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O MEMORIAL DE CHICO PEREIRA
Elmar Carvalho
Na sessão de ontem da APL, exibindo um impresso extraído do
Blog do Zan, disse que não desejava
explanar nenhum assunto, mas apenas fazer uma pergunta, dirigida ao
presidente da APL, Reginaldo Miranda, e ao presidente do Conselho Estadual de
Cultura, professor Paulo Nunes.
Inicialmente, li o seguinte trecho, extraído do aludido blog:
“Sábado passado, na residência do deputado Paulo Martins, conversamos eu [Zeferino
Alves Neto, o Zan], o médico Domingos José e o gerente do BnB, Gilberto Alves,
com a presidente da Fundação Cultural, Sônia Terra, sobre o andamento da
concretização da instalação do Memorial [Francisco Pereira da Silva] em Campo
Maior, criado pela lei 5.445, de 25 de maio de 2005. Sônia Terra disse que isso
está no momento, na dependência das entidades que indicariam os membros que
comporiam o Conselho Administrativo. Até o momento, apenas três entidades
indicaram seus representantes”.
Isto posto, perguntei ao presidente da APL e ao do Conselho
de Cultura se haviam recebido pedido de indicação de representante, tendo ambos
respondido que não tinham conhecimento de tal solicitação. O ex-presidente da
APL, que passou quatro anos no cargo, também disse não se recordar de tal
pedido. Ficou assentado que pedido dessa natureza não tem nenhuma dificuldade
em ser deferido.
Algumas observações desejo fazer. A lei já está com cinco
anos, e nenhuma providência concreta foi tomada. Mesmo que a solicitação tivesse
sido feita, poderia ter sido renovada, e acredito que o Conselho de Cultura e a
Academia não iriam ter nenhuma dificuldade em indicar um representante, pois
isso não demanda nem tempo, nem dinheiro e nem esforço. Além do mais, salvo
melhor juízo, a obra poderia ser tocada sem a necessidade de criação desse
Conselho, que segundo a referida lei, tem caráter deliberativo e consultivo, e,
por isso mesmo, só seria efetivamente necessário após a criação do Memorial,
uma vez que foi previsto para administrá-lo, e não para construí-lo.
Obras muito maiores e mais caras o governo faz sem precisar
de conselho nenhum, mas tão somente de sua vontade política e de recurso
financeiro. Mas, se a dificuldade é mesmo essa, que se crie logo esse bendito
conselho, sem mais delongas. De qualquer sorte, existe um ditado que diz que,
quando se quer emperrar alguma coisa, basta que se criem comitês, ou conselhos,
o que dá no mesmo.
21 de março de 2010
Amigo, Elmar, doze anos depois e seu texto continua atual. Certas burocracias têm esse intuito: dificultar a existência da memória.
ResponderExcluirInfelizmente, o que o amigo disse acima é verdade.
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