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“O Canto do Cacique”
(Fragmento - início do poema indigenista)
J. Coriolano (José Coriolano de Souza Lima – 1829 -
1869)
Sou índio, sou forte; se a lida me chama,
Sou raio, corisco, só temo a Tupá:
No campo juncado de iminigos ferozes
Se movo o tacape, mil mortos são já!
Os ares demando co’a frecha empenada,
Que voa infalível à presa onde está;
A onça sedenta, que espuma raivosa,
Se vi-a, mandei-a de mim a Anhangá.
Sou bravo e cordato; se a paz se concerta,
Quem é tão cordato como eu? – quem será?
Na paz sou cordeiro, - sou tigre na guerra,
Sou raio, corisco; só temo a Tupá.
Domino estas matas espessas, sombrias,
Que estão sob a mira do grande Tupá;
Que há poderoso como eu nestas serras,
Que tudo que vejo sujeito me está?
No doce remanso da taba querida
Mil filhas donzelas que adora Tupá.
Dos olhos quebrados me lançam mil setas
Mas uma somente no peito me dá.
(...)
Fonte: Blog Babaçu News
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