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LIVRO
Weliton Carvalho
a Anthony
Leahyr
Folhas que o outono guarda
para as solidões dos invernos:
lareira
que aquece os calafrios mais sombrios,
confessor de pecado e santidade,
onde as palavras se reconhecem
plenas
de amor, beleza e angústia, que tudo
nele
se (re)inventa mistério
e nada se decifra por completo,
porque tudo prenhe de vida
– fina sinfonia que rege todo universo:
o mundo não basta em si,
é preciso reinventá-lo.
(o mundo, simplesmente, transborda)
Não seria o livro um modo de negar a
morte?
Por
agora e ainda converso com Shakespeare e Cervantes
e os apresento aos meus filhos, que se
encantam tanto.
Gutenberg
inventou a máquina de sonhar em vigília
e recolheu as folhas do outono para a
primavera –
quando no verão o livro plana à flor do
vento lilás,
porque o livro guarda o mundo em
colorido,
que os homens perdem a cada
instante.
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