Flagrante da inauguração do CEJUSC/OEIRAS, vendo-se os magistrados Manoel Dourado e Socorro Cipriano. Fonte: site do TJ-PI |
Fonte: Folha de Oeiras/Google |
Noturno de Oeiras no Fórum da Velhacap
Elmar Carvalho
Anteontem, dia 24, recebi a auspiciosa notícia, através do
colega e vizinho Antônio Oliveira, de que uma bela placa, na qual fora
estampado o meu poema Noturno de Oeiras, com a finalidade de ser afixada em
algum local do Fórum da nossa antiga capital, fora concluída. Antônio, dinâmico
juiz auxiliar da presidência do Tribunal de Justiça do Piauí e jurista com
livro publicado, fora o “padrinho” dessa placa, cuja autorização para sua
confecção conseguiu junto ao presidente Des. Erivan Lopes. Com zelo e presteza,
ele acompanhou o projeto, inclusive me tendo enviado, na época própria, o seu modelo
para revisão e aprovação.
Recomendou-me fosse ao departamento de Engenharia, para, juntamente com seu diretor, escolher o melhor local, dentre os disponíveis e
adequados, para a sua aposição. No dia seguinte cumpri a sua recomendação.
Quando liguei para a diretora do Fórum, a juíza Socorro Cipriano, recebi a
grata notícia de que esse suporte já fora entronizado no dia anterior, por
ocasião dos trabalhos de instalação do Centro Judiciário de Solução de
Conflitos e Cidadania – Cejusc de Oeiras. Enviou-me sua foto, pela qual
constatei fora ela colocada em excelente local; exatamente no ponto que o
engenheiro Otávio Nogueira e eu concordamos em sugerir.
Além desse fato em si mesmo, outro motivo adicional de meu
contentamento é que encerrei minha carreira de magistrado (aos 39 anos de
serviço público, 17 dos quais dedicados à judicatura, sem nenhum tipo de punição,
nem mesmo advertência ou repreensão, conforme documento emitido pela Corregedoria),
na qualidade de titular do Juizado Especial Cível e Criminal da Comarca de
Oeiras, cidade que me fascina desde quando eu, ainda menino, nela ouvi falar,
através de conversa e leitura em livro didático, salvo engano de título Meu
Tesouro.
Depois, ainda em minha juventude, como fiscal da extinta Sunab – Delegacia do Piauí, estive nela algumas vezes, a serviço. Quando assumi, em 1988, a presidência da União Brasileira de Escritores do Piauí – UBE-PI, nela realizei um Encontro de Escritores, com literatos nativos e de vários outros municípios, inclusive da capital. Revia, com emoção sempre renovada e amplificada, seus vetustos prédios e antigos logradouros, alguns deles da primeira metade do século XVIII.
Fonte: Bené Carneiro |
Depois, ainda em minha juventude, como fiscal da extinta Sunab – Delegacia do Piauí, estive nela algumas vezes, a serviço. Quando assumi, em 1988, a presidência da União Brasileira de Escritores do Piauí – UBE-PI, nela realizei um Encontro de Escritores, com literatos nativos e de vários outros municípios, inclusive da capital. Revia, com emoção sempre renovada e amplificada, seus vetustos prédios e antigos logradouros, alguns deles da primeira metade do século XVIII.
Por ocasião desse Encontro literário, tive a oportunidade de
rever ou conhecer vários poetas e escritores da velhacap, entre os quais cito
Possidônio Queiroz, José Expedito Rego, Rita Campos e o promotor de Justiça
Carlos Rubem. Os três primeiros já se encontram numa das moradas da casa do
Pai, enquanto o Carlos continua em plena atividade cultural, ele que sempre foi
um defensor e promotor da Cultura e do patrimônio de sua terra.
Nessa minha ligação afetiva e sentimental com Oeiras, consegui
vários galardões, que, conquanto recebidos com a humildade de quem sabe que não
os mereceu, fica mesmo assim desvanecido por tê-los recebido, entre os quais a
Medalha do Mérito Visconde da Parnaíba, o diploma de sócio correspondente do
Instituto Histórico de Oeiras, e ter o meu livro Rosa dos Ventos Gerais sido
objeto de estudo e análise por alunos do 3º ano do ensino médio do Instituto
Barros de Ensino.
Esse educandário, em noite memorável, com apresentação de
dança, música e jogral, alguns anos atrás, promoveu o lançamento de meu livro
Noturno de Oeiras e outras evocações, apresentado pelo jurista e escritor
Moisés Reis. Por último, eu que, por vocação e devoção, já me considerava um
oeirense por conta própria, como diz um amigo meu, tive a satisfação de saber
que me foi concedido o Título de Cidadão Honorário de Oeiras, por decisão
unânime da Augusta Câmara Municipal, que ainda não me foi entregue.
Eu estava feliz com a minha promoção para a vetusta urbe, que
já havia cantado e louvado em verso e prosa, quando, poucos dias depois, recebi
a impactante notícia, transmitida por minha mulher, de que os exames que eu
fizera constataram que eu fora acometido por um novo CA. Apenas no último dia
de minha atividade no juizado, reuni os servidores para lhes dar a informação
sobre a minha saúde e sobre o tratamento que enfrentaria. De todos guardo boas
recordações, e lhes sou grato pelo bom serviço prestado.
Tive de ir fazer radioterapia e acompanhamento médico em
Teresina, razão pela qual não mais retornei a Oeiras na condição de magistrado
ativo, posto que me aposentei no dia 20 de dezembro de 2014. Nessa curta
temporada de minha serventia, doei ao Fórum de Oeiras um quadro com ilustração
colorida, no qual se encontrava vazado o meu multicitado poema, do qual se tornou
zeloso guardião o amigo Benedito (Bené) Carneiro, exemplar servidor público.
Por fim, só me resta agradecer, mais uma vez, aos ilustres
magistrados Antônio Oliveira e Socorro Cipriano, bem como ao Tribunal de
Justiça do Estado do Piauí, pela confecção e aposição desta nova placa, em
metal inoxidável, em local de destaque do belo e novo prédio da Comarca de
Oeiras. Noturno de Oeiras, com essa linda placa, marca mais um tento, “um
verdadeiro gol de placa”.
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