SOBRE MOTORISTAS, MOTOQUEIROS E
POLÍTICOS DESPREPARADOS
Antônio Francisco Sousa – Auditor-Fiscal (afcsousa01@hotmail.com)
Possivelmente,
o que aqui vou arrazoar não figure entre as preocupações de muita gente; mas
dentre as minhas, sim. Causa-me tristeza dividir as principais vias públicas,
as de maior fluxo, com alguns dos piores motoristas ou condutores de veículos
que possuímos. Aqueles que jamais saem das pistas de alta velocidade, mesmo
circulando em baixíssima; estão pouco se lixando para semáforos; que naqueles
logradouros buscam um local de estacionamento que lá não deveriam encontrar;
uma vez que, na maioria deles, ele é proibido ou não permitido; mas, nem por
isso, desistem, criam-nos onde lhes convém: o mais próximo possível, quando não
dentro, dos estabelecimentos a que se destinam.
Outro
local que representantes desse grupo gostam de ocupar como ponto de parada,
desordenadamente – em filas duplas, triplas, enfim, por toda a largura da via
-, são as frentes de escolas, ainda que muitas contem com estacionamento
privativo e pessoas treinadas para orientá-los quanto à entrega ou recebimento
dos alunos; é como se tivessem mais direitos que todos os que precisam
transitar pelas mesmas vias. Além de esses espaços, certos elementos escolhem
como uma espécie de fetiche que buscam para atrapalhar cidadãos educados e
éticos, vagas exclusivas para determinado público, que não eles, nas imediações
de farmácias; de supermercados – tanto faz que seja dentro de outros
estabelecimentos comerciais privados, ou isolados -; neles estacionam, fechando
ou impedindo seus legítimos usuários de, ou os utilizarem ou se deslocarem a
qualquer momento. Quando alguém mais civilizado reclama de alguma dessas
figuras, elas se defendem, por vezes, acusando-os, alegando que tal procedimento
é comum e usual; obviamente, que entre indivíduos com características
semelhantes às deles: cínicos, ignorantes, desrespeitosos.
Um
local também bastante procurado para estacionamento por parte desses sofríveis
motoristas/condutores – seria assim Brasil afora? -, pouco importa se elas
ficam em logradouros de fluxo intenso e contínuo, ou não -: frentes e/ou
laterais de academias, onde eles vão “malhar” praticando algum tipo de
atividade física; talvez pensem que, como não pretenderiam demorar muito tempo
por ali, quem precisar trafegar pelas vias em que se encavalam ou amontoam em
filas duplas, triplas, contramão, ou arma um grande fuzuê e denuncia os
irresponsáveis a quem de direito ou, se calmo, utilizará vias alternativas.
E
nossos piores motoqueiros, aonde são mais vistos? Também nas vias públicas,
quase sempre, nas mesmas pelas quais trafegam seus pares condutores/motoristas,
tecnicamente semelhantes; nelas, fazem e acontecem, sem medo de nada; avançam
sinais vermelhos, inclusive se valendo de vias ou faixas de pedestres; sobem em
jardins, meios-fios, calçadas, canteiros; intrometem-se entre veículos,
tomam-lhes a frente, ziguezagueando, latanhando latarias, destruindo
retrovisores. Infelizmente, também é comum ver muitos desses cidadãos estirados
no leito das vias públicas, mortos, agonizando, sofrendo, como vítimas de
acidentes de trânsito que, se não contribuíram para que ocorresse, não se
esforçaram para evitá-los, sendo mais vigilantes e respeitosos para com as
regras e normas válidas para todos e, mais ainda para eles, a parte mais frágil
nessa relação recorrente e cotidiana entre a vida e a morte no trânsito.
Para concluir. Duas notícias
oferecidas pela mídia impressa chamaram-me a atenção: a primeira dizia respeito
ao prefeito da capital dos piauienses, que, acossado por pedidos de impeachment
impetrados - até onde se sabe, em consequência de sua pouca operacionalidade
administrativo-governamental, segundo entendidos, responsável, dentre outras
mazelas, pelo emperramento do sistema de transporte público e definhamento dos
sistemas de saúde e educação -, após a morte, a segunda, dessa feita de uma
servidora pública, também vítima de alagamento que sempre ocorre na cidade em
períodos chuvosos, veio a público acusar gestões anteriores de não haverem
tomado as providências que deveriam evitar tais óbitos; ora, que história é
essa de que cada governante que assume inicia um novo governo? Solução de
continuidade governamental sem rompimento do regime de governo, que é isso? Por
que o atual gestor não teria retomado os trabalhos de construção de galerias
essenciais ao escoamento de águas pluviais, antes das chuvas, apenas o fazendo
após os acidentes fatais? Outra questão: se não estava preparado para
administrar uma cidade do porte da capital, quem o teria induzido a disputar
eleição para seu prefeito? Ninguém? Então, como diria Pedro Pedreira (F.
Milani): não venha com chorumelas!
A outra anunciava que os partidos políticos chegaram ao ano em curso devendo mais de oitenta milhões de reais ao erário federal – FGTS, Contribuição Previdenciária, Multas eleitorais, Tributos -; disse-se que esses débitos não os impediriam de receber suas cotas referentes ao bilhão de reais do fundo partidário e aos quase cinco bilhões do fundo eleitoral, orçados para o ano corrente; o que ninguém falou foi se tais dívidas seriam compensadas/descontadas dos novos valores creditados(?).
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