíamos ter
uma visão (deslumbrante) das garotas tomando banho (por certo que inteiramente
peladinhas). Tínhamos uma visão, repito, como se vê, privilegiada,
cinematográfica – ao vivo. Na qualidade de filho, meu companheiro de aventura
facilmente “roubava” as chaves do imóvel para a nossa invasão ocular tão esperada
aos finais de semana, longe da vigilância dos “velhos”, e desfrute nosso um
pouco perigoso, pois a escada para atingir o alto (de madeira) balançava muito,
e uma queda poderia ser fatal. Mas valia o risco, não acha você?
Se o desfecho não foi tão
traumático quanto o do seu sobrinho, o efeito foi inapagável na minha memória
(dói até hoje), pois, descoberta a estripulia, o sr. Diretor que também era
Promotor de Justiça (íntegro e justo) exarou o seguinte veredicto:
“mocinho”(era assim que ele se dirigia a todos os seus alunos), eu pensava que
o sr. era direito.
Lá se foi o meu conceito de bom
aluno, não só por culpa do filho do dono do colégio mas, e principalmente, dos
hormônios, dos sonhos eróticos e do despertar da paixão carnal da juventude.
Milagre; mas o seu relato fez ressurgir a libido e o tesão de um velho (melhor,
idoso) de 75 anos. Na realidade, sou um cara novo... Minha certidão de
nascimento é que é velha.
“Eulália - descrição mais que
perfeita para uma “ZBM”, ambiente tão do meu conhecimento e frequência, nos
velhos tempos – bem entendido.
La na minha Floriano tinha “Os
Lajeiros” (da alta) e o “Pau num cessa” (dos lascados). A semelhança era total
(já não existem mais) com a sua “Boate Bela Vista”. Por lá no “Pau num cessa”
(de 2ª é claro) deparei-me numa noite com uma negra escultural (é o termo
correto), de cuja beleza jamais esqueci e, ao adentrar o seu cubículo (e era
mesmo), tive uma visão do que era o belo – simples, a porta era uma empanada de
fios de plástico (não tinha, portanto, fechadura), iluminação era um tosca
lamparina. Pode crer. A condição financeira não me permitia melhor escolha.
Para tomar coragem tomavam-se duas ou três talagadas de cachaça (veja que o
gosto/preferência já é antigo) tendo como tira-gosto, apenas, uma porção de
paçoca, por sinal, mixuruca, vendida na calçada. Grana para a cerveja era
miragem.
Desculpe-me a repetição dos temas.
Não foi plágio, todavia, por tudo, meus agradecimentos pelo honroso convite
(para o casamento!?).
Valeu por inteiro, notadamente pela
ausência de vaidade ou ostentação.
Gosto das coisas simples e
autênticas.
Um abração do admirador – Didi /
maio / 2017 – PHB”.
Agradeço ao amigo e colega Didi
pelas palavras elogiosas registradas em sua missiva, assim como agradeço também
a todos quanto compareceram à nossa festa (minha, do Breno, do dr. Cajubá e do
Padinha e da Academia) e se manifestaram acerca do evento. O negrito convite
para o casamento!? Foi feito por mim, e explico: encontro-me com o colega Didi
na parte interna da agência centro do Banco do Brasil e disse-lhe, em tom de
brincadeira “vou mandar-lhe um convite para o meu casamento” em vez de dizer-lhe
que seria o convite para a posse na APAL.
Valeu amigo. Suas palavras me
envaidecem e me estimulam a cada vez mais procurar aprimorar meu trabalho
literário e jornalístico, norteado pelo senso da responsabilidade e da ética,
princípios básicos para o exercício da cidadania em qualquer atividade do ser
humano.
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