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Elmar Carvalho
Fiz amizade com o Dr. Wilson Carvalho Gonçalves, creio, em 1984/85, em circunstância que em outra oportunidade relatarei. Nessa ocasião, ele me falou que fora amigo de juventude de meu pai, posto que eram conterrâneos barrenses e contemporâneos. A partir de então se tornou um grande amigo meu. Prefaciei alguns de seus livros. Fui citado e comentado em várias obras suas. Tive a honra de fazer parte de suas notáveis Antologia da Academia Piauiense de Letras, de cuja primeira edição fiz o prefácio, e da Antologia dos Poetas Piauienses, que igualmente prefaciei. Fui o apresentador de muitos de seus livros, em solenidades de lançamento. Era ele um homem cordial, acolhedor, amável, com delicado senso de humor, em que nunca destilava ironia ou veneno, ainda que sutis. Como uma homenagem ao saudoso amigo, republico a vertente matéria.
O Grande
Dicionário Histórico-Biográfico Piauiense, de Wilson Carvalho Gonçalves, para
início de conversa, traz uma bela e moderna capa da autoria de Josefina Pacheco
Gonçalves, talentosa artista plástica, muito atualizada, sempre em busca de
novas concepções e conceitos, de novas técnicas e novos instrumentais, em dia
com o que está sendo produzido de mais novo no Brasil e no exterior, e que já
conquistou uma vasta legião de fãs e consumidores, no Piauí e no Ceará.
O
autor vem dedicando o melhor de sua inteligência, tempo e esforço à
historiografia piauiense, sem alarde e sem autopromoção. Há longos anos, em
laboriosa, porém, discreta pesquisa, vem publicando, em sucessivos livros, atos
e fatos de nossa história, sem preocupações com os novos conceitos e métodos historiográficos,
sem concessões aos modismos, via de regra efêmeros. Contudo, dentro da boa e
velha tradição da história, vem desenvolvendo um grande e importante trabalho,
mesmo para os versados e doutos, porque simplesmente trouxe à luz do prelo
registros históricos que se encontravam dispersos nas mais variadas fontes,
muitas delas de quase impossível acesso, enquanto outras dormiam em velhos
alfarrábios, que já quase se diluem aos simples toques dos dedos, por mais
carinhosos e sutis que sejam.
O
livro foi substancialmente aumentado e melhorado, com o acréscimo de mais de
trezentos verbetes, sendo que vários dos já existentes foram enriquecidos com
novos dados e informações. Em suas páginas desfilam os homens e mulheres que se
projetaram em suas diferentes áreas de atuação, sobretudo a política, a
artística, a militar, a profissional e a empresarial. É um manancial
informativo tão vasto, que em várias outras paragens só é levado a efeito
através de um grupo de trabalho, com diferentes especialistas e pesquisadores. Cada
verbete traz sua bibliografia, de sorte que abre um amplo caminho para quem
quiser se aprofundar em sua temática. Muitos contêm o retrato do biografado e
comentários sobre sua obra ou personalidade.
Como
não poderia deixar de ser, em obra dessa natureza, os verbetes são concisos,
dada a amplitude da matéria, entretanto são verdadeiras cápsulas vitamínicas de
alta concentração, contendo o máximo de informações por centímetro quadrado. E
é nisso que reside o maior mérito da obra, pois para que essa alta densidade de
dados e notícias fosse alcançada foi necessário uma alta dosagem de paciência e
persistência do autor, porquanto essa massa historiográfica só pôde ser
conseguida após demorados anos de penosa e exaustiva pesquisa, em que se não
sabe o que mais admirar, se a dedicação de Wilson Carvalho Gonçalves, se a sua
habilidade e faro investigativo de encontrar o documento certo no lugar mais incerto.
Por tudo isso, comparo o trabalho desse dicionarista com a habilidade e a paciência de um tecelão, porquanto soube extrair das mais diversas e variadas fontes a matéria prima com a qual construiu a sua bela e caprichosa colcha de retalhos - o seu dicionário - que verdadeiramente forma uma unidade quase inconsútil, tal a competência com que foi elaborado e articulado.
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