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OUTONAL
Clóvis Moura (1925 – 2003)
Depois da primavera o caos no
mundo
e uma nuvem deitada nos meus
braços,
criança abandonada que regressa
até o tempo de voltar criança.
Depois da primavera um lance apenas
de resto para viver um pouco
tarde:
as tardes que perdemos são
memória
e as mãos acordam para um abraço
calmo.
Depois da primavera uma esperança
de tudo ser tranquilo e
repousante,
ser como aquilo que sonhei um
instante.
E depois deste outono a vaga
espera,
um sabor de passado sem memória
ou só memória, após a primavera.
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