sexta-feira, 23 de agosto de 2019

E SE?

Fonte: Google


E SE?

Antônio Francisco Sousa 
Auditor Fiscal (afcsousa01@hotmail.com)                

                 E se fossem informações verdadeiras as vazadas pela mídia dando conta de que remunerações de auditores-fiscais da secretaria de fazenda do estado brasileiro que vive numa constante e indigesta disputa para sair da última ou penúltima posição de ente mais pobre da federação, funcionários públicos, aqueles, cujo salário nominal inicial – segundo editais de concurso público para ingresso no cargo, não chega a quinze mil reais -, beiram os sessenta mil reais, possivelmente, dentre as maiores do país, incluídas as da suprema magistratura da nação e de outras carreira de escol?

                E se fossem verdadeiras as informações dando conta de que decreto enviado pelo governo estadual ao parlamento e por aquele sancionado, posteriormente – tudo indica que, na íntegra – anunciava que o bilhão e meio de reais passível de ser contratado na forma de empréstimos – e o foi, devidamente, segundo publicado, e, se soube mais, que poderia ser apenas parte do que o estado gostaria de contrair -, teria como objetivo a quitação de precatórios, dos quais o principal, montando em mais de setecentos milhões de reais, seria direcionado a fazendários do estado do Piauí  - conforme asseverou ex-deputado estadual, que, na ocasião, anunciou que, com a ajuda da população, tentaria, primeiramente, anular a operação financeira já concretizada, em seguida, impedir que outros, com finalidades duvidosas, fossem contratados?

                E se estivesse certo aquele deputado federal, que acha, crê, afirma, assevera, conclui e sentencia que o que fizeram, principalmente, com o ídolo maior de sua legenda partidária, o ex-presidente preso em Curitiba, mormentemente, no que se refere à sua condenação e prisão, foi a mais flagrante e açodada injustiça da Justiça brasileira, será que não estaria  equivocado quando diz – como, publicamente, disse – que as invasões por hackers, de telefones, sites e redes sociais, das quais decorreram vazamentos de conversas  e diálogos, dentre outros, do ex-juiz, hoje ministro da justiça, com companheiros de força-tarefa que cuidavam da Operação Lava Jato, não passaram de balela, criação, ficção, desculpa esfarrapada, justificativa pífia, para tentarem se safar ou escamotear as maracutaias que aprontaram contra o mesmo ex-presidente da república?

                E se não fosse apenas lorota, blefe, conversa fiada, afirmação do mesmo parlamentar federal dando conta de que, nas próximas eleições nacionais para escolha do diretório nacional de seu partido – não a local -, quem dará a palavra final, decidirá, baterá o martelo, só serão os delegados, se dito ex-presidente, aos nomes que já se lançaram na disputa pelo comando, não preferir qualquer outro, ainda que fora de qualquer prévia lista?

                Sendo verdadeira a informação referente ao montante dos vencimentos totais dos auditores-fiscais da fazenda piauiense, partindo do pressuposto de que eles são servidores públicos de um dos estados mais pobres do país, seria, no mínimo, uma incoerência que, mesmo merecendo, percebessem remuneração mensal tão acintosa e surreal.

                Ou não seria, igualmente, um acinte, em sendo correta a informação quanto à justificativa para tomada de empréstimos tão absurdos – situação que poderá piorar, caso àquele valor se some (m) outro (s) parecido (s) –, de que, quase a metade do montante já contraído, se destinaria ao pagamento de precatórios? Que é isso? Colocar nas costas de todos os cidadãos-contribuintes piauienses dívidas monstruosas relativas a reparação de injustiças cometidas contra grupos específicos, nichos particularizados de trabalhadores, parece uma aberração, um desrespeito, talvez, mesmo, um abuso, a despeito do que ousou dizer apadrinhado político do governante de plantão, ao afirmar que o estado tinha mesmo era que contrair tantos empréstimos quanto lhe permitisse sua situação econômico-financeira atual de bom pagador? Ah! É? Ideal e bem mais honesto não seria se o estado somente fizesse dívidas que redundassem em benefícios destinados ao conjunto da população?

                Que dizer quanto aos posicionamentos do deputado federal, quando se refere a gente de sua estima e apreço: de que não passaram de injustiças as condenações e prisões de companheiros e mentores? E que não teria havido crime algum, apenas blefe, desculpa dos bandidos que condenaram o mais inocente, pio, bom e justo dos brasileiros, quando passa a discorrer sobre situações que poderiam, sim, caro parlamentar, incriminar gatunos cibernéticos que expuseram informações particulares de desafetos do cidadão e de seus companheiros, obtidas, até prova em contrário, criminosamente?

                Por que ou para que, então, senhor deputado, expor nomes de filiados ao partido, dispostos a se candidatar ou já pleiteantes ao cargo de comandante do diretório nacional da agremiação, se, independentemente ou, a despeito da vontade da maioria dos votantes e das expectativas dos concorrentes, a palavra final será do eterno chefe-mor da legenda?        

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