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Olhos
Ao
Dr. Clodoaldo Freitas
Antônio Chaves
Olhos tristes, fatais, em cuja
soledade
A ampla noite do Tédio abre as
asas de treva
E escuta as orações que aos
espaços eleva
A mística visão de uma enorme
saudade...
Olhos da cor do mal! Na vossa
imensidade,
Mais escura, talvez, do que a
noite primeva,
Anda um raio do amor que abriu os
olhos de Eva
Para a luz, para a vida e para a
liberdade...
Olhos sentimentais, negros olhos orgíacos,
Em cujos ermos se ouve a voz
desfalecida
De uma lira pagã em cantos elegíacos...
Olhos, por que dos meus fugis com
tanto medo,
Retendo, sem cessar, na lágrima
escondida,
Tão profundo mistério e tão
grande segredo? (*)
(*) No livro Nebulosas, Coleção
Centenário, APL, 2ª edição, 2013, o último terceto consta da seguinte forma:
Olhos, porque dos meus fugis com
tanto medo,
Retendo, sem cessar, na lágrima
escondida,
Tão profundo mistério e tão
grande segredo.
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