MARCAS DO TEMPO
Alcione Pessoa Lima
A mão do tempo foi construindo...
E os pés de vento apagaram as marcas...
Ficaram, sim, no meu olhar...
O meu caminhar.
Há tantas mãos que segurei...
E, mesmo cativo, cativei...
E a um coração que me esperava
Eu me entreguei.
Subi correndo a ladeira...
De pés descalços segui o caminho...
Muitos sinais. Não fui sozinho.
Também fui passarinho.
Havia sonhos pra realizar...
Um quadro vivo pra eu pintar...
E cores fortes me atraiam.
Trai o destino que me esperava.
Ninguém contava com tanta sorte...
Que as cicatrizes se apagariam.
Muitos falavam que a cruz da morte.
Seria o marco na encruzilhada.
Cruzei fronteiras, redemoinhos...
Mas, vários banhos pelo caminho
Limparam a alma desse andarilho.
Sempre um mendigo do amor de Deus.
Tenho na pele e no coração
As marcas vivas de uma saga...
Escrita, então, uma história,
Que na memória nunca se apaga.
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