sexta-feira, 16 de abril de 2021

Marcas do tempo


 

MARCAS DO TEMPO 


Alcione Pessoa Lima


A mão do tempo foi construindo...

E os pés de vento apagaram as marcas...

Ficaram, sim, no meu olhar...

O meu caminhar. 


Há tantas mãos que segurei...

E, mesmo cativo, cativei...

E a um coração que me esperava 

Eu me entreguei. 


Subi correndo a ladeira...

De pés descalços segui o caminho...

Muitos sinais. Não fui sozinho.

Também fui passarinho. 


Havia sonhos pra realizar...

Um quadro vivo pra eu pintar...

E cores fortes me atraiam.

Trai o destino que me esperava. 


Ninguém contava com tanta sorte...

Que as cicatrizes se apagariam.

Muitos falavam que a cruz da morte.

Seria o marco na encruzilhada.


Cruzei fronteiras, redemoinhos...

Mas, vários banhos pelo caminho

Limparam a alma desse andarilho.

Sempre um mendigo do amor de Deus. 


Tenho na pele e no coração

As marcas vivas de uma saga...

Escrita, então, uma história, 

Que na memória nunca se apaga.

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